Ao conquistar seu primeiro título mundial, em 2014, Gabriel Medina assinou uma espécie de ritual de passagem: o jovem talentoso que cresceu pegando onda em Maresias confirmou que era uma nova estrela do esporte. Era o primeiro brasileiro campeão mundial, um ano antes de Adriano de Souza, o Mineirinho. Quatro anos depois, em um dia de ondas espetaculares no Havaí, Medina tornou-se o primeiro brasileiro bicampeão mundial em dia iluminado no Pipe Masters, encerrado em uma final com o australiano Julian Wilson, o vice-campeão da temporada. À diferença de 2014, porém, Medina tem um novo horizonte: ele confirma que será um favorito à medalha de ouro na estreia do surfe nos Jogos Olímpicos, em Tóquio-2020, e terá companhia de outros brasileiros capazes do feito. O bicampeão tem qualidades que são para poucos no esporte. É técnico, tem ótima forma física, é criativo nas ondas e não se deslumbra em nenhum momento. Não importa se é amigo de Neymar ou recebe elogios do pentacampeão de F-1 Lewis Hamilton nas redes sociais. Medina também é frio. Para vencer no Havaí, saiu de um buraco nas quartas de final e enfrentou uma semifinal e uma final duríssimas. Controlou os nervos como é raro se ver. Gabriel foi o ponto alto de uma temporada de ouro do surfe brasileiro, com nove vitórias. Além do campeão, que conseguiu três vitórias, também levantaram troféus Ítalo Ferreira (3), Filipe Toledo (2) e William Cardoso (1). Com cinco atletas entre os 15 primeiros, o país segue dropando ondas perfeitas a caminho do Japão.
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