Carille dispara sobre atitude da torcida do Vasco: ‘Não está ajudando’
Técnico cruz-maltino reclama de cobranças da arquibancada durante o jogo contra o Puerto Cabello

- Matéria
- Mais Notícias
Técnico do Vasco, Fábio Carille não gostou das cobranças vindas da torcida durante a vitória por 1 a 0 sobre o Puerto Cabello nesta terça-feira (8), pela segunda rodada da Sul-Americana. Em entrevista coletiva após a partida em São Januário, o treinador analisou o resultado e reclamou da postura dos torcedores.
Relacionadas
➡️ Tudo sobre o Gigante agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Vasco
— Fizemos um jogo consistente. Criamos várias oportunidades em cima do que trabalhamos, do que imaginamos. Não sei o número de finalizações. Não me lembro do Léo Jardim fazer defesas difíceis. Procuramos ter equilibrado. Vitória importante, que poderia ter sido com mais gols, que infelizmente a gente não fez, mas muito feliz pelos três pontos. Esperar a rodada da nossa chave terminar amanhã para ver se a gente continua líder ou não, mas uma vitória importante dentro de casa — disse Carille.
— O Vasco precisa muito do torcedor. O Vasco. Então, eu vejo que quando me xingam, ou xingam algum atleta, isso passa para o campo, a gente começa a acelerar e isso não está ajudando em nada. Depois do jogo, fala, fica à vontade, o torcedor tem todo direito de protestar na arquibancada. Mas eles têm que entender que não está ajudando. Não está ajudando. Depois do jogo vem, me xinga, mas durante o jogo passa para o campo e a gente sente um nervosismo desnecessário que, repetindo, não está nos ajudando em nada — completou o técnico.
Prioridade para a Sul-Americana e poupar jogadores
Carille foi questionado sobre o ritmo imposto pelo Vasco na partida e a decisão de poupar jogadores do fim de semana, diante do Corinthians pelo Brasileirão, para priorizar a Sul-Americana. O treinador gostou da postura da equipe nesta terça-feira (8), mas negou existir prioridade para determinada competição.
— Eu acho que a gente até acelerou bastante o jogo, e por isso criou bastante situações. Sobre poupar, não tem jeito. Vamos ter que escolher situações, não tem nada de priorizar. Eu já vi escalações de outras equipes hoje, e a maioria dos times está mexendo bastante, porque esta sequência está pesada. Se a gente quer cobrar intensidade, volume o tempo todo, tem que ter saúde esses atletas. Não só na questão de rendimento, mas na questão de evitar lesões. Então, a gente não está priorizando nada, e sim procurando fazer o melhor para o Vasco para ter uma temporada muito legal — afirmou o treinador.
Quantidade de cruzamentos
O técnico do Vasco admitiu que, em determinado momento do jogo, o time abusou das tentativas de cruzamento. Além disso, Carille diz que os meias, como Coutinho e Garré, precisam entrar mais na área para ajudar o centroavante Vegetti nas disputas.
— No final do primeiro tempo, principalmente, achei que a gente começou a cruzar de qualquer jeito, e achei a área muito vazia. A gente tem que entrar mais na área ali com o Vegetti para terminar essas jogadas. Eu lembro de duas, uma que o Coutinho chega e bate, porque eles ficam preocupados com o Vegetti, e acho que tem outra com o Garré, se não me engano. Então, esses meias tem que entrar na área quando não estiverem participando da construção — avaliou Fábio Carille.
➡️ Vegetti supera Cano na lista de artilheiros estrangeiros do Vasco; veja ranking
Outras respostas de Fábio Carille após Vasco x Puerto Cabello
Cargo ameaçado
— Não me sinto ameaçado em momento algum e o ambiente no CT é maravilhoso. Não tenho o que falar desses caras, o quanto que trabalham, se dedicam e prestam atenção. O ambiente está tranquilo, não me sinto ameaçado.
Garré
— O Garré estava na Rússia, e por conta do frio estava em pré-temporada. Um cara que veio sem jogo, praticamente, e que é claro que vai levar um tempinho para se adaptar, ver os conceitos e, principalmente, estar bem, ir para campo fazer seu melhor. É um jogador que gosta de ter a bola, não é um atacante de velocidade, é um meia-atacante que trabalha bastante a bola. O que eu penso que evoluiu, falando em cima desse jogo e daquilo que eu gosto, é o quanto circular a bola no campo ofensivo. Se chegar pela direita e estar fechado, ter paciência, ir pela esquerda, não ficar batendo um muro que isso não vai ser bom para nós e vamos perder a bola muito fácil. Essa circulação já melhorou bastante fazendo nossos meias jogarem quando eles vão para dentro, principalmente Garré e Nuno se juntarem com Coutinho. Mas é algo que eu quero melhorar mais, que eu vejo que tem espaço para melhorar mais. Então vai ser nosso trabalho, os jogos e o entrosamento entre eles. Os jogadores se conhecerem cada vez mais, características, dominar a bola e tudo mais, isso é muito importante para que a gente cresça nesta temporada.
