Seleção ganha dinâmica com nova formação, mas dá sinais de que precisa de ajustes para engrenar de fato

Opção por lançar três meias rende início empolgante, mas queda de rendimento na etapa final culmina na protocolar vitória por 2 a 0 sobre o Peru, na Arena Pernambuco

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A postura da Seleção Brasileira na vitória por 2 a 0 sobre o Peru evidenciou o potencial dos comandados de Tite. Ao depositar a ficha em uma formação com três meias no jogo válido pela décima rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo e ver Neymar se redimindo da atuação na partida anterior, a equipe canarinho viu uma brecha na qual pode ficar encaixada.

- A gente sempre conversa entre os jogos, temos uma meta que é jogar bem para vencer. Queremos dar um espetáculo para o torcedor - afirmou o meia Everton Ribeiro, que marcou em segundo gol nos dois jogos disputados nesta sequência e continua "em alta".

Contudo, o ritmo de treino que prevaleceu na etapa final trouxe algumas desconfianças sobre como a equipe pode ter continuidade.

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A escalação de Everton Ribeiro no lugar de Vinicius Júnior e a oportunidade dada a Gerson no meio deixaram a equipe em uma formação 4-3-1-2. Enquanto Casemiro ditava o equilíbrio da Seleção, Gerson tinha liberdade para descer pela esquerda e Everton Ribeiro e Lucas Paquetá municiavam a dupla de ataque.

Neymar, escalado inicialmente para o ataque, voltava em alguns momentos para o meio (revezando com Everton), e fazia lançamentos perigosos. Alex Sandro, Everton Ribeiro e Lucas Paquetá tiveram oportunidades oriundas dos pés do camisa 10.

Um "bote" do atacante abriu caminho para a vitória brasileira. Ao superar Santamaría, Neymar fez o  cruzamento, a bola passou por Gabigol e Everton Ribeiro não titubeou ao marcar.

A engrenagem do meio de campo continuou a funcionar. Participativo nas trocas de passes com Paquetá, Everton Ribeiro aproveitou sobra vinda da zaga adversária entrou e mandou o chute. A bola, mansamente, parou nos pés de Neymar, que concluiu para a rede, fechando uma etapa inicial promissora. 

- Acho que a Seleção tem jogadores de qualidade e, e do jeito que a gente jogou, casou bastante com a formação deles. O professor preparou bem a cartilha, nos deu as instruções, achamos os espaços e, por isso, entramos bem na zaga deles e fomos sólidos defensivamente - afirmou Everton Ribeiro em entrevista coletiva.


A atuação abaixo da média vinha dos pés de Gabigol. Por mais que se empenhasse em apresentar-se para tabelas com Neymar, o atacante errava uma série de passes e decepcionava nas finalizações. 

Nem mesmo a decisão de Tite em dar mais tempo em campo foi suficiente para que seu futebol engrenasse. O camisa 9 chegou atrasado em investidas, tomou decisões confusas e, para completar, a rotação do Brasil na etapa final não o ajudou.

Sem o mesmo ímpeto, a Seleção passou a administrar a partida, enquanto o Peru esboçava uma reação basicamente em chutes de fora da área. Um panorama que deu margem para comprovar que a solidez defensiva da equipe de Tite continua, mesmo com as constantes mudanças que a zaga sofreu nos últimos dias (na última quinta-feira, Éder Militão trocou seu lado devido à entrada de Lucas Veríssimo).

Tite fez alterações na equipe, abrindo espaço para Matheus Cunha, Daniel Alves, Hulk, Bruno Guimarães e Edenilson, mas a Seleção não passou de lampejos. Na Arena Pernambuco, o gosto de esperança pelo que a Seleção apresentou ficou basicamente pelo primeiro tempo. Há "caixa" para mais.

- Acho que a gente vem, não só hoje, mas procurando sempre  fazer um grande trabalho, o professor Tite cada vez mais nos dando liberdade, independente das funções que serão exercidas dentro de campo. Acredito que a gente está cada vez com mais produtividade dentro de campo e, assim, conseguindo fazer os gols - disse Lucas Paquetá.

Há outros alertas. A seleção peruana está longe de ser um teste à produtividade da equipe, que lidará com a baixa de Neymar, suspenso contra a Venezuela, na primeira partida da sequência de outubro). A vitória sobre a "Blanquirroja" foi protocolar e o 1 a 0 sobre o Chile trazem bons caminhos e mantêm o 100%. Mas, conforme Tite alertou, há de se construir passo a passo até o Qatar-2022.

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