Eleição do Vasco: inquérito é aberto e delegada fala em ‘indícios de fraude’
Patrícia Aguiar, titular da Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Rio, comenta início das investigações sobre irregularidades. Eurico Miranda será ouvido nesta quarta-feira
Delegada titular da Delegacia de Defraudações da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Patrícia de Paiva Aguiar convocou a imprensa para uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ela é a responsável pela investigar possíveis fraudes na eleição do Conselho Deliberativo do Vasco, realizada no último dia 7. Segundo a delegada, “há indícios de fraude” e, por isso, inquérito foi aberto na última segunda-feira. O prazo para a conclusão da investigação é o de 30 dias corridos.
No último dia 6, membros da oposição da chapa “Sempre Vasco Livre”, de Julio Brant, procuraram a delegacia para fazer a denúncia e, com isso, o trabalho de investigação se deu início. Quatro sócios que votaram na urna 7 – a urna que está sub judice –, um sendo morador de Magé, já foram colhidos pela Delegacia de Defraudações. A delegada Patrícia Aguiar comentou sobre a abertura de inquérito e o que, neste primeiro momento da ação, pode-se afirmar com base justamente nestes depoimentos já colhidos.
– Aqui na Delegacia de Defraudações iniciamos as investigações. Há indícios que teriam tido fraudes na eleição, baseado nas informações que nós tivemos, de que pessoas teriam votado com duplicidade de CPF, não pagavam... Já tiveram quatro depoimentos. Recebemos a denúncia de que as práticas irregulares que ocorreram em 2014 estão se repetindo. Depois do que tivemos acesso nos depoimentos, chegamos a conclusão de que há indícios de irregularidades na capitação desses sócios – afirmou.
Eurico Miranda, atual presidente do Vasco e candidato de situação pela chapa “Reconstruindo o Vasco”, e mais três funcionários do clube foram intimados para prestarem depoimento a partir das 14h desta quarta-feira à delegada - um deles é Ricardo Vasconcellos, assessor especial da presidência. A delegada também afirmou que o mandatário cruz-maltino pode vir a responder por crime de desobediência, artigo 330 do Código Penal, com pena prevista de detenção, de 15 dias a dois anos, além de multa.
Isso porque o Vasco não entregou a documentação pedida via ofício pela Delegacia de Defraudações dentro do prazo. A delegada Patrícia Aguiar requisitou que o clube entregasse a documentação relacionada à eleição, como a lista de votantes da urna 7. A determinação foi dada no último dia 9 e o prazo para entrega era de uma semana - mas não foi cumprido até agora.
> Confira abaixo trecho em vídeo da entrevista da delegada: