Entenda como Edimar, lateral do São Paulo, gerou crise política no Cruzeiro

Acordo apalavrado entre os dirigentes dos clubes para o jogador ser comprado pelo Tricolor foi um dos principais motivos para diretoria que assumirá a Raposa pedir auditoria

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Edimar não está nos planos do Cruzeiro, mas faz parte do planejamento do São Paulo para 2018 e, como quer ficar, as diretorias estão próximas do desfecho do acordo para o lateral-esquerdo de 31 anos ser comprado pelo clube do Morumbi. Nada fora do comum, mas essa negociação, aparentemente simples, motivou uma crise política em Belo Horizonte.

As diretorias da Raposa e do Tricolor já apalavraram a venda do jogador por R$ 400 mil, abaixo dos R$ 720 mil fixados em contrato - seu vínculo com o time mineiro acaba em junho, e ele está emprestado à equipe paulista até o próximo mês. A irritação da diretoria que assumirá o Cruzeiro no próximo ano é por não entender essa redução do valor.

Os futuros responsáveis pelo clube de Belo Horizonte vêm mostrando desconfiança com a situação financeira que a atual gestão vai deixar, e a decisão de deixar Edimar mais barato foi um dos principais motivos que fizeram os novos dirigentes solicitarem uma auditoria interna. Desde então, a crise política tornou-se um dos maiores temas do fim de ano cruzeirense.

Dois pontos causaram revolta na negociação envolvendo Edimar, que ainda não foi concluída. O primeiro é reduzir o valor e se desfazer um jogador que é titular do São Paulo por um preço considerado simbólico. O segundo é não atrelar a liberação do lateral às conversas que Itair Machado, futuro vice-presidente de futebol do Cruzeiro, tem com o Tricolor para comprar Hudson - a saída de Edimar poderia baratear os custos dos mineiros para ficar com o volante, mas as duas negociações ocorrem paralelamente.

Completamente alheio à situação, e já deixando claro há meses seu desejo de ficar no São Paulo, Edimar aguarda a definição do caso para permanecer na capital paulista. Ele saiu do Rio Ave, de Portugal, para o Cruzeiro em junho de 2016, por indicação do então técnico da Raposa, o português Paulo Bento. Atuou apenas 27 jogos e, em março, foi emprestado ao Tricolor.

No São Paulo, Edimar foi contratado para estimular a concorrência interna com Júnior Tavares, mas não foi escalado por Rogério Ceni e só estreou três meses após sua chegada, em julho, já com Dorival Júnior. Termina a temporada como titular, com 18 partidas disputadas, agradando por seu futebol e personalidade. Deve ficar para brigar por vaga com Reinaldo, lateral-esquerdo que voltará ao clube após passar 2017 emprestado à Chapecoense.

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