CTs do Vasco: entenda os motivos que estão atrasando as obras de ampliação
Os terrenos onde estão os CTs do profissional e da base precisam estar no nome da SAF para que a 777 Partners tenha segurança jurídica para realizar os investimentos necessários
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O Vasco investiu pesado em contratações e gastou mais de R$ 100 milhões nesta janela de transferências. O alto valor diminuiu a desconfiança sobre a 777 Partners, que comprou 70% das ações da SAF. No entanto, a falta de investimento em outras áreas ainda causam dúvidas.
A falta de conservação de São Januário é o fator que mais gera críticas por parte da torcida. Por contrato, a SAF precisa realizar manutenção no estádio e ainda paga um aluguel de R$ 1 milhão por ano ao clube. O acordo não prevê a modernização do complexo, que pertence a Instituição. Já os CTs Moacyr Barbosa e da Base estão sob administração da 777 Partners.
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O contrato prevê a construção de dois CTs de ponta, com tudo do bom e do melhor para os atletas. Só que o investimento pesado ainda não foi feito porque os terrenos estão no nome da instituição, causando insegurança jurídica para a 777 Partners. Um deles, localizado na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, onde treina o elenco profissional, pertence a Prefeitura e foi cedido por um período de 100 anos.
- É um terreno complexo que existe uma série de problemas para a transferência de propriedade. A gente tem conversado bastante com a Prefeitura neste sentido e isso limita o nosso poder de investimento. Eu não posso simplesmente fazer um investimento lá se eu não tenho a total prioridade desse terreno. A gente tem conversado com a Prefeitura e com vários entes dentro da Prefeitura para que a gente tenha a segurança jurídica necessária para fazer esse primeiro investimento neste CT profissional - explicou o CEO do Vasco, Luiz Mello.
Já o CT da Base, que fica localizado na Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, é ainda mais complexo, já que pertence à União. O terreno foi cedido ao Vasco nos anos 70 e existe uma série de dificuldades envolvendo até mesmo questões ambientais. O local também teria que passar para o CNPJ da SAF, só que a própria cessão do espaço para a instituição possui situações a serem resolvidas.
- Na questão da base, no CT que fica em Duque de Caxias, ele é mais complexo ainda porque é de propriedade federal. Você tem a SPU (Secretaria do Patrimônio da União) e inicialmente era um terreno que era todo do Vasco e depois teve algumas outras aquisições por parte de outros entes municipais. Já estive em Brasília, na SPU e expliquei a situação. A gente tem interesse, ele está bem localizado, está a 15 minutos de São Januário, agrega aos jogadores, de repente, para uma área carente que poderiam ser futuros atletas do Vasco. Então tem uma boa saída, mas de novo, eu não consigo fazer o investimento sem ter a segurança jurídica que esse terreno vai ser nosso - avaliou Luiz Mello, que completou.
- Estamos conversando e nenhuma das duas conversas são simples. A gente tem que buscar o equilíbrio. Como eu vou chegar para a Prefeitura e pedir uma resposta até amanhã para aí fazer todo o investimento ou vou sair com tudo? Primeiro eu quero esgotar todas as nossas possibilidades para ver o que a gente consegue fazer. Se for o caso, a gente vai buscar novos terrenos, mas ainda não está em pauta.
TRANSFERÊNCIA DOS TERRENOS PARA A SAF
O LANCE! buscou informações sobre os trâmites burocráticos sobre o tema, que seguem sem prazo de resolução. Sobre o CT Moacyr Barbosa, que fica na Cidade de Deus e pertence a Prefeitura, o Vasco possui o aval do prefeito Eduardo Paes para que seja feito a transferência do terreno para a SAF. A Subsecretaria de Patrimônio do Município é quem está tratando do assunto e estudando as condições para que a cessão seja concedida.
Uma das possibilidades é conceder uma cessão onerosa, na qual a Prefeitura pode cobrar um valor ou pedir uma contrapartida para a SAF, que pode, como exemplo, realizar ações sociais na Cidade de Deus, que é uma comunidade carente. A presença do Vasco no local traz uma importância para a região, porque a deixa em evidência e ajuda a trazer melhorias para a população.
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