Que Mérida! Brasil tenta ser líder na viagem mais chata das Eliminatórias
Seleção enfrenta a Venezuela em cidade de difícil acesso, onde a Argentina só empatou
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A Venezuela é lanterna das Eliminatórias, só ganhou do Brasil uma vez na história (em um amistoso) e o momento da Seleção Brasileira é de franca ascensão. Roteiro definido? “Sí, pero no mucho”, diriam os hispânicos. O tempero para o confronto de nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), pela décima rodada, é justamente o fator casa: a cidade de Mérida, onde o Brasil terá a quarta missão sob a batuta de Tite.
O local em que o Brasil vai tentar vencer para assumir a liderança das Eliminatórias para a Copa-2018 é de difícil acesso, demanda uma logística diferente e lá a Venezuela conseguiu empatar por 2 a 2 com a Argentina, há dois jogos.
– Não existe jogo fácil jamais. A Venezuela tem dois pontos, mas se torna ainda mais perigosa. Joga com menos responsabilidade, em casa, com apoio da torcida, e nós temos a responsabilidade de fazer um grande jogo, de merecer a vitória. A Argentina não conseguiu ganhar aqui, teremos que nos defender muito bem, não cometer erros e ser muito criativos no ataque – disse o lateral-esquerdo Filipe Luis, que será o capitão da Seleção.
O Brasil demorou nove horas para chegar de Natal, onde atropelou a Bolívia, ao local do jogo desta terça. A comissão técnica, de propósito, até pelas restrições de suprimentos que a Venezuela, em crise, lida no momento, planejou a viagem o “mais tarde possível”. No treino desta segunda – pela primeira vez uma Seleção Brasileira pisou no gramado em Mérida – nada de novidades em relação à atividade do dia anterior: Willian e Paulinho entre os titulares.
Mas um brasileiro já esteve na cidade venezuelana antes da Seleção. Trata-se de Hildo Nejar, experiente dirigente, que trabalha como delegado de jogos para a Conmebol. Hildo esteve no empate com a Argentina.
– O estádio é muito bom, a segurança foi muito boa, não teve um senão. Eles deram todas as garantias. O problema da cidade é o transporte, porque Mérida não tem aeroporto. É o maior problema. Mas o gramado é muito bom, os vestiários também. A Argentina jogou e não teve nenhuma reclamação – comentou Nejar ao LANCE!, que está no momento em Barranquilla, na Colômbia, para a rodada das Eliminatórias.
O Brasil será a atração em um país que passa por privação, crise de abastecimento e inflação.
– Estão em grandes dificuldades para comprar comida, tem fila para tudo – disse Nejar.
Mas, infelizmente para os donos da casa, o Brasil nem pensa em abrir mão da vitória em troca de alegria para os locais.
– Sei que a Seleção Brasileira em qualquer lugar mexe muito. Uma coisa é o respeito ao povo, ao torcedor, ao venezuelano, o carinho. Outra é competir no esporte, procurar vencer. Dá para fazer as duas coisas – avisou Tite.
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