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Novas ideias, velhos erros: Seleção olímpica revê fantasmas da principal

Apesar de conceitos e propostas diferentes das que vinham sendo praticadas, equipe brasileira foi mal na estreia. Sem jogo coletivo, Neymar foi 'fominha' e torcida vaiou

Brasil tropeçou na estreia na Olimpíada
(Foto:AFP)

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Olhando para o futuro, a Seleção Brasileira se reencontrou com fantasmas do passado. Apesar de conceitos e propostas novas, a equipe olímpica apresentou na estreia na Rio-2016, contra a África do Sul, na última quinta-feira, dificuldades que já vinham atormentando o time principal. O discurso de ruptura com práticas ultrapassadas aliado à expectativa por um futebol vistoso, reforçada pelos treinos na Granja Comary e a boa atuação em amistoso contra o Japão, deram gosto ainda maior de frustração no empate sem gols no Estádio Mané Garrincha.

Um dos principais problemas, que acabou por gerar outros, foi a falta de jogo coletivo. Justamente um dos aspectos que o técnico Rogério Micale mais pregou na preparação para a Olimpíada. As trocas de passes não fluíram, a ocupação de espaços não ocorreu como planejado e no primeiro tempo o Brasil apelou para cruzamentos na área – e acabou errando a maioria.

A partir disso, veio à tona um aspecto que já atrapalhava a equipe principal: o excesso de individualismo de Neymar. Na ânsia de decidir sozinho e também com poucas opções para jogar, o camisa 10 foi “fominha“ e acabou atrapalhando em vez de ajudar a Seleção.

– O Neymar é um jogador diferenciado, sabe o que representa para a Seleção e tentou fazer o melhor. Acho que temos que olhar que ele vem em um período grande de férias, está readquirindo ritmo de jogo. Ele vai crescer muito durante a competição. Confio muito nele – comentou o técnico Rogério Micale.

A combinação dos itens acima trouxe um outro fantasma. A pressão da torcida. O Mané Garrincha começou a partida com ola e terminou com vaias. Teve até gritos de reclamação com Neymar e críticas à substituições. A atmosfera da torcida da casa mais parecia pressionar os jogadores e deixá-los ainda mais inquietos do que motivá-los, algo já observado em partidas da Copa do Mundo e das Eliminatórias para o Mundial de 2018.

- Na minha opinião, quem vaiou, claro que eu respeito, mas acho que não assistiu ao jogo direito, a equipe tentou, teve muita garra, muita vontade, lutamos por eles, a gente nunca se entregou. Mas futebol é assim, às vezes a bola não entra - lamentou o atacante Gabigol.

Em resumo, a Seleção não conseguiu atingir dois dos principais objetivos a que se propôs: jogar bem e reconquistar a torcida. Há, pelo menos, mais dois jogos para isso – e para garantir a classificação. O primeiro é já neste domingo, contra o Iraque, novamente em Brasília.

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