Edmundo elogia Juninho, mas faz ressalva: ‘Idolatria fez mal a ele’
Ex-atacante revelou mágoa por falta de apoio do ex-meia, e entende que o atual dirigente do Lyon precisa se posicionar sobre questões políticas do Vasco
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Edmundo e Juninho Pernambucano são dois maiores ídolos do Vasco, e jogaram juntos durante quatro temporadas ao longo do fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. Ao que consta, mantêm boa relação, mas o ex-atacante afirmou, durante o programa "Debate Final", do canal de televisão por assinatura Fox Sports, do qual é comentarista, que a idolatria da torcida cruz-maltina ao atual dirigente do Lyon não lhe fez bem.
- O Juninho é um menino sensacional, mas com a cabeça dura, acho. A palavra é essa. Meu relacionamento com ele é maravilhoso, ele trilhou um caminho de conquistas até maior do que as minhas. E com aquele gol no Monumental (contra o River Plate, na Copa Libertadores de 1998), ele virou o jogador-símbolo daquela conquista. E essa idolatria fez mal a ele. Porque em 1998 ele era bravo porque o Evair ganhava mais do que ele, outros jogadores... eu falava: "Juninho, sua vez vai chegar. Esse cara já jogou na Europa, na Ásia, já é bicampeão brasileiro, Seleção Brasileira. Mas, comigo, só tenho coisas boas para falar dele. Acho que ele tem que se posicionar. Não dá para ficar em cima do muro em questões políticas de clube e em geral. Mais de clube. Eu só estou assim cheio de dedos porque muitas vezes estava comigo e nunca cumpriu - completou, numa possível analogia às aspirações políticas de Edmundo no clube de São Januário.
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Juninho alternou momentos de protagonismo com outros de coadjuvante vestindo a camisa vascaína. Além das relações com os diferentes elencos com os quais trabalhou, ele teve um desafeto que levou para a sequência da vida: o ex-presidente do clube Eurico Miranda, morto no último mês de março. Edmundo contou um dos primeiros episódios daquelas rusgas.
- Do período em que jogamos juntos, tem uma história verdadeira. Em 1997, ele (Juninho) fez com o Juninho. O Juninho começou a ser convocado para a Seleção e o Eurico parou de pagar. Porque ele ia, jogava bem pela Seleção e não jogava bem no Vasco. Ele parou de pagar: "O Vasco é mais importante. Tem que jogar no Vasco." O Juninho me chamou na concentração, me explicou o que estava acontecendo e eu peguei um cheque meu e falei: "Quanto você ganha? Toma aqui o cheque." Segunda-feira eu me viro com o doutor. Chamávamos o Doutor Eurico de "Doutor". Aí ele (Juninho) jogou no domingo, arrebentou com o jogo e eu falei com o Eurico: "Olha, eu paguei ele lá, dei o dinheiro lá", e o Eurico respondeu: "Você é maluco, está indo contra mim?". Respondi: "Não, a gente precisava dele. Ele não estava jogando porque não estava recebendo." Aí o Eurico foi, fez o depósito na conta dele e eu liguei para ele (Juninho) e falei: "Não deposita, não. Devolve meu cheque (risos)." O Juninho é uma pessoa fantástica, gosto muito dele. Mas confesso que fiquei um pouco triste por ele prometer e não cumprir - finalizou.
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