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Lajovic destaca ajuda de Djokovic e aponta mentalidade ‘diferente’ dos sérvios

Crescer em um país que sobreviveu a guerras e tem dificuldades financeiras, faz do esporte válvula de escape e esperança de melhora de vida

Dusan Lajovic supera Benoit Paire em São Paulo
imagem cameraFOTO: Marcello Zambrana/DGW Comunicação
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 26/02/2016
16:44

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Após conquistar bela vitória contra o principal favorito no Brasil Open, o sérvio Dusan Lajovic bateu um papo com exclusividade com o Tênis News onde falou sobre a ajuda de Novak Djokovic e a mentalidade sérvia.

Lajovic começou contando que começou a jogar tênis aos sete nos, porque era isso que as crianças de sua idade tinham para fazer em um pequeno vilarejo na Sérvia. "Eu queria jogar futebol, mas não havia aulas de futebol para crianças daquele grupo de oito anos do qual fazia parte. Eu tentei entrar numa turma uma de meninos mais velhos, mas eram 100 meninos e eu tocava na bola uma ou duas vezes em 30 minutos, daí eu percebi: 'Isso não é pra mim'", contou o sérvio que destacou que a partir daí fez aulas testes de tênis em um clube local e não deixou mais o esporte.

O jovem revelou que ser compatriota do líder do ranking, Djokovic, é motivador: "Ele nos ajuda muito, em tocar nossas carreiras, furar o top 100. Há muitas coisas positivas. Não vejo nada negativo, na verdade, quando o número um vem do seu país. É ótimo para nós termos Novak", pontuou.
Lajovic concordou com a máxima que os tenistas vindos de países da região dos Balcãs é diferente: "Nós temos essa mentalidade esportiva. Temos muito sucesso em diferentes esportes, principalmente nos por equipes. Nossa mentalidade é diferente, somos muito competitivos e também somos provenientes de uma região que sobreviveu recentemente a duas guerras, o que obviamente nunca é fácil", iniciou sua fala.

"A situação econômica não é boa. Se você acha uma saída seja no esporte ou qualquer coisa, num modo de sair dali, tentamos. Em profissões "normais" você não vai conseguir obter 'sucesso' como teria no esporte. Acho que é por isso", finalizou.

Com o backhand afiado tanto contra Benoit Paire em São Paulo quanto contra John Isner em Buenos Aires, Lajovic revelou que o golpe é tão "natural" para ele, que nunca faz treinos específicos para este golpe. "Flui tão naturalmente pra mim, que não sinto o golpe. Nunca treino e sempre me sinto bem deste lado. É algo que eu tenho desde que comecei a me desenvolver no esporte. Não quando criança, pois criança não tinha potência, então trabalhei duro nisso quanto criança e acho que colaborou com o efeito e força que o golpe tem pra mim hoje. Não tenho a mesma sensação no forehand, mas seguimos trabalhando nisso para melhorar".

Sobre essas duas grandes vitórias, Lajovic associou a estar em um melhor momento e mudanças feitas na sua equipe. "Comecei a trabalhar com um novo treinador (Sascha Nensel) em outubro e desde então tenho jogado muito bem. Nós mudamos algumas coisas, tenho trabalhado em jogar mais agressivo. Este ano joguei contra grandes jogadores, jogos difíceis e pude vencer e perder, tudo de maneira bem parelha. Sinto que melhorei e é pra isso que trabalhando", declarou.

Jogando pela quarta vez na carreira no torneio paulistano, Dusan Lajovic explicou a opção por jogar no saibro sul-americano: "Eu prefiro jogar no saibro. Não tenho nada contra quadras rápidas. Mas sair da Austrália e logo na sequência ir jogar em Miami, acho que é uma boa opção vir jogar aqui (no Brasil). Estamos jogando em outdoor esse ano, mas sempre a temperatura está boa".

"Não sou muito fã de ficar na Europa, quando está frio e isso me deixa meio depressivo", brincou. "Gosto de ficar lá no inverno se vou esquiar ou algo do tipo. E é por isso que gosto de vir pra cá, a temperatura é ótima e sempre tem muitos locais para treinar e sinto que aqui é bem semelhante a Sérvia, as pessoas aqui são muito sociáveis e gosto disso", comparou.

O sérvio comentou a fase de Djokovic e a forma como o líder do ranking tem se distanciado dos rivais fomentando ainda mais discussões sobre ser ou não o maior da história: “Joguei contra ele ano passado e ali, na quadra, você vê o quanto ele está jogando inacreditavelmente bem. Eu não sei se vão compará-lo para ser o melhor de todos os tempos, se vão considerar número de Grand Slams, há muitos recordes a serem quebrados por ele. Entretanto, hoje, ele é o melhor do mundo, nós vemos que ele pode fazer tudo. Está fisicamente muito bem e não vemos ninguém jogando em seu nível. Mas do outo lado você tem Roger, Rafa que jogam muito bem, que quando elevam seu nível ninguém pode vencê-los. Isso é ótimo para o esporte. Pessoalmente, torço para que ele quebre todos os recordes", finalizou.

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