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Neymar chama responsabilidade e diz: ‘Por que não posso ir à balada?’

Atacante se incomoda com pergunta sobre falta de compromisso e diz que só pode ser cobrado pelo que faz dentro de campo. Ele fala em tirar peso dos atletas mais novos

Atacante Neymar em entrevista coletiva na Granja Comary
(Foto: Lucas Figueiredo/MowaPress)

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Neymar perdeu a paciência por alguns instantes na entrevista coletiva que concedeu nesta terça-feira, na Granja Comary, onde se prepara com a Seleção Brasileira para a Olimpíada. Mas depois respirou, retomou um pouco da calma e, embora tenha adotado um discurso duro e contundente, falou até em manter um "clima de amigo" com o repórter que fez uma pergunta chamada de maldosa por ele. A questão que mexeu com o camisa 10 do Brasil foi sobre o seu comprometimento com a equipe canarinho.

Indagado sobre atitudes de indisciplina dentro de campo e comportamentos fora das quatro linhas, o atacante do Barcelona disparou:

- Você (repórter) tem que começar a ver as coisas que faço em campo. As coisas particulares, quando estou fora de campo, é coisa minha - disse o craque, antes de subir o tom.

- Você pode olhar para mim enquanto eu falo, por gentileza? Até para ter clima de amigo, sem ficar chateado. Você tem que me cobrar dentro de campo. Eu tenho minha vida particular, sou um cara de 24 anos, tenho minhas conquistas, minhas coisas... Sou muito tranquilo quanto a isso, pode me criticar, tenho meus erros, não sou perfeito. Mas gosto de sair, me divertir, tenho família e amigos. Por que não posso ir para a balada? Eu posso sim, eu vou. Tenho consciência do meu dever no dia seguinte, eu vou, não tem problema nenhum, essa é minha vida particular. Tento sempre fazer meu melhor, meu máximo, acabo errando, vou errar, isso é normal como ser humano. Estou aprendendo cada vez mais. Acho que sua pergunta foi maldosa, mas vou levar na boa, não vou responder na maldade, só estou te explicando. Olha tudo que ganhei com 24 anos, o que eu tenho, você seria o mesmo que eu? - comentou.

Em diversos momentos da entrevista coletiva Neymar falou que sabe a responsabilidade que é defender a Seleção Brasileira e disse não se importar em ser o mais cobrado.

Indagado sobre o peso que os fracassos recentes terão na Rio-2016, ele declarou:

- Peso não existe, se tiver qualquer peso ou cobrança eu assumo a responsabilidade. Quero meus companheiros felizes e tranquilos para jogar futebol. Enfrentamos dificuldades no nosso país e na Seleção. Eu venho na Seleção há um bom tempo, por isso chamo a responsabilidade, quero tirar das costas deles e deixá-los tranquilos para jogarem futebol.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista coletiva de Neymar:

INÍCIO DE MICALE
Estou muito feliz aqui na Seleção, fui surpreendido em todos os aspectos, com o treinador, nosso time... Estamos nos encaixando e nos conhecendo ainda mais para alcançarmos nosso objetivo. A cada treino nosso treinador está nos corrigindo e buscando o melhor para nossa equipe.

CLIMA BOM

Ambiente da Seleção nunca foi problema desde que vim para cá. Todo mundo se dava bem, conversava... Agora o ambiente está maravilhoso. Tomara que a gente consiga alcançar nosso objetivo.

SER CAPITÃO
A decisão do capitão está na mão do Micale, isso não me preocupa. Independentemente de quem seja o capitão, todo mundo pode gritar, orientar a equipe da melhor maneira possível, independentemente de quem use a braçadeira. Isso é algo simbólico. Todos têm o seu papel dentro de campo, isso é importante, todos se sentirem importantes.

PRESSÃO
Claro que ganhar é muito bom e ser cobrado faz parte no futebol, estou aqui para isso. Quando me cobram dentro de campo, faz parte do futebol. Os jogadores que estão aqui são novos e sabem da responsabilidade que estão levando. Estamos jogando uma Olimpíada em casa, mas isso não me preocupa. O medo de perder tira a vontade de ganhar, se perder vou perder de cabeça erguida, mas farei de tudo para vencer. Eu não gosto de perder, vou fazer tudo dentro de campo para ajudar meus companheiros. Não me passa pela cabeça perder, mas sim estar na final no Maracanã.

MUDANÇAS NO CICLO OLÍMPICO

Eu mudei muitas coisas de 2012 para cá, fisicamente, mentalmente, fiquei mais forte mentalmente do que tudo. Tive erros durante esses anos, mas vamos aprendendo, crescendo... Tenho certeza que de lá para cá mudei bastante, até no jeito de jogar. Em tudo. Na época que jogava no Santos eu não estava entre os melhores do mundo, na temporada passada eu fiquei. Fui para outro time, aprendi outra filosofia de jogo, incorporei coisas nas minhas qualidades... Mudei bastante.

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