Dívida do Vasco aumenta depois da SAF e chega a R$ 1,1 bilhão
Em dois anos de SAF, o déficit do clube aumentou cerca de R$ 350 milhões
A situação financeira do Vasco tem sido um dos principais pontos de atenção da diretoria desde que o associativo assumiu o controle da SAF, em maio deste ano, depois da ação judicial para afastar da 777 Partners, que entrou em colapso financial. Ainda sem um novo investidor, a dívida do Cruz-Maltino aumentou potencialmente e entrou na casa do bilhão. A informação foi primeiramente dada pelo canal 'Atenção Vascaínos' e confirmada pelo Lance!.
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Quando foi aprovada o projeto da SAF, em 2022, o investimento com a 777 Partners seria de um investimento de R$ 700 milhões para comprar 70% da Sociedade Anônima de Futebol, além de assumir as dívidas do clube e fazer aportes anuais. Os valores estão em um documento que possui 394 páginas. Porém, dois anos depois, em vez de enxugar dívidas, o problema piorou e as dívidas aumentaram.
O contrato mostra que a dívida bruta do Cruz-Maltino em 30 de abril de 2022 era de R$ 738.142.485,00. Porém, a líquida estava em R$ 648.490.608,00. Hoje, a dívida do clube gira em torno de R$ 1,1 bilhão.
Na última semana, o clube divulgou uma carta aberta, assinada pelo presidente Pedrinho, para informar a abertura de um processo formal de mediação com os credores, junto à Fundação Getúlio Vargas (FGV), para equacionar dívidas. No documento, o clube revela um "cenário previsível e iminente de caos" depois do afastamento da 777 Partners. Além disso, categorizaram os atos da empresa norte-americana como "abusivos e temerários".
Com a mediação, o clube, por meio da FGV, vai chamar os credores para renegociar as dívidas. No balanço, o Cruz-Maltino mostrou grande preocupação com os juros. Neste sistema, os credores, cíveis e trabalhistas, fazem uma fila para receber conforme a ordem de prioridade. Assim, o Vasco fica livre de penhoras ou bloqueio de bens.
Em um vídeo publicado no canal oficial do Vasco, o CFO da SAF, Raphael Vianna, explicou que a dívida do clube aumentou em R$ 350 milhões desde a criação da empresa responsável pelo controle do futebol.
– Os motivos são vários, maior gasto de receita, pagamento do juros de dívidas históricas, má gestão, não aproveitamento da receita do Vasco. A receita é muito menor do que ela deveria ser, comparando o tamanho da torcida. Dezenas de ações mapeadas que temos para aumentar a receita do clube, inclusive ter um limite para o gasto com o futebol.
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Nesta semana, o VP jurídico, Felipe Carregal, explicou como a gestão de Pedrinho encontrou as finanças do clube com a saída da empresa americana. Segundo o executivo, o cenário era de uma 'bomba relógio.'
– Lembro que no começo do ano, quando a gestão da 777 publicou o balanço da SAF, era horroroso. Na época um jornalista me questionou sobre este balanço e eu falei que era uma bomba relógio que ia explodir e que estavam enxugando gelo. Fomos criticados por isso, que estávamos (gestão Pedrinho) atrapalhando e causando confusão. Quando assumimos o controle da SAF, a situação era muito grave, temerária. Porque a Vasco SAF nasce devendo R$ 700 milhões. Se você é o gestor de uma empresa que deve R$ 700 milhões, o que precisa fazer? Pagar de alguma forma. O nome disso é gestão ativa da dívida. Isso não estava sendo feito. O Vasco estava devendo R$ 700 milhões e não tinha uma gestão ativa. Tinha uma grande oportunidade. Dinheiro novo na mesa. A 777 podia ter feito essa mediação com dinheiro novo e resolveria o problema do Vasco. Não fez porque não quis. Não houve interesse deles. Nem da 777, nem dos gestores antigos da Vasco SAF. Não tinham interesse em resolver o problema do Vasco.
Depois da saída da empresa norte-americana do controle da SAF, o Vasco tem encontrado dificuldade para encontrar um novo investidor para a Sociedade Anônima de Futebol. A tendência é que a decisão fique para 2025. Com a suspensão das execuções e cumprimentos de sentença, o "clube fica respaldado" de possíveis punições durante o período.
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