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TIM 4G: Marinho Chagas, brilho dentro e fora de campo

Lateral-esquerdo talentoso e polêmico, a Bruxa estava à frente do tempo dele

Marinho Chagas
imagem cameraReprodução
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Lance!
Rio de Janeiro
Dia 17/08/2017
13:32

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Um dos laterais mais ofensivos do futebol brasileiro. Extremamente habilidoso e com forte chute, Marinho Chagas atacava muito melhor do que marcava. Chamava a atenção pelo que fazia em campo, pela irreverência e pela vasta cabeleira loura. Ídolo no Botafogo, com passagem pelo Fluminense e pela Seleção Brasileira, é um autêntico craque TIM 4G e um dos homenageados pela TIM, patrocinadora dos quatro grandes clubes cariocas.

Marinho ficou marcado por sair no tapa com o goleiro Leão na Copa de 1974, justamente por estar no ataque na hora do gol marcado por Lato para a Polônia, na partida que decidiu o terceiro lugar daquele Mundial. Leão tinha pedido para o lateral-esquerdo não avançar tanto, alertando o companheiro sobre o rival. Não deu outra. Ele foi para o ataque com tudo e o Brasil levou o gol. Dizem que os dois trocaram socos no vestiário.

Foi ídolo do Botafogo, clube que defendeu de 1972 a 1976, não pelos títulos ou pelo currículo. Mas pela irreverência. Nascido em Natal em 1952 como Francisco Chagas Marinho, aos 17 anos já chamava a atenção no Riachuelo, pequeno time local. Em 1971, já era referência na lateral esquerda e arrasava com a camisa do Náutico, depois de ter passado pelo ABC.

Louro, marrento, cabelos compridos e esvoaçantes, ele tinha o dom de atacar e arrumar confusão, com um estilo agressivo em jogo. Ganhou o apelido de bruxa loura. Era um lateral-esquerdo destro. Chegou ao Botafogo em 1972 e virou ídolo rapidamente, por causa da língua afiada, das boas cobranças de falta e da tendência ofensiva, sempre com chutes potentes de longa distância. Marinho se adaptou ao Rio com facilidade e, apesar de enlouquecer os companheiros de defesa por apoiar demais e deixar a marcação de lado, era adorado pelos torcedores pela velocidade, pelas jogadas de efeito e pelo ímpeto. Por conta deste jeito extrovertido e desmedido, ganhou fama de irresponsável e de profissional indisciplinado.

Chegou a ser considerado um jogador à frente do tempo dele. O comentarista João Saldanha o apelidou de Avenida Marinho Chagas por causa do espaço que acabava dando aos adversários na lateral toda vez que se lançava ao ataque. Fora dos gramados, colecionava histórias engraçadas, se aventurando na noite carioca e abusando da bebida - como ele mesmo admitiu, depois de aposentado. O vício prejudicou não só sua saúde, como também as relações familiares. Gastou praticamente todo o dinheiro que ganhou na fase áurea do futebol com farras e noitadas e morreu sem o patrimônio que um dia chegou a ter.

Marinho Chagas passou pelo Botafogo como um furacão, teve belas atuações, foi convocado para a Seleção Brasileira e revolucionou a maneira de jogar na lateral esquerda, mas não comemorou nenhum título. Deixou o Alvinegro em 1977 para defender o Fluminense e novamente foi alvo de polêmica. Durante o Torneio Teresa Herrera – conquistado pelo Tricolor naquele ano –, inventou uma maneira diferente de cobrar pênaltis. Depois de correr para a marca, dava uma paradinha e um giro de 360 graus. Com o goleiro no chão, rolava a bola para a rede, enlouquecendo dirigentes e companheiros de time.

Ficou apenas uma temporada nas Laranjeiras. Em 1978 foi para o Cosmos, dos Estados Unidos, onde jogou ao lado de Pelé, do craque alemão Franz Beckenbauer e de Carlos Alberto Torres. De lá, transferiu-se para outro time norte-americano, de menor expressão, o Strikers, em 1980. Voltou ao Brasil em 1981 para defender o São Paulo e conquistar o único título de expressão na carreira, o Campeonato Paulista.

Marinho Chagas passou ainda por clubes como Bangu (1983), Fortaleza (1984), América-RN (1985/1986), Los Angeles Heat (1986/87) e Harlekin, da Alemanha (1987). Encerrou a carreira no Augsburg, da Alemanha, em 1988. A Bruxa disputou 36 jogos com a Seleção Brasileira, com 24 vitórias, nove empates e três derrotas, marcando quatro gols. Chegou a tentar a carreira de treinador depois de pendurar as chuteiras, mas não decolou. Morreu no dia 1º de junho de 2014, aos 62 anos, em João Pessoa (PB), em consequência de uma hemorragia digestiva provocada pelo alcoolismo, deixando três filhos e três netos.

Patrocinadora de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, a TIM homenageará até o fim de 2017 jogadores do passado dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, que, de forma geral, apresentaram os atributos “G” (Garra, Gênio, Gigante, Grandeza) quando atuavam. Periodicamente, contaremos um pouco da história destes craques e o motivo deles terem sido escolhidos. Afinal, os quatro maiores times cariocas merecem a maior cobertura 4G do Rio e as melhores histórias para serem compartilhadas.

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