Depois de abrir nove pontos de vantagem, o Vasco começou a oscilar na Série B e viu a diferença para o quinto colocado despencar. Esse cenário não é fruto do acaso, mas sim de uma série de fatores, que fizeram com que a equipe passasse a ver alguns adversários mais próximos. O LANCE! elucidou pontos cruciais, que fizeram com que o Cruz-Maltino caísse de rendimento no returno.
No início da competição, sob o comando do técnico Zé Ricardo, o Gigante da Colina não apresentava um futebol primoroso, mas era competitivo e eficiente. Com isso, o time se consolidou no G4 e abriu boa vantagem sobre os rivais. A principal diferença para a campanha de 2021 era a solidez defensiva, sofrendo poucos gols.
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ESCOLHA EQUIVOCADA DE TREINADOR
Com a saída de Zé Ricardo para o Shimizu S-Pulse, do Japão, a diretoria demorou a encontrar uma solução experiente para dar sequência ao certame. Na ocasião, existiam boas opções no mercado como os nomes de Guto Ferreira, Odair Hellmann, Tiago Nunes, Renato Gaúcho e Enderson Moreira.
A escolha foi por um treinador com um perfil semelhante ao do antigo comandante. De acordo com a visão do diretor de futebol Carlos Brazil, Maurício Souza seria o nome ideal para manter a equipe no G4 e confirmar o acesso. O que se viu em campo foi justamente o oposto, com um time em franco declínio e cada vez mais desorganizado.
ERROS COLETIVOS E INDIVIDUAIS DA DEFESA
Desde a reta final do primeiro turno, o sistema defensivo vascaíno caiu de produção e passou a apresentar diversas falhas individuais e coletivas. Algo que se acentuou no returno, sobretudo nas últimas partidas com gols contra, constantes erros na saída de bola e espaço entre as linhas.
Além disso, destaques em outro momento do campeonato caíram bruscamente de rendimento. Entre eles, o goleiro Thiago Rodrigues, que outrora transmitia segurança e, atualmente, tem cometido vacilos inexplicáveis. Quintero também tem deixado a desejar tanto na marcação, quanto nas interceptações, ao marcar duas vezes contra o próprio patrimônio.
INOFENSIVO E FRÁGIL FORA DE CASA
Nos últimos oito jogos fora de casa, o Vasco sequer pontuou, sofreu vinte gols e marcou apenas quatro. As derrotas vão desde confrontos diretos como Cruzeiro, Bahia e Grêmio até equipes da parte de baixo da tabela como Vila Nova, Novorizontino, Brusque e CSA.
Mais que isso, o time não demonstrou qualquer poder de reação nesses confrontos. Seja com Maurício Souza, Emílio Faro ou Jorginho à beira do campo. Não pontuar como visitante temperou ainda mais a panela de pressão cruz-maltina. E elevou a obrigação de triunfar sob seus domínios, diante de sua torcida.
PERDA DE PONTOS PARA TIMES DA PARTE DE BAIXO DA TABELA
Conforme citado anteriormente, a equipe da cruz de malta deixou pontos importantes pelo caminho. Nos duelos contra adversários da parte de baixo da tabela, o aproveitamento não é o esperado. Diante de times da zona de rebaixamento, conseguiu duas vitórias apenas contra o lanterna Náutico.
Nos duelos com CSA e Brusque, o time não teve uma boa atuação e não estufou a rede fora de casa. Para confirmar o acesso, ainda terá pela frente duelos com Operário-PR e Novorizontino, que lutam para permanecer na Série B. Os seis pontos tornam-se obrigação para quem quer voltar à elite sem sustos.
RENDIMENTO DOS REFORÇOS DA SEGUNDA JANELA
Apesar da compra de 70% da SAF por parte da 777 Partners, o Vasco ainda não fez grandes contratações. Cabe lembrar que o acordo aconteceu com a segunda janela em andamento, e os reforços anunciados fazem parte ainda da gestão anterior. O problema, todavia, é que os nomes que chegaram ainda não corresponderam em campo.
Entre eles, está o da cria da Colina, Alex Teixeira, que soma dez jogos desde que retornou ao clube. O jogador ainda não conseguiu se encaixar na equipe e um dos fatores foi ter ficado um longo período sem atuar no exterior (desde o dia 21 de maio). No esquema de Jorginho, ele tem ficado como opção no banco, visto que joias da base como Marlon Gomes e Eguinaldo estão em melhor fase.
BAIXO APROVEITAMENTO NOS CONFRONTOS DIRETOS
Para um time garantir o acesso precisa construir uma campanha consistente como mandante e também ser sólido nos duelos decisivos. O Vasco tem feito o dever de casa, é verdade, e é o quarto melhor levando em conta apenas os jogos no Rio de Janeiro - invicto até o momento.
Contudo, nos duelos contra os times do G4, o aproveitamento é baixo. Foram duas vitórias, diante de Cruzeiro e Bahia, ambos em São Januário, um empate com o Grêmio, também em solo carioca, e três derrotas, todas como visitante.