O Conselho Deliberativo (CD) do Vasco se reuniu na noite da última terça-feira para votar o novo estatuto do clube, na Sede Náutica da Lagoa. As mudanças foram apreciadas por capítulo. Foram analisados 11 de um total de 21. Entre as novidades aprovadas, destacam-se a redução de dois anos para 18 meses do tempo necessário de associação para votar e a redução da joia de sócio proprietário para o valor máximo de um salário mínimo. Depois de mais de três horas, a sessão foi suspensa pelo presidente do CD, Roberto Monteiro, e será retomada na próxima terça-feira, com os 10 capítulos restantes a serem votados.
As eleições diretas, já aprovadas em dezembro e com a ata ratificada na semana passada, não entraram em pauta. O próximo pleito para o cargo de presidente está marcado para novembro. Ausente da reunião anterior, o conselheiro Júlio Brant, líder do grupo "Sempre Vasco", esteve presente nesta terça.
O presidente Alexandre Campello foi novamente cobrado pelos Conselheiros para que libere a lista de sócios aptos a votar. O mandatário alegou ter disponibilizado uma sala em São Januário com um computador para consulta dos dados. Uma comissão de justiça foi instaurada para apurar associação acima do normal em agosto do ano passado.
– A diretoria administrativa colocou à disposição, não só do presidente da Assembleia Geral, mas também a todos os membros da junta uma sala com computador e todos os documentos para serem avaliados e verificados. Recebi oficios de beneméritos e alguns sócios do clube para que os seus dados pessoais não fossem expostos, invocando a lei de proteção aos dados, a qual não posso infingir. Os dados estão em São Januário com uma sala disponível e um funcionário para dar toda a atenção necessária, mas é preciso ir à São Januário – alegou Campello.
Mudanças aprovadas
Apesar das divergências, algumas mudanças foram aprovadas na noite da última terça. A punição de inlegibilidade para o gestor que tiver as contas reprovadas pelo Conselho teve o prazo corrigido de dez para cinco anos.
Outra novidade foi a redução de dois anos para 18 meses no tempo de associação necessário para votar. No caso dos candidatos, será preciso uma vida associativa de seis anos e foi retirada a exigência de um mandato como membro do Conselho Deliberativo. A categoria de sócio-geral será extinta e os
sócios da categoria abolida poderão se tornar sócios-proprietário, sem ônus.
O grande destaque da noite foi a aprovação do teto de um salário mínimo para a aquisição do título de sócio-proprietário (com direito a voto). Os conselheiros levaram em conta a "vocação popular do clube" para a aprovação do item.
Confira trecho do estatuto que trata do valor máximo do título:
CAPÍTULO IV – DO SÓCIO PROPRIETÁRIO
Art. 17 — Os títulos de Sócio Proprietário serão do valor constante da respectiva emissão, conforme fixado pelo Conselho Deliberativo, e transferíveis por atos “intervivos” e “causa-mortis”, observadas as restrições constantes deste Estatuto.
Parágrafo Primeiro — Em qualquer hipótese, o título só será expedido após a sua quitação.
Parágrafo Segundo - Em nenhuma hipótese cobrar-se-á por parte do Clube, ao público, valor excedente a um salário mínimo, vigente à época, pela venda de um título de Sócio Proprietário.