Intensidade e entrosamento
— Dificilmente você vai conseguir manter isso por 90 minutos. Muito difícil. O Garré vindo da Rússia, o Nuno se adaptando, vindo de Portugal, onde a gente sabe que a temperatura é muito baixa, o próprio Loide. É muito difícil manter isso o tempo todo. As trocas hoje foram em cima de cansaço, em cima de situações que a gente viu que perdeu um pouco. O time adversário começou a jogar um pouco mais no nosso campo, e por isso fiz modificações para que a gente ganhasse mais força e conseguisse, e a gente conseguiu transitar no final do jogo, faltou terminar melhor ali para que a gente buscasse os gols. Mas é uma busca, futebol é entrosamento. Temos jogadores que chegaram recentemente, estamos nesse processo de adaptação de alguns atletas, e, principalmente, de entrosamento para eles se entenderem cada vez melhor dentro de campo.
Loide
— Tem que ter paciência. Ele joga, sim, dos dois lados. Ele e Nuno jogaram pela esquerda já. Não tendo o Adson, eu conversei com ele e falei com ele para jogar pela direita. O Nuno chegou, colocou a camisa e parece que tá aqui há 30 anos. Outros sofrem mais com adaptação.
Vegetti
— Minha relação com ele é igual com todos. Não é de se esperar o contrário desse grupo. Eles sabem o quanto a comissão trabalha num CT que todos se dedicam para o melhor do Vasco. Sou de olhar no olho, falar a verdade, nada de conversas desviadas e com isso ganho a confiança de todos. O que falo aqui, falo lá. O atleta gosta disso, eu sei. Tenho que cobrar, parabenizar. O ambiente dentro do CT é bom.
Vasco x Flamengo no Maracanã
— Sempre que puder quero jogar aqui (São Januário). Tem questões de polícia e tal, mas deixei a diretoria a vontade para escolher. Ficou definido isso, vieram perguntar, deixei eles a vontade.
➡️ Torcedores do Vasco criticam Carille mesmo com vitória: ‘Não dá mais’
Jair fora dos relacionados
— Tem jogadores que precisam treinar. Não que estejam mal, mas que precisam mais tempo. Quando eu vejo um banco mais equilibrado, vou tirar jogadores para treinar e ter ele mais na frente, mais inteiro. Todos os jogadores são importantes. Não tem jeito. Todo mundo vai jogar. Agora você não consegue treinar muito, não tem tempo.
Contratação de um camisa 10
— Não sei a gravidade do Coutinho. O Clube tem olhado algumas coisas, sim, dentro da realidade, das condições. Dentro de alguns dias, acho que o clube vai se manifestar sobre os jogadores em fim de contrato.
Pressão na saída de bola
— Trabalho muito a compactação. Sem bola todos vão marcar e com bola todos vão jogar. Eu não vou marcar pressão, vou deixar sair com o zagueiro, e o Vegetti vai definir o lado para começarmos a pressão. A gente pegou um time rápido, traiçoeiro, que tivemos que ter atenção com a bola nas costas, mas faltou subir um pouco mais.
Coutinho
— Coutinho é muito técnico. Quando ele está abaixando, a gente está conseguindo jogar. A bola está iniciando com o ele, o Nuno flutua bem e tem a subida do Piton. Chegamos muito pela esquerda com essa movimentação. Fizemos uma saída com três por dentro. O Coutinho não gosta de pegar a bola de costas para o marcador, ele gosta de receber de frente. Estamos buscando que ele seja o criador e inicie as jogadas pela esquerda.
Adversário fechado
Cada jogo é uma história, cada jogo é um planejamento. Sabíamos que seria difícil entrar por dentro e que chegaríamos pelos lados. Teve jogos que o Coutinho finalizou várias vezes. Nenhum adversário consegue fechar tudo. Tivemos muitas possibilidades de finalizar com cruzamentos. Poderíamos ter terminado melhor algumas outras, mas chegamos pelos lados. Analisamos o adversário, conversamos muito para que os atletas pudessem render dentro de campo.
Time recuado
— As orientações do intervalo foram para manter o ritmo, primeiro tempo foi bom. A gente não joga contra bonecos, tem 11 jogadores do outro lado que vão para cima e levam você para trás, faz parte do processo. Entramos com jogadores com características de velocidade no lugar de Garré e Nuno, mudou a características e ficamos menos com a bola. Mas tem um adversário, que assistimos muito, empatou em casa por 2 a 2 na estreia, esse jogo foi referência para nós. Claro que tem que ter certos cuidados, tomamos uma transição aos 48 ou 49 que não pode, ficou quatro com dois ou três, não é hora disso. Vou olhar para que não aconteça. Mas ganhando o jogo, tentamos fazer mais, não conseguimos, estava 1 a 0. Se toma o empate ali? Não tem tempo para recuperar. Também tem isso. Mas vai muito do adversário estar precisando do resultado.

Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias