Filipe Toledo é o primeiro brasileiro campeão do Hawaiian Pro
O natural de Ubatuba larga na frente na disputa da Tríplice Coroa Havaiana; Wiggolly Dantas ficou em terceiro e Adriano de Souza e Tomas Hermes pararam nas semifinais
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Filipe Toledo largou na frente na briga pela Tríplice Coroa Havaiana. O natural de Ubatuba conquistou, nos primeiros minutos desta terça-feira, o título do Haleiwa Beach. Esta é a primeira vez que um brasileiro leva a etapa do WQS (divisão de acesso do surfe). Outro paulista, Wiggolly Dantas, disputou a final, ficando em terceiro lugar, com o americano Griffin Colapinto em segundo e o taitiano Michel Bourez em quarto. Dois brasileiros pararam nas semifinais, o campeão mundial Adriano de Souza e Tomas Hermes, segundo catarinense a confirmar vaga no Circuito Mundial (WCT) em 2018.
- É maravilhoso, realmente incrível, porque senti o gosto da vitória em 2015, quando fui vice-campeão, mas agora consegui o título aqui, o primeiro brasileiro. É incrível. Eu já me qualifiquei para o World Tour do ano que vem, então eu estava super relaxado. Eu só fiz o meu jogo com minhas estratégias e fiz o que precisava fazer, então agradeço a Deus pelas ondas nas baterias e por esses aéreos (risos). Foi muito divertido - afirmou o Filipinho.
O último dia do Hawaiian Pro começou com maioria brasileira nas oitavas de final, quatorze surfistas entre os 32 classificados. E foi assim até a decisão, participando de todas as quinze baterias. Começou com três na primeira e terminou com dois nas duas semifinais e na grande final. O campeão Filipe Toledo ganhou as quatro que disputou, sempre achando boas ondas nas difíceis condições do mar para mostrar a sua variedade de manobras.
Na grande final, o californiano Griffin Colapinto, segundo surfista a confirmar classificação para a elite no próximo ano, largou na frente finalizando sua primeira onda com um ataque na junção incrível para ganhar 8,17 com apenas duas manobras. Ele demorou bastante para pegar a segunda, enquanto isso Filipe Toledo foi ganhando vantagem. Ele entrou na briga com o 7,67 que recebeu em sua terceira onda e o 6,50 da quarta. Quando o novo top do WCT pegou sua segunda, que foi boa também e valeu 7,77, Filipe respondeu com um aéreo sem as mãos na prancha que arrancou 8,87 dos juízes, para atingir imbatíveis 16,54 pontos, contra 15,94 do norte-americano.
- Era uma onda média e o Wiggolly olhou para ela, a prioridade (de escolha da onda) era dele, mas não gostou porque parecia que ia fechar e deixou passar. Eu entrei nela e quando bati no lip (para voar no aéreo), senti que a prancha tinha quebrado, ouvi um barulho muito louco e pensei: “Não”. Ainda assim, fiz toda a rotação e pousei na espuma. Eu fiquei assustado, achando que a prancha tinha partido ao meio, mas graças a Deus ela estava bastante sólida ainda e eu pude aterrizar naquele aéreo - contou Toledo.
Os outros finalistas não conseguiram achar boas ondas durante praticamente toda a bateria. Wiggolly Dantas ainda encontrou algumas para mostrar a potência do seu backside no final. Ele recebeu notas 7,03 e 6,00 para ficar em terceiro lugar com 13,03 pontos e Michel Bourez conseguiu apenas 8,77. Wiggolly era o único a surfar as direitas de Haleiwa de costas para a onda e também chegou invicto na grande final, como Filipe Toledo. Deixou dois campeões mundiais pelo caminho, Adriano de Souza nas semifinais e o defensor do título do Hawaiian Pro, John John Florence, nas quartas de final.
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No momento, Wiggolly Dantas ocupa a 24ª posição no ranking do WCT, portanto está fora do grupo dos 22 primeiros que são mantidos na elite para o ano que vem. Ele está focado em brigar pela vaga em Pipe Masters e só tinha participado de duas etapas do QS antes dessa. Com os 6.700 pontos do terceiro lugar no Hawaiian Pro, saltou de 301º para 47º no ranking e pode até conseguir sua permanência na elite entre os dez indicados pelo WQS, caso conquiste outro bom resultado no QS 10000 de Sunset Beach, que começa neste sábado. Metade das vagas ainda está em disputa.
Confirmados no WCT em 2018
Quatro brasileiros já estão garantidos na elite do surfe no próximo ano. O primeiro a carimbar o passaporte para o WCT foi o líder do ranking do WQS, Jessé Mendes. O catarinense Yago Dora confirmou a sua em setembro, com a vitória nas Ilhas Açores, em Portugal.
Outros dois catarinenses se classificaram nos últimos dias do Hawaiian Pro. Willian Cardoso, festejou sua vaga ao passar para as oitavas de final e Tomas Hermes, quando avançou para as quartas de final em sua primeira bateria do último dia de competição. O jovem californiano de 19 anos, Griffin Colapinto, entrou no WCT com a passagem para as semifinais.
- Não é um sonho, pois acho que vivo esse sonho todos os dias. Não é um sonho me qualificar para o WCT, é o resultado de um trabalho duro ao longo dos anos. Eu quero agradecer a muitas pessoas, minha família, a Vans que me patrocina. Eu acredito em mim, no meu criador, na minha esposa, que está sempre comigo. Ela não se importa com nada, acorda cedo comigo, é minha esposa, melhor amiga, treinadora. É especialmente por causa dela, que estou aqui hoje - disse Tomas Hermes.
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