Em final brasileira, Ítalo Ferreira bate Medina, vence Pipeline e é campeão mundial pela primeira vez
Potiguar de 25 anos elimina lenda Kelly Slater, vence compatriota em decisão que reuniu os dois postulantes ao título, e garante quarto título em seis anos para o Brasil na WSL
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O oceano é verde e amarelo. Nesta quinta-feira, no Havaí, em final histórica que valia tanto o título da etapa de Pipeline quanto a conquista da Liga Mundial de Surfe, Ítalo Ferreira venceu o atual campeão Gabriel Medina e conquistou o “mundo" pela primeira vez. Foi o quarto troféu da WSL para a “Brazilian Storm” nos últimos seis anos.
As ondas da Ilha de Oahu banharam uma corrida de tirar ao fôlego ao longo do dia. Ítalo, de 25 anos, teve a vantagem de cair na água sempre antes do rival compatriota. No caminho, tirou as chances de título do americano Kolohe Andino ao se classificar para as quartas de final e garantiu o troféu para o Brasil. Na semi, passou com autoridade pela lenda Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial.
Na final, o potiguar mostrou porque chegou à decisão com as melhores chances. Logo na primeira onda, cravou um 7.83 e, na sequência, sem dar chance para Gabriel Medina, somou mais 6.17. A pressão estava todo no lado paulista. O bicampeão “estreou” na final com um 7.77 e depois conseguiu 5.83 para reduzir a diferença.
O surfista do Rio Grande do Norte, porém, voltou a ser agressivo, garantiu bom tubo e nota 7.73, obrigando o atual campeão a buscar um 7.80 nos minutos finais. Medina batalhou, mas não encontrou um boa onda, e precisou adiar os planos para o tricampeonato da WSL.
O CAMINHO ATÉ A DECISÃO VERDE AMARELA
OITAVAS DE FINAL: ÍTALO E MEDINA VENCEM DUELOS CONTRA BRASILEIROS COM DIREITO A POLÊMICA
Ítalo Ferreira começou enfrentando o paranaense Peterson Crisanto, de 27 anos, estreante na elite mundial nesta temporada. O duelo iniciou com 10 minutos de muito estudo. Apesar do confronto morno, o favorito acertou um tubo de 6.67 na última onda e terminou com vitória por 11.84 a 4.23. A classificação do potiguar tirou o americano Kolohe Andino da disputa pelo título - que ficou garantido para o Brasil.
Em seguida, Gabriel Medina caiu na água pressionado pelo resultado do rival compatriota. E a vitória sobre o também brasileiro Caio Ibelli foi polêmica. Na última onda, o bicampeão mundial interferiu na atuação do adversário. Com a punição estratégica, Medina deixou de somar sua segunda melhor onda, mas garantiu o triunfo por 4.23 a 1.13.
Mas não houve clima ruim. Após a derrota, Caio Ibelli falou em rede social sobre sua relação com Gabriel Medina: "É uma história de amor".
QUARTAS DE FINAL: SHOW DE MEDINA
Em nova disputa brasileira, Ítalo Ferreira e Yago Dora iniciaram as quartas com muita emoção. O curitibano chegou a liderar faltando quatro minutos, mas o líder do ranking acertou um tubo de 8.33 e assumiu a dianteira. Dora encostou no fim, mas não o suficiente para vencer. Com um 15.66 a 13.50, Ítalo garantiu vaga nas semis, torcendo por uma vitória de John John Florence sobre Medina.
O duelo de bicampeões mundiais começou quente. Logo na primeira onda, Medina conseguiu um tubo tranquilo e quase finalizou com um aéreo. Nota 8.40 para o brasileiro. O adversário havaiano assumiu a liderança com duas ações seguidas, mas Medina, com tubo longo seguido de aéreo, em uma das melhores ondas do dia, conseguiu um 9.23 e retomou a ponta. No fim, nova vitória verde e amarela por 17.63 a 12.33.
SEMIFINAIS: BRASIL GOLEIA OS EUA
Por vaga na decisão, Ítalo Ferreira teve pela frente ninguém menos que Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, classificado após grande atuação contra Jack Freestone. E houve “goleada” brasileira. Com bons tubos para a esquerda, o brasileiro abriu boa vantagem para a lenda americana, que não repetiu o bom desempenho. No fim, vitória arrasadora do nordestino por 13.77 a 2.57.
Na outra semi, Medina não deu chances ao também americano Griffin Colapinto. Na primeira onda, o atual campeão “atropelou” o rival e começou pontuando. O surfista tupiniquim ainda conseguiu um 8.00, venceu por 13.10 a 7.10, e faria a final histórica contra Ítalo Ferreira.
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