Além de aproveitar os dez dias de Data Fifa para realizar um período exclusivamente de treinos na Granja Comary, em Teresópolis, a Seleção Brasileira Feminina terá outra novidade no período: a presença de dois representantes das comissões técnicas dos 16 clubes que integram a Série A1 do Brasileirão Feminino. A ideia partiu do técnico Arthur Elias e foi aprovada pela CBF, que já enviou os convites aos clubes.
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A Seleção Feminina foi convocada nessa quinta-feira (6), para a Data Fifa de fevereiro, que acontece entre os dias 17 e 26. Arthur Elias optou por não realizar nenhum amistoso e reservar o período — no qual os clubes são obrigados a liberar as atletas — para intensificar treinamentos e dar oportunidade a novas jogadoras. Tanto é assim que a convocação da Seleção Feminina teve 30 jogadoras chamadas, em vez das 23 habituais.
Como o treinamento será restrito à Granja Comary, o treinador pediu à CBF que levasse integrantes das comissões técnicas de clubes da elite nacional para acompanharem os últimos quatro dias de atividades.
— O objetivo é que todos os profissionais da Série A1 possam ter acesso às ideias e métodos de trabalho da Seleção Brasileira. Isso vai ajudar alguma coisa nas suas ideias de trabalho, assim como a gente também vai escutá-los. Com certeza eles vão trazer muita coisa positiva — explicou Arthur Elias.
— Discutir futebol, sempre ganha todo mundo. A gente conseguir trocar essas ideias e experiências que temos, sempre ganha todo mundo. Um exemplo prático: às vezes a gente está olhando uma atleta, mas essa atleta tem uma outra posição no clube dela. Ela está na mesma posição, mas funciona completamente diferente no clube dela do que eu peço na Seleção. Quanto mais a gente conseguir entender isso, melhor — exemplificou o treinador da equipe feminina.
Seleção Feminina terá 'troca de ideias' com treinadores na Granja Comary
Arthur Elias rechaçou qualquer intenção da comissão técnica da Seleção Feminina em padronizar treinamentos nos clubes no período na Granja Comary. Para ele, manter as características de cada um é fundamental para a evolução da modalidade.
— Sou totalmente contra a gente padronizar treinamento num País como o nosso. O Brasil é muito diverso em todos os sentidos, na sua cultura, na sua formação populacional, em tudo. E o futebol reflete sempre a sociedade — sustentou o técnico da Seleção Brasileira Feminina.
— A gente tem um futebol que antigamente a gente dizia a escola do Rio Grande do Sul, carioca, paulista, baiana, enfim, de todos os estados, e a gente tem muitos jogadores e jogadoras excelentes. Temos diferentes maneiras de pensar e fazer futebol, e isso nos enriquece — considerou Arthur Elias.