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Tite cita conversa com Miranda e crava falta no gol: ‘Lance foi claro’

Para o técnico da Seleção, zagueiro foi claramente empurrado por Zuber antes de lance que culminou com o empate da Suíça em Rostov: 'Não dá para conceber alto nível dessa forma'

Tite não ficou satisfeito com a atuação da arbitragem em Rostov. Para ele, Miranda sofreu falta clara de Zuber antes do gol
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Lance!
Enviado especial a Rostov (RUS)
Dia 17/06/2018
18:13
Atualizado em 17/06/2018
19:25

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Para o técnico Tite, o empate da Suíça com o Brasil não foi justo. O treinador acredita que Miranda foi deslocado por Zuber antes do gol suíço e que o árbitro de vídeo, VAR, deveria ter sido usado para invalidar o lance. Em zona mista, o zagueiro brasileiro disse que deveria ter "se jogado" para chamar mais a atenção do juiz, hipótese que foi completamente descartada para o técnico, que pretende evitar ao máximo simulações. 

- Gostaria de estar respondendo outra pergunta de performance e desempenho. Pode parecer desculpa pelo empate. Não tem que pressionar a arbitragem. Tem gente para avaliar, não podemos ter uma equipe desequilibrada (com isso). O lance do Miranda é muito claro. E não estou justificando o resultado. Muito claro. O lance do pênalti é passivo de interpretação. Mas o primeiro não. Não dá para conceber alto nível dessa forma - ponderou Tite, citando também o lance no qual Gabriel Jesus foi agarrado na área pelo zagueiro Akanji. 

Na sequência, o treinador revelou ter tido uma conversa com Miranda, na qual o zagueiro se mostrou chateado e com a ideia fixa que deveria ter caído ao ser tocado por Zuber. O comandante fez questão de citar o diálogo e dizer que deixou claro sua orientação. 

- Miranda me disse que talvez deveria ter caído após o empurrão para deixar a falta mais clara. Eu disse para ele: ''Não, ai caracterizaria simulação e eu não quero isso'' - completou. 

Tite admitiu que a Seleção não esteve em sua melhor apresentação na estreia da Copa do Mundo. Para ele, a ansiedade pelo debute acabou atrapalhando no empate com a Suíça, embora o volume de jogo tenha sido satisfatório no começo do confronto. Segundo o técnico, a partir do momento em que a ansiedade toma conta dos jogadores, as ações começam a ser imprecisas.  

- Tivemos algumas partes que oscilaram. Até o gol o volume foi forte. E depois retraiu demais, que não é o nosso normal. No intervalo corrigimos alguns posicionamentos, tentamos ter uma saída mais adiantada. Mas durante o jogo a Suíça conseguiu ser melhor a partir do gol. Depois equilibramos de novo. E mantivemos um nível de Brasil, mas a ansiedade bateu forte. Apressamos demais o jogo. Quando apressa demais, o último movimento (finalização) fica impreciso. Foram 20 chutes, mas muitos para fora. Poderíamos ter feito o goleiro trabalhar mais - afirmou. 

O Brasil volta a campo na próxima sexta-feira, para enfrentar a Costa Rica, às 9h (horário de Brasília), em São Petersburgo. Até lá, a Seleção terá a semana livre para treinos em Sochi. 

Confira outros pontos abordados na coletiva de Tite: 

Sentimento após o empate
- Temos que focar em performance. Nesse momento de Copa do Mundo tem que absorver o gol, quando o adversário arrisca mais, manter mais a posse de bola, equipe elétrica, acesa, ligada... Às vezes cadenciar, fazer o adversário correr. Nosso ritmo é intenso. Ela tem condição de produzir mais e de forma equilibrada. Ela sentiu emocionalmente o gol, dez minutos depois dele. E depois vamos ter chance de decidir, como tivemos. As finalizações precisam ser mais precisas, mais frias. Claro que a minha expectativa era de vitória. Não estou feliz com o resultado.

Dois terços do jogo fiquei contente. Até o gol, jogadas criativas, inversões, foi a característica do nosso time. A Suíça cresceu depois e ajustamos no intervalo. Ai veio o gol. Os dez minutos disso nós precisamos nos reajustar. Depois retomamos o controle, mas nos precipitamos na finalização. Esse aprendizado vamos levar para o segundo jogo.

Bolas aéreas
- Aceito falar de todos os outros gols de cabeça que levamos, o de hoje não. Foi notório o empurrão. Não foi posicionamento, foi falta. Tomamos seis gols em 22 jogos. A bola parada na Copa ela beirou nesses primeiros jogos 45% dos gols. Mas desse gol não aceito a observação.

Substituições (Firmino, Fernandinho e Renato Augusto entraram)
- Casemiro levou o cartão. Não substituo só por isso. Mas dois ou três movimentos em seguida foram perigosos. E tenho um jogador de alto nível no banco como o Fernandinho. Renato é articulador, pensador, e Paulinho não estava em seu melhor dia. E do Firmino que está muito bem, apesar da movimentação do Gabriel. Firmino está em momento de alta confiança. Os três entraram bem na minha opinião.

Dez das 19 faltas em cima de Neymar
Talvez a falta de precisão de finalização tenha sido pela marcação. Mas algumas situações foram limpas e faltou precisão. Um pouco de ansiedade, primeiro jogo, vontade de vencer. No técnico também bateu isso. E essa pressão associadas às duas coisas. Nós queremos jogar, queremos jogo. E a orientação é bater rápido a falta. Vamos continuar assim. Vamos tomar a falta e sair para o jogo. O Brasil propõe o jogo.

Cidade e Arena de Rostov 
Agradeço à receptividade da cidade de Rostov. O gramado é um tapete, o palco é bonito, agradável, caloroso. Não dá para conhecer a cidade, porque estamos muito envolvidos no jogo.

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