Em meio as recentes denúncias, que resultaram nas prisões de "homens fortes" do comando do futebol brasileiro, na semana passada, o coordenador da Seleção Brasileira, Gilmar Rinaldi, disse não se incomodar com os escândalos de corrupção que envolvem a CBF.
- Não tenho o direito de dizer não e me negar a trabalhar. Tudo que eu tenho eu devo ao futebol. Eu não tenho o direito de dizer não, não posso dizer que me assusta, eu tenho que fazer meu trabalho. Não me sinto constrangido e incomodado. Eu espero que a CBF me dê condições de fazer meu trabalho e não blindar a Seleção - disse Rinaldi em entrevista concedia ao SporTV, nesta quinta-feira.
As ações ilícitas, que marcam os escândalos, tiveram como beneficiários Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo del Nero, os últimos três presidentes da CBF, sendo que Marin encontra-se em prisão domiciliar em Nova York. Para o coordenador, a instabilidade que afeta a CBF não deve influenciar o grupo dentro de campo, mas defende que as informações não devem ser "blindadas".
- Não temos que blindar a Seleção das coisas que estão acontecendo, o mundo é globalizado - afirmou.
Perguntado se chegou a ter contato com alguma forma de corrupção, Rinaldi revelou que empresários tentaram influenciar a escolha dos jogadores selecionados por Dunga.
- Está tudo gravado no meu telefone, está documentado. Temos alguns interesses que não estão sendo atendidos. A gente vai pela parte técnica. Alguns interesses serão contrariados, não adianta - afirmou Gilmar, que continuou dizendo que tais ameças foram pontuais e que já não acontecem faz algum tempo, porque, segundo ele, com a dupla Gilmar e Dunga, elas foram inibidas.
- A gente tem o perfil do Dunga e o meu, eu sou muito chato, o Dunga é rabugento. As pessoas não vão ter muita coragem para repetir isso (as ameças) - declarou.
Ainda em entrevista, o coordenador disse que o "chato" Rinaldi e o "rabugento" Dunga, adotaram a torcida brasileira e que estão dispostos a fazer o melhor trabalho possível para representar o futebol brasileiro.
- Uma coisa que a gente adotou é que nós queremos o torcedor do nosso lado. Eu acho que a corrupção não é só na CBF, acho que é no mundo todo. A minha preocupação é fazer nosso trabalho da melhor maneira possível - concluiu.