Ex-goleiro do São Borja relembra primeiro gol

- Matéria
- Mais Notícias
Formado em educação física, Henrique Grüen, trabalha há quatro anos na rede pública como educador físico. De terça a quinta-feira, ele levanta às 5h para viajar à Timbaúva, cidade a 92 km de São Borja. A jornada é longa, a estrada tem trechos de terra batida e o ônibus passa nas fazendas para apanhar alguns alunos pelo caminho.
Essa rotina parece de um professor comum, mas este imortalizou seu nome no mundo do futebol. Coelho, como é conhecido no meio esportivo, recebeu o LANCENET e com bom humor, contou detalhes de sua carreira.
Formado nas categorias de base do São Borja, chegou ao time de juniores com apenas 16 anos, onde atuou até os 20 de idade.
Em 1984, foi emprestado ao Internacional-SM para disputar o Campeonato Gaúcho de juniores e sagrou-se vice-campeão, conquistando assim o direito de jogar a Taça Robertinho, atual Copa São Paulo de Futebol Junior.
Na fase de grupo, o Interzinho empatou com Portuguesa e Guarani, e venceu o Atlético-MG por 3 a 1, classificando-se. O ex-atleta contou ao LANCENET, detalhes dos bastidores da partida.
- A gente desceu do ônibus com os materiais em um saco de pano. Os atleticanos olhavam, cochichavam e riam, porque eles tinham mochilas de marca, bordadas. Só que na cancha foi diferente – lembrou o goleiro.
O time foi eliminado nas oitavas de final e, após a competição, Coelho retornou ao São Borja. E foi no estádio Vicentão, em setembro de 1985, que ele conseguiu o que nem Mazaropi, Taffarel e Rogério Ceni, com 100 gols, fez.
Aos 39 minutos do primeiro tempo, contra o Gaúcho de Passo Fundo, o goleiro são-borjense ao repor a bola, surpreendeu o goleiro Bira, seu oponente.
- Geralmente, meu balão ia até a frente da área. Neste dia havia chovido forte, eu dei o balão e a bola, ao invés de quicar no circulo da área grande ela deslizou, ganhou velocidade e bateu em baixo do travessão, fazendo meu primeiro gol da carreira – brincou o ex-jogador.
Coelho relembrou a comemoração geral no estádio.
- O gol foi muito festejado, eu festejei bastante. É raro acontecer. Guardo o jornal até hoje, só não tenho mais as fitas da narração porque não teria onde rodar – comentou o ex-goleiro ao lado dos álbuns de fotografia.
Naquele ano, o time acabou sendo campeão da Copa ACEG, um campeonato estadual sem a dupla GRENAL. Depois disso, ele permaneceu mais um ano no Bugre Missioneiro, como profissional, reserva de Mano, ex- Internacional e antecessor de Taffarel. Coelho decidiu sair do São Borja após uma conversa com o então treinador Rui Peixoto.
- Ele disse para mim que goleiro só estaria preparado com 26 anos. Eu estava com 20, e pensei "não vou ficar esperando seis anos" e me mandei para o futebol Catarinense – rememorou o atleta.
Lá passou por dois clubes, Tiradentes de Lebon Régis e Bandeirante de São Bento do Sul. Quando retornou ao futebol gaúcho, ele voltou com o propósito de estudar e foi no Oriental de Três de Maio que ele conseguiu tempo para se tornar técnico agrícola.
Em 1991, retornou para São Borja e encerrou sua carreira onde tudo começou.
O professor falou ainda da sua gratidão a seu mestre no futebol.
- Quem me ensinou tudo foi o Alcino, pai do jogador Zé Alcino que atuou no Grêmio e Internacional. Devo tudo a ele – declarou o ex-jogador.
Coelho participou da comissão técnica do São Borja no estadual de juniores de 2010, como preparador de goleiros, e hoje contribui esporadicamente na Copa FGF Sub–17.
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias