O Conselho de Administração da CBF designou nesta quarta-feira (25) Ednaldo Rodrigues para ser o sucessor de Antônio Carlos Nunes no comando da entidade até o fim do processo contra Rogério Caboclo. De acordo com o "GE", a reunião contou com os oito integrantes do conselho, formado somente pelos vice-presidentes da Confederação.
Agora, os vice-presidentes da CBF irão se encontrar com os mandatários das federações estaduais, que estão em um hotel no Rio de Janeiro.
Em contato com o "GE", Ednaldo afirmou que aceitou o convite de comandar a CBF até o fim do processo contra Caboclo com o intuito de "pacificar" a entidade. O dirigente presidiu a Federação Bahiana de Futebol por duas décadas e só deixou o cargo em 2019. Ele não tem ligação com Rogério Caboclo ou Marco Polo Del Nero.
A CBF lida com um turbilhão interno. Rogério Caboclo foi afastado da presidência em junho após ser acusado de assédio sexual e moral por uma funcionária da entidade, que gravou o dirigente perguntando se ela se masturba, entre outras atitudes.
Posteriormente, o Coronel Nunes assumiu a presidência na condição de vice mais ve,lho. Na última terça-feira (24), a Comissão de Ética do Futebol descartou as acusações de assédio e recomendou o afastamento de Caboclo por 15 meses por "conduta inapropriada".
Três mulheres afirmam ter sido assediadas por Caboclo. Duas delas fizeram denúncias formais, enquanto uma terceira não o fez, só que declarou ao Ministério Público que sofreu assédio do dirigente.
A recomendação da Comissão de Ética passará a ser analisada pela Assembleia Geral, formada pelos presidentes das 27 federações estaduais. A princípio, Ednaldo Rodrigues assume o mandato até a assembleia, que possivelmente ocorrerá na próxima semana. Caso Caboclo seja afastado, haverá uma nova reunião na CBF para decidir quais serão os próximos passos.
De acordo com o "GE", os presidentes das federações estaduais ficaram irritados com o parecer da Comissão de Ética, que havia recomendado a suspensão de Caboclo por 15 meses. Caso haja a manutenção da pena na Assembleia Geral, o presidente afastado voltará à entidade em setembro de 2022, antes do fim do seu mandato, previsto para abril de 2023.
Os presidentes da entidade teriam se revoltado com o parecer e até cogitam absolver Caboclo na assembleia, o que faria com que ele voltasse imediatamente à presidência da CBF. Segundo esses dirigentes, se o parecer da Comissão de Ética dá ao presidente a chance de retornar ao cargo, o melhor caminho é permitir que ele volte.
Caboclo está afastado desde 6 de junho da presidência da CBF, dois dias após ser protocolada a denúncia de assédio sexual e moral. Após um afastamento inicial de 30 dias, em 3 de junho, a Comissão de Ética da entidade renovou o afastamento por 60 dias.
Uma funcionária o denunciou por assédio e agressão, enquanto um diretor o acusou de assédio moral. A Assembleia Geral votará apenas a primeira denúncia.