OPINIÃO: Pedro não merece disputar a Copa do Mundo do Qatar
Apesar do bom momento, Pedro não teve um bom ciclo de Copa do Mundo
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Por conta de seu grande desempenho com a camisa do Flamengo, Pedro vem sendo cotado e pedido por diversos torcedores para vestir a camisa da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Até mesmo Tite, comandante da equipe Canarinha, vem elogiando o centroavante em diversas entrevistas.
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No entanto, o camisa 21 tem pontos que jogam contra uma hipotética ida para o Mundial do Qatar em novembro. Até porque o centroavante rubro-negro vem jogando muito, mas há um período muito curto de tempo para que seja tratado como uma unanimidade na equipe.
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FORA DO CICLO
Após a Copa do Mundo de 2018, um novo ciclo, com novos jogadores, teve início ainda sob comando de Tite, que assumiu a Seleção Brasileira em 2016. E Pedro nunca fez parte do planejamento para o Mundial do Qatar.
Para não ser injusto, o centroavante foi convocado para defender o Brasil no fim de 2020 nas Eliminatórias da Copa do Mundo por conta de uma lesão de Neymar. O atleta participou de 14 minutos em uma vitória dos Canarinhos sobre a Venezuela por 1 a 0 e deixou a equipe antes do confronto contra o Uruguai por conta do retorno do astro do PSG.
Convocar um atleta que não participou do ciclo da Copa do Mundo do Qatar e que não disputou partidas com um nível de enfrentamento maior do que o que se encontra na América do Sul é um risco a ser observado pela comissão.
NÍVEL DE ENFRENTAMENTO
E quando se trata de nível de enfrentamento, é bom lembrar que Pedro teve chance de jogar na Europa, mas não conseguiu ter um bom rendimento. Apesar dos 59 minutos disputados em quatro partidas, o brasileiro não deixou saudades no Velho Continente sem nenhum gol marcado.
Voltou para o Brasil, enquanto a Fiorentina optou pela permanência de Dusan Vlahovic. Não há comparação na Itália entre o atacante do Flamengo e o centroavante da Sérvia, que após grandes desempenhos com a a camisa da Viola foi contratado pela Juventus, enquanto Pedro tem sua carreira estagnada no Rio de Janeiro.
Em seu melhor momento na carreira, Pedro tem 21 gols no ano, excluindo o fraquíssimo Campeonato Carioca, sendo 12 na Libertadores. Desses 12 gols na principal competição das Américas, oito foram contra o Vélez Sarsfield e o Deportes Tolima.
Sem querer tirar os méritos do centroavante rubro-negro, mas o Flamengo enfrentou o vice-lanterna do Campeonato Argentino e o 17º colocado (de 20 clubes) do Clausura da Colômbia. Em uma Copa do Mundo, não há adversários tão fracos pelo caminho da Seleção Brasileira e a fase não é uma contestação de que o atleta mereça ir para o Qatar.
Uma possível convocação de Pedro para a Copa do Mundo será uma prova de precipitação e falta de convicção ao trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo de quatro anos. Um bom momento não deveria valer mais do que temporadas consecutivas atuando em um bom nível em praças mais competitivas do que no Brasil.
APENAS O MOMENTO
Pedro vem tendo um 2022 excelente, principalmente quando se trata de Libertadores, em que o atleta tem 12 gols em 12 partidas. Por outro lado, o desempenho do atacante no Campeonato Brasileiro não é o mesmo, embora tenha mais minutos em campo.
Em 2020, quando chegou ao clube carioca, o centroavante disputou 39 partidas entre as três principais competições da equipe rubro-negra na temporada: Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil. Nesse período, o atacante anotou 17 gols e contribuiu com duas assistências.
Com a ajuda da matemática, é possível percebermos que Pedro marcava um gol a cada 113 minutos jogados. Ou seja, o centroavante precisava de mais de um jogo para balançar as redes dos adversários. E o desempenho no ano seguinte foi ainda pior.
Em 2021, o camisa 21 conseguiu ter uma sequência no início do Campeonato Brasileiro, uma vez que Gabigol servia a Seleção Brasileira na Copa América. Em seis jogos como titular da equipe de Rogério Ceni, o centroavante marcou um único gol.
No ano passado, Pedro teve um desempenho ainda pior em relação a 2020. Em 38 partidas disputadas entre Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil, o atacante marcou somente 12 gols. Dessa forma, o jogador anotava um gol a cada 155 minutos.
PRECISA DE UM CENTROAVANTE?
Além disso, a Seleção Brasileira possui algumas peças que devem ser certas na convocação de Tite. Nomes como os de Neymar, Vini Jr, Gabriel Jesus, Raphinha, Antony, Rodrygo e Richarlison devem ser lembrados no elenco de 26 jogadores.
Embora se diga sobre as diferentes características que Pedro possua, será tão necessário a presença de um centroavante de ofício no plantel? Em 2014, o Brasil jogou com Fred, um nove clássico e, na época, o melhor atacante do país, mas não conseguiu ter sucesso.
Por outro lado, Gabriel Martinelli, que joga ao lado de Gabriel Jesus no Arsenal e já participou de algumas partidas do atual ciclo de Copa do Mundo, vem jogando muito com a camisa dos Gunners. Por estar longe, o ponta acaba não tendo o mesmo apelo de parte da imprensa e de torcedores para chegar no Qatar.
Matheus Cunha, artilheiro do Brasil nos Jogos Olímpicos e contratado pelo Atlético de Madrid após boa participação no Hertha Berlin, também é um jogador que atua em um nível mais alto de futebol e pode ser considerado pelo técnico da Seleção.
Tite também pode pensar em reforçar outros setores, como o meio de campo com Douglas Luiz ou Gerson. Ou até mesmo as laterais, com a presença de Emerson Royal ou Alex Telles. Tenho dúvidas se o ataque é, de fato, um setor a ser priorizado na Copa do Mundo.
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