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ATP tem o final de semana para decidir se joga o US Open Series

Regra de condução do esporte, obrigada ATP a definir seu futuro nas próximas semanas

Andrea Gaudenzi
imagem cameraATP
Dia 29/05/2020
20:24

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Por Ariane Ferreira - Está cada vez mais próximo o dia em que a ATP precisa definir o que fará com parte de seu calendário, em especial o chamado US Open Series, série de torneios que culminam na disputa do US Open.

Pressionada por parte do público que pede o retorno do circuito profissional, bem como organizadores de torneios, parte dos jogadores, e principalmente por patrocinadores e redes de televisão em todos o mundo que possuem direitos de transmissão a Associação dos Tenistas Profissionais tem até 15 de junho para definir como seguirá o calendário.

A data já havia sido divulgada pela própria ATP quando anunciou a suspensão do circuito oficialmente até 31 de julho, cancelando assim a temporada da grama inteira. Porém, um fato não divulgado e de extrema importância, tem tirado o sono dos profissionais da ATP.

Por regra, de prestação de serviço e compromisso com os tenistas de todo o mundo, a ATP tem obrigação de informar todos os atletas, individualmente, sobre o retorno do circuito com o prazo mínimo de seis semanas e ideal de oito semanas, antes do início da retomada da competição.

A regra existe para que todos os tenistas, independente do nível de disputa no tênis profissional, possam se preparar de maneira planejada e tranquila para a retomada do esporte em alto nível. O texto da regra visa evitar grande número de lesões na volta das disputas.

Esta determinação é a mesma que rege as inscrições de torneios e divulgação interna oficial dos calendários. Ela se aplica em nível Challenger sobre a data do início da temporada, já que o calendário neste nível é divulgado sempre entre 30 e 40 dias antes do início de um novo grupo de três meses de competição.

A reportagem do Tênis News entrou em contato com a equipe de comunicação da ATP para confirmar a data limite para que uma decisão fosse tomada em relação à US Open Series. A ATP, por sua vez, limitou-se a recordar que divulgará 'novidades' em 15 de junho e afirmando não ter nenhum fato novo além da informação, não respondendo as demais perguntas da reportagem.

Caso a decisão seja tomada em 15 de junho, o prazo mínimo imposto pela regra definiria que a partir de 27 de julho o circuito poderia ser retomado. Portanto, a competição voltaria já no ATP 500 de Washington, nos Estados Unidos em 2 de agosto, e por sua vez toda a US Open Series seria realizada, com restrições ainda a serem definidas pelas associações do tênis, organizadores e autoridades sanitárias locais.

Um fato novo é que a edição desta sexta-feira do jornal espanhol Marca conta que o presidente da ATP, o italiano Andrea Gaudenzi, deu um ultimato interno e colocou a próxima segunda-feira, 1º de junho, como data limite para a definição do que acontecerá com os torneios na América do Norte.

Pressão europeia

Vale ressaltar, que além dos torneios norte-americanos, a ATP e também a WTA, têm sido pressionadas internamente por organizadores de torneios europeus para que os mesmos aconteçam.

Além da pressão pública que a Federação Francesa de Tênis (FFT) faz para que seja realizado Roland Garros em setembro, dois fortes torneios aproveitam-se da lacuna criada dada a necessidade de adaptação do saibro para acontecerem.

O Masters de WTA de Madri, pressiona para ser realizado por razões financeiras. Os organizadores possuem um contrato grande com a prefeitura de Madrid para a manutenção da ala esportiva do complexo da Caja Mágica e em razão do isolamento total, chamado de lockdown, que o país enfrentou por quase três meses, torneios de outros níveis, amadores e juvenis, deixaram de ser realizados no complexo, diminuindo o faturamento dos organizadores, que são uma empresa privada, que tem o ex-tenista romeno Ion Tiriac como proprietário.

Outra que pressiona e muito é a Federação italiana de Tênis (FIT), que depende da realização anual do Masters de WTA de Roma para honrar com seus compromissos com clubes, academias, e escolas locais. O faturamento de Roma responde a mais de 85% do faturamento bruto da FIT, que o reverte em diversos níveis do esporte no país.

Já a FFT, nas palavras do diretor geral de Roland Garros à Eurosport, tem como fonte de 80% de todo seu sistema financeiro anual, a realização de Roland Garros.

Nas palavras do ex-top 4 ao canal europeu: "Para nós a temporada no saibro é muito importante. Não apenas para Roland Garros, mas para Madri e Roma, também outros torneios. Eles também querem ter seus torneios. Assim, a federação italiana está muito confiante em ter o Aberto da Itália (Roma) para conseguir fundos para pagar as academias, os treinadores, os fisioterapeutas, os árbitros e nós também. Roland Garros provavelmente aporta 80% de todo o faturamento da federação. Para nós é vital que o torneio aconteça, porque é assim que financiamos o tênis amador e acredito que muitos torneios seguem este nosso padrão".

"Andrea Gaudenzi, que tem tido o pior primeiro ano de um presidente da ATP, tem feito de todo o possível para ter o máximo de torneios possíveis no segundo semestre. Já escutamos muitas possibilidades, incluindo ter um ATP simultâneo à segunda semana de um Grand Slam. Há diferentes cenários, o importante é que nós trabalhemos e juntos nisso agora".

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