Marcelo Melo está de volta a Belo Horizonte (MG). E, agora em sua cidade, depois de 11 semanas nos Estados Unidos, inicia uma nova etapa de treinos, enquanto aguarda a retomada do circuito, atualmente prevista para o dia 1º de agosto.
Marcelo falou do planejamento de treinamentos na capital mineira durante live da Máquina do Esporte - site especializado em marketing esportivo - acompanhada nesta segunda-feira por cerca de 400 pessoas. Outro tema foi um projeto da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) de realizar um circuito nacional para marcar o retorno das competições no País.
Em Belo Horizonte, ao lado do técnico Daniel Melo, seu irmão, do preparador físico Chris Bastos e do fisioterapeuta Daniel Azevedo, o objetivo é seguir mantendo a forma, aguardando os próximos passos da volta dos torneios, suspensos desde março em função da pandemia do novo coronavírus. Nos Estados Unidos, seguindo os critérios do isolamento social, os treinamentos foram primeiro na Califórnia e, depois, na Flórida, no Saddlebrook Tennis Resort, ao lado do amigo Alexander 'Sascha' Zverev, que estava lá com seu time, sua família, onde mantiveram uma rotina de treinos físicos e em quadra.
"Vou dar sequência aos treinos, aqui em Belo Horizonte, com meu irmão Daniel, o Chris e o Daniel Azevedo, seguindo um planejamento de treinar para manter a forma, o corpo em dia, e ir ajustando e aumentando o ritmo de acordo com as notícias que tivermos desse retorno, dos próximos passos, de uma data confirmada para a volta dos torneios", afirmou Marcelo, patrocinado por Centauro, BMG, Itambé e Taroii, com apoio de Asics, Orfeu Cafés Especiais, Volvo, VOSS e Confederação Brasileira de Tênis.
Dos próximos passos no circuito depende, também, o projeto da Confederação. "A CBT está pensando em fazer um circuito brasileiro, ou mesmo uma semana de treinamento, reunindo os tenistas brasileiros. Mas, esperando ainda um pouquinho, a definição da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), quando os torneios vão voltar e de que forma. Precisamos ver como vão ficar as coisas para ter mais detalhes, de quantos tenistas participarão, se teremos profissionais e juvenis juntos. São ideias para serem colocadas em prática no momento que for possível. A CBT está com intenções muito boas de reunir os tenistas", explicou Marcelo.
Por ser um esporte com jogadores dos mais diferentes países, em diversas cidades pelo mundo, Marcelo acredita que, enquanto houver quarentena, será difícil retomar o circuito. "Os tenistas jogam, praticamente, uma semana em cada lugar. Não sei ainda como será essa adaptação do calendário com estes novos tempos da pandemia. Talvez fazer mais de um torneio em um só local, todo mundo no mesmo lugar. Não dá para saber ainda. Precisamos aguardar um panorama melhor da ATP e da realidade dos países. Por enquanto são só opiniões diferentes. Uns falando neste ano, outros em 2021. O importante é deixar a ATP encontrar o melhor caminho. À medida que for reabrindo, sem quarentena, nos países, já será um passo enorme".
Parceria com os patrocinadores - Mais do que patrocinadores, amigos e parceiros, Marcelo busca marcas com as quais se identifica. Na live, ele destacou o ótimo relacionamento com todos que o apoiam. E contou que tinha apenas 14 anos quando colocou em prática a ideia de buscar patrocínio para sua carreira. Na época, as ferramentas eram uma listagem, um catálogo de empresas, e um fax: imprimiu seu currículo e enviou para os departamentos de marketing.
"O fax ficava no meu quarto. Passava os sábados e domingos mandando para as empresas, uns 50 por dia. Um dos retornos que recebi foi da Claudia Vianna Torres, que estava acompanhando a live e relembrou isso. Foi minha primeira patrocinadora. Na época, respondeu dizendo que tinha adorado minha história, de nessa idade estar em busca de patrocínio".
E Marcelo fez questão de lembrar dos conselhos de Sebastião Bomfim Filho, presidente da Centauro. "Em 2008, quando começamos nossa parceria, eu era 120 do mundo. Depois comemoramos juntos quando cheguei a número 1. Nesse início, ele me deu uma nota de 1 dólar e uma nota de 100 dólares. E falou: almeje chegar nos 100 dólares, mas nunca esqueça do 1 dólar. Nunca esqueça das suas origens. No decorrer do caminho, isso sempre me guiou. No lado profissional e, também, como pessoa".