Entenda o que fizeram de diferente os times que caíram com o Vasco, mas subiram para a Série A
Dos quatro rebaixados na temporada 2020, apenas o Cruz-Maltino não conseguiu voltar à elite do futebol brasileiro. Setoristas analisaram as campanhas de Botafogo, Goiás e Coxa
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Em meio à pandemia, os clubes tiveram pouco tempo para planejarem seus elencos. Com isso, Vasco, Botafogo, Coritiba e Goiás, rebaixados na última temporada, conviveram de maneiras diferentes com a realidade da segunda divisão. Diante de uma competição bem disputada, apenas o Cruz-Maltino não conseguiu o acesso e fez uma campanha que frustrou a torcida, sem entrar no G4 em uma rodada sequer.
Ao longo do ano, o Vasco cometeu uma sucessão de erros, que culminaram no pior ano de sua história. Foram três treinadores diferentes (Marcelo Cabo, Lisca e Fernando Diniz), mas os mesmos problemas desde a estreia no Estadