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‘Cheguei a pensar em parar, mas não em largar o tênis’, confessa Nadal

Espanhol fez revelação surpreendente e emocionada

Rafael Nadal
Antonio Arenas

Escrito por

Bicampeão do torneio de Wimbledon, o espanhol Rafael Nadal abriu seu coração em uma entrevista ao jornal francês ‘L’Equipe’ e falou sobre o que passou por sua cabeça em alguns dos momentos mais difíceis de sua cabeça.

“A vida não se trata apenas de vencer e conquistar títulos. A felicidade é muito mais importante que vencer e em certos momentos estive com muitas dúvidas”, comentou o espanhol sobre as semanas que antecederam os torneios de Roma e Roland Garros. “Nos meses anteriores tive problemas físicos com dores mais fortes que as que eu estava acostumado a suportar. Em um esporte como o tênis não seria possível prosseguir assim, me sentia como se tivesse perdido a energia e parte do meu ânimo”.

“Após a derrota diante de Fognini, em Monte Carlo, me reuni com minha equipe para analisar o que estava acontecendo. Essa foi minha pior partida no saibro nos últimos 14 anos. Estava muito exausto mentalmente e não me sentia eu mesmo. Queria jogar tênis, mas a minha tolerância à dor estava quase nula e isso me impedia de adotar uma postura positiva. Nunca havia sofrido um baque como esse. Conversamos em Monte Calor e decidimos ir para Barcelona. Comecei a me sentir bem, motivado, mas quando entrei na partida contra Mayer não sentia nada, nem energia, nem prazer, nem paixão”.

“Pensei muito seriamente em parar durante um tempo, mas nunca em deixar o tênis. Apenas pensava na possibilidade de parar para e recuperar meu corpo e meu espírito desportivo. Não sei quanto tempo levaria isso, talvez até o fim do ano ou antes. Se houvesse optado por parar, não teria vindo a Wimbledon, pois parar um mês não teria sentido algum”.

“Encontrei a inspiração para poder continuar. Pensava que, se tivesse a atitude adequada, voltaria a me sentir competitivo e mudaria o que precisava mudar. Minha equipe cogitou a hipótese de desistir de Madri e ir diretamente para Roma e Roland Garros, mas eu já havia decidido não parar, muito menos deixar de jogar em Madri, um torneio tão importante para mim pelo simples fato de poder jogar diante do meu público”, relembrou.

“Gostaria de ter podido jogar em meu máximo nível nos grandes torneios. As lesões são normais em atletas de elite, mas acredito que sofri muito mais que os outros. Agora, estou fazendo todo o possível para estar competitivo em Wimbledon e devo seguir jogando com a atitude correta”, concluiu o espanhol, que será o terceiro cabeça de chave no torneio.

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