Como o balanço financeiro do Vasco ajuda a explicar a política do clube
Paralelamente, grupo que geria as finanças cruz-maltinas deixou a diretoria, e projeto de maior investimento em 2020 precisou ser substituído por novo ajuste em meio à pandemia
O balanço financeiro do ano passado, divulgado há duas semanas, mostra que o Vasco manteve praticamente igual o gasto financeiro com o departamento de futebol entre 2018 e 2019. E esses dados, atrelados ao projeto para 2020, ajudam a explicar fatos mais recentes da eternamente intensa política do clube.
O balanço auditado mostra que o clube gastou R$ 88 milhões no ano retrasado e somente R$ 1 milhão a mais no ano passado. Mas aí chegou 2020... e o grupo que comandava as finanças e guiava o controle financeiro entrou em rota de colisão com o presidente.
Adriano Mendes, então vice de controladoria, e João Marcos Amorim, da pasta de finanças, optaram por romper com a gestão quando Alexandre Campello deu mostras de que entendia ser preciso investir mais no carro-chefe do clube para a atual temporada. O LANCE! havia antecipado o que se confirmou no dia 20 de janeiro.
A gestão ficou esvaziada, conforme explicamos nesta reportagem. Nesta outra, analisamos que parte das lacunas foram preenchidas. Nem todas, mas a vice-presidência de finanças, ficou com Carlos Leão. Apoio confirmado à atual gestão. E uma responsabilidade do tamanho dos problemas do clube.
E quase que paralelamente à pandemia de COVID-19, que desencadeou em efeitos negativos de toda sorte para a economia mundial. Não seria diferente no Vasco. Salários atrasados no clube se ampliaram, e caíram sobre o atual responsável pela parte monetária do clube medidas importantes como negociações em cortes.
O Vasco vem diminuindo a folha salarial com demissões e renegociações, ao mesmo tempo em que busca novas receitas. A quem esteve antes e quem está agora na diretoria que tem Alexandre Campello como presidente o desafio é o mesmo: fazer viável um clube com dívidas que, aponta o balanço, chegam a R$ 676,8 milhões líquidos.