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Coluna do Bichara: Um verdadeiro ‘jackpot’

GP de Las Vegas finalmente aproxima a F1 dos americanos

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imagem cameraGP de Vegas (Foto: Reprodução/Fórmula 1)
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Lance!
Las Vegas (EUA)
Dia 22/11/2023
18:03
Atualizado em 23/11/2023
17:30

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Como se dizia  em outros tempos,  finalmente a F1 “fez a América”. Conquistar os States era um velho sonho da categoria, jamais atingido na era Bernie Ecclestone. Após a aquisição da categoria pela Liberty Midia, e com o decisivo apoio da Netflix a coisa mudou de figura. A notável  “Drive to Survive”, angariou a popularidade da F1 entre os mais jovens – e  a quintessência dessa conquista da América foi o GP de Las Vegas, disputado no último final de semana.

+ Sorte ou azar? Saiba quais equipes podem se dar bem no GP de Las Vegas

Não foi a primeira vez que a F1 chegou à Sin City. Em 1982 e 1983 houve provas na cidade, disputadas numa pista improvisada no estacionamento do Caesars Palace, famoso hotel e cassino. Aliás, foi lá que Nelson Piquet sagrou-se campeão mundial pela 1ª vez. Só que agora  não houve improvisação: a Liberty – excepcionalmente responsável por toda a organização da corrida – botou pra quebrar: criou um circuito de rua fantástico e velocíssimo, com uma reta longa percorrendo toda a Las Vegas Boulevard, também conhecida como “Strip”.

O circuito era praticamente um tour pelas principais atrações de Las Vegas, e passava literalmente na porta dos principais hotéis da cidade: MGM, Caesars Palace, Bellagio, Paris, Venetian, Pallazzo, esse muito frequentado por jogadores brasileiros gordos e felizes, que jamais se esquecem do bordão do pano verde: “There are only two gamblers, the loosers and the liars”.

 Com ingressos a peso de ouro e muitas atrações fora de pista como shows e festas, Vegas estava coalhada de celebridades no paddock: Rod Stewart, Axl Rose, Brad Pitt, Heidi Klum, Gordon Ramsey, Paris Hilton, Rihanna, Shaqir O'Neal, David Beckham e muitos outros – vários com nomes complexos, como Chad Ochocinco, pessoa de quem eu não faço a menor ideia de quem seja, estavam por lá. Mas se fora da pista havia muita excitação, dentro dela o final de semana não começou bem. Logo no FP1, na sexta, com menos de 20 min de treino a Ferrari de Carlos Sainz “sugou” um bueiro. A pressão aerodinâmica exercida pelos carros gerou um efeito “saca rolha” e a Ferrari foi violentamente atingida pela tampa do bueiro. Uma situação inaceitável, que ocasionou a suspensão do treino livre. Imediatamente todos os bueiros dos 6,2 km do traçado – mais de 30 - foram devidamente lacrados, mas a operação demorou algumas horas, ocasionando atraso no FP2, que foi realizado sem público, eis que não havia pessoal de segurança disponível. Tudo muito confuso, a despertar uma chuva de críticas. E quem mais as vocalizou foi Max Verstappen, que não poupou comentários desabonadores ao “GP espetáculo”. Segundo ele, quem quer festejar assim deve ir para Ibiza. O Holandês declarou preferir pistas clássicas como Monza ou Spa.

Logo no início dos treinos, ficou claro que a grande preocupação das equipes eram os pneus. O clima frio das noites de deserto não gerava aquecimento dos compostos. Ademais, o asfalto “de rua” pouco poroso ocasionava baixíssima aderência. Para se ter uma ideia, na sexta, os carros chegavam ao final da longa reta - de 1,7 km - com os pneus 50 graus mais frios do que o normal.

Na classificação as Ferrari se mostraram muito fortes, cravando as duas primeiras posições; Charles Leclerc fez a pole com Carlos Sainz em 2º. Verstappen foi o 3º, enquanto Sergio Perez, mais uma vez, ficou pelo Q2. Destaque para as Wiliams, que conseguiram 5º e 6º lugares.

Mas Sainz foi inacreditavelmente punido por conta da troca de peças decorrente do “acidente” de sexta, mesmo não tendo culpa alguma. Esse é o tipo de decisão que não dá para entender. A Ferrai definitivamente precisa de um advogado novo. Resultado: Verstappen largou em 2º.

E na noite de Sábado a prova já começou animada: Verstappen partiu pra cima de Leclerc “na grosseria”, jogando o ferrarista para fora da pista e assumindo a ponta. Mais atrás, Alonso – que não é disso – rodou sozinho e bateu em muita gente: Valteri Bottas, Sainz e Perez. E uma volta depois Lando Norris também escapou da pista sozinho numa batida feia. Tudo isso culpa da baixa aderência da pista. O Safety Car foi disparado, enquanto Leclerc, pelo rádio, implorava por uma punição para Verstappen.

Quando a prova foi reiniciada, na volta 7, os reclames de Leclerc foram deferidos, e Verstappen recebeu uma punição de 5 segundos. Enquanto isso, o brilhante Oscar Piastri, que largou em 19º, já era o 8º.

Na volta 16 Leclerc passou Verstapen quando esse já se encaminhava para os boxes. Não deu muito para entender a estratégia da Ferrari: se Leclerc vinha na cola do holandês, por que não tentar um undercut, parando primeiro? Enfim, aquele velho problema de estratégia do time italiano se repete. Na floresta da Ferrari, a competência é um pássaro exótico e raro.

Então Verstappen parou, cumpriu sua punição e voltou no meio do pelotão. Leclerc parou apenas na volta 22, deixando a liderança para Perez. Só que na volta 26 o Safety Car foi novamente disparado, bagunçando o GP e a estratégia de quem tinha parado. Quem se deu bem foi Perez que ganhou uma parada “grátis”, sob o safety car.

Com o holandês escalando o pelotão rapidamente, Leclerc se viu no meio das duas Red Bull. Na volta 33 ele conseguiu superar Perez, que virou presa fácil para seu companheiro de equipe. Verstappen, num súbito rompante de vontade de trabalhar em equipe, mandou a seguinte mensagem pelo rádio: “Let’s work together here”. Tradução: “mandem ele sair logo da minha frente”. Se está difícil para malandro, que dirá para otário... E não deu outra: Perez deixou o campeão seguir caminho, para, na volta 37, ele superar Leclerc e assumir a ponta.

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A briga ficou então confinada ao 2º lugar – e foi boa. Na volta 43 Leclerc errou uma freada e Perez o superou. Mas o monegasco veio armando o bote e, na última curva da volta derradeira, ultrapassou Perez, que não teve tempo de dar o troco, perdendo, pela segunda vez consecutiva, a posição no photochart.

Verstappen foi o 1º a receber a bandeira quadriculada agitada por Justin Timberlake, seguido de Leclerc e Perez (que com essa posição conquistou o Vice-Campeonato). Em 4º lugar chegou Esteban Ocon, que fez uma bela corrida, depois Lance Stroll, Sainz, Hamilton e Russel.

A prova foi uma das melhores da temporada, com 82 ultrapassagens e muita ação.

Como disse Gianpiero Lambiase, engenheiro de Verstappen, o campeão, que chegou reclamando da terra do jogo, fez um royal straight flush, com direito a levar o Jackpot para a Red Bull: pela 1ª vez, a equipe ganhou o mundial de construtores e fez campeão e Vice.                         

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