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Formulador do PL que viabiliza SAF exalta aprovação na Câmara: ‘Passo para modernização de gestão’

Ao LANCE!, José Francisco Manssur destaca que migração para Sociedade Anônima do Futebol dá margem para criação de mercado e permite transparência nas gestões

José Francisco Manssur - advogado
imagem camera'Não somos salvadores da pátria, mas já é um caminho oferecer meios para uma melhora de gestão', diz Manssur (Foto: Divulgação
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 16/07/2021
18:16
Atualizado em 19/07/2021
10:00

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A expectativa de que a aprovação do Projeto de Lei 5516/2019 na Câmara dos Deputados ajude a abrir um relevante caminho para a modernização no futebol brasileiro dita a rotina do advogado José Francisco Manssur. Um dos responsáveis por formular o projeto original da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), aprovado na última quarta-feira, o sócio da Ambiel Advogados destacou a boa recepção que teve o projeto.

- Ficou muito satisfatório. O texto foi aprovado do jeito que veio no Senado, em um trabalho muito bom do senador Carlos Portinho (PL-RJ), feito de maneira democrática, escutando todos os lados antes da aprovação - afirmou, ao LANCE!.

Após aprovação do texto no plenário, o Projeto de Lei precisa da sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro, para entrar em vigor.

LANCE!: De que maneira a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) pode contribuir para o futebol brasileiro? 

José Francisco Manssur: O essencial neste Projeto de Lei é dar margem para a criação de um mercado. A SAF é facultativa, o que evita um ar de imposição que poderia culminar em questões judiciais. Além disto, criamos um tipo societário para os clubes que aderirem receberem fundos de investimento, terem condições de vender de ações, debêntures...  São coisas que acontecem em clubes europeus, caso do Bayern de Munique, por exemplo.

L!: Como garantir segurança para que haja investimento em clubes?

A SAF estabelece modelo de governança. Não haverá risco de uma pessoa do mercado financeiro injetar dinheiro com o clube estando em determinada situação e, daqui a alguns anos, tudo mudar com a entrada de uma nova gestão. Cada dirigente será responsabilizado pelo que faz.

Será exigida uma transparência na gestão, à qual cada clube terá de se adequar. Naturalmente, não somos salvadores da pátria. Mas já é um caminho oferecer meios para uma melhora de gestão. Isto dá margem para que clubes mantenham seus jogadores por mais tempo e consigam uma situação financeira melhor.

L!: A "migração" para o formato de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) seria também um caminho para o futebol brasileiro voltar a ter um equilíbrio?

Olha, acredito que a SAF dê oportunidade para mais clubes alcançarem um novo patamar financeiro. Temos um exemplo como o Athletico-PR, que está no rol de clubes que progrediram muito mas ainda não têm um apelo tão forte no mercado do futebol quanto do eixo Rio-São Paulo. A entrada na SAF pode aumentar muito seu potencial.
 
L!: Passada a transformação em SAF, quais são os próximos desafios para um clube que pretende se modernizar? 

O clube não pode ficar restrito à transformação em Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Esta mudança não é um passe de mágica para solução dos problemas. Trata-se apenas do primeiro passo de um processo de reestruturação profissional.

Cada clube tem de olhar para suas particularidades, desde o modelo de gestão até onde precisa se ajustar. Com consultoria e muito trabalho, cada equipe terá condições de modernizar sua gestão.  

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