– Eu sou meio tímido com o Neymar, fico me tremendo todo quando estou com ele.
A frase do volante Thiago Maia mostra bem a idolatria do jovem elenco da Seleção olímpica a Neymar. Embora tenha apenas 24 anos, pouco mais que os outros convocados (com exceção de Renato Augusto e Fernando Prass), ele é visto como mais do que um simples companheiro, um ídolo dos garotos.
Até por isso o camisa 10 ganhou precocemente a alcunha de “presidente”, que no passado era usada para designar Ronaldo Fenômeno.
Além do respeito e admiração, há também a badalação, sobretudo nos momentos de folga da Seleção. Fotos com Neymar se acumularam nas redes sociais dos jogadores nos últimos dias, quase sempre acompanhadas de legendas em homenagem ao camisa 10 ou de adoração a ele.
O fato é também uma novidade para Neymar, que embora já viesse ganhando esse status no grupo canarinho nos últimos anos, não convivia com tanta idolatria na Seleção principal. Capitão nos tempos de Dunga, ele já comandava os rituais de trote aos convocados pela primeira vez e também assumiu o papel de líder aos poucos, mas agora foi alçado a outro patamar. E o próprio atacante do Barcelona já seu deu conta disso e tenta lidar de forma natural.
Descontraído, ele tenta brincar com todos e aproximar os mais tímidos, como acontece com o goleiro Uilson. Em entrevista coletiva ontem, o camisa 10 falou sobre isso:
– Não me sinto presidente, não me sinto intocável, muito pelo contrário. Tento chegar perto deles, estar cada vez mais próximo, mas dá para sentir a diferença, já estive onde eles estão, encontrando ídolos na Seleção... Hoje ter o papel de ídolo deles é uma honra, um orgulho. Isso para mim é maravilhoso. Tento deixá-los à vontade, para que me vejam como ídolos e também companheiro de equipe – disse o atacante, que concorre com Fernando Prass pelo posto de capitão na Olimpíada.
Rafinha, companheiro de Barcelona, e Gabigol, que o conheceu no Santos, são dois dos mais próximos de Neymar em treinos e na concentração. Mas todo mundo tenta tirar uma casquinha...