Opinião: CBF deixa Pia sozinha e evita questionamentos em coletiva

Marco Aurélio Cunha não subiu ao palco com a nova treinadora do time brasileiro; sueca mostra empolgação, mas cautela com mudança de trabalho

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A chegada de Pia Sundhage à Seleção Brasileira feminina rendeu empolgação entre torcedores e nos bastidores. Depois de um contestado trabalho com Vadão, a impressão que se quer passar é de que, enfim, a CBF fará de tudo por uma estruturação de peso na modalidade. No entanto, o cenário visto na entidade foi pouco animador. Mesmo com os vários questionamentos presentes após a Copa do Mundo, a nova treinadora subiu ao palco sozinha. Marco Aurélio Cunha, coordenador do futebol feminino, sentado na primeira fileira, sequer apareceu para recebê-la no início da cerimônia.

Eram muitas as perguntas ao coordenador, que ficou com o cargo em cheque após a eliminação nas oitavas de final do Mundial. Apesar da irreverência de Pia e a evidente animação pela chegada de um novo nome, a situação das categorias de base, que estão sem comando há meses, e o trabalho muito questionado ficaram no ar.

Sundhage, que acaba de chegar ao país, não conseguiu responder a uma série de questões que apenas Marco Aurélio poderia. A ação foi quase como um escudo. Com toda bagagem que carrega, a impressão inicial é de que Pia servirá para blindar os dirigentes das duras críticas recebidas.

Entre as presenças ilustres na sala de coletiva, o ex-técnico Vadão apareceu na CBF para se reunir com a treinadora e apresentar informações para o processo de transição de comando. Pia, inclusive, afirmou que algumas pessoas da antiga comissão devem permanecer. Auxiliar, Bia Vaz ficará na Seleção, mas ainda não se sabe em qual cargo. Fabinho, preparador físico, também deve se manter.

Apesar do clima de incerteza e desconfiança nos bastidores, a expectativa para o trabalho de Pia ainda é alta. Empolgada com o novo desafio e sem esconder a emoção, a sueca começou a demonstrar algumas ideias que quer implantar na Seleção. Desde o trabalho integrado com a base, ao qual ela não irá acumular, como era uma possibilidade, até a necessária renovação do time principal. Se tiver a liberdade prometida, Sundhage pode dar bons frutos ao Brasil. 

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