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‘Forçado’ a ser protagonista, Coutinho decide e abafa vaias da torcida

Público do Morumbi vaiou a Seleção no intervalo, mas já estava gritando o nome de Philippe Coutinho aos sete minutos da etapa final, depois que ele marcou dois

Brasil x Bolívia
Coutinho cabeceia para marcar o segundo dele no jogo - FOTO: Nelson ALMEIDA / AFP

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A Seleção Brasileira não conseguiu empolgar a torcida no primeiro tempo do jogo contra a Bolívia. Depois de 45 minutos de um inusitado silêncio no Morumbi, os jogadores foram para o vestiário ouvindo vaias no intervalo. É nessas horas que o craque precisa chamar a responsabilidade, mas Neymar estava assistindo à abertura da Copa América em casa, com uma compressa de gelo no tornozelo direito, que o tirou da competição. A quem caberia, então, a missão de resolver?

Se você acompanhou a última entrevista coletiva de Tite antes do jogo, na quinta-feira à noite, sabe de quem o técnico mais esperava esse poder de decisão: Philippe Coutinho, justamente o autor dos dois primeiros gols da vitória por 3 a 0, aos quatro e aos sete minutos da etapa final. Foi o tempo que o rabugento torcedor paulistano demorou para voltar a apoiar (embora o silêncio tenha reaparecido em muitos momentos da etapa final) e gritar o nome dele, eleito o "Man of the match" pela organização.

Tite explicara que os dois volantes de seu 4-2-3-1, independentemente de quem fossem (e foram Casemiro e Fernandinho, que ganhou a disputa com Allan pela vaga de Arthur), teriam poder de marcação suficiente para dar mais liberdade a Philippe Coutinho no setor de criação. Acostumado a ser um coadjuvante de luxo de Neymar na Seleção e de Messi no Barcelona - embora em menor escala nos últimos meses, em que não brilhou -, o camisa 11 tem quase a obrigação de ser protagonista nesta Copa América. Talvez seja o atleta mais talentoso à disposição neste momento.

Ele foi o jogador mais acionado da equipe no primeiro tempo, mas quase sempre a uma distância considerável da grande área e com dificuldades para se associar aos outros homens de frente. Faltava jogo com David Neres e Richarlison pelos lados e com Firmino no comando do ataque. Dono da bola em mais de 70% do tempo, o Brasil não soube elevar a temperatura do jogo.

O pênalti que o VAR ajudou o argentino Nestor Pitana a assinalar logo no começo da etapa final colaborou: Coutinho chamou a responsabilidade, colocou a bola na rede e deixou a Bolívia atordoada, algo que o Brasil soube aproveitar com uma aparição do próprio Coutinho na zona em que Tite espera vê-lo mais vezes, perto do gol. Ele aproveitou o vácuo deixado por Firmino, infiltrou-se no meio da defesa adversária e aproveitou cruzamento do centroavante para fazer 2 a 0, de cabeça. Everton, já no fim, fechou o placar. Não foi um cartão de visitas brilhante, mas não dá para dizer que não foi bom.

Coutinho chegou nesta sexta-feira ao 50º jogo com a camisa da Seleção Brasileira, com 16 gols marcados. Na era Tite, são 32 partidas e 12 bolas na rede.

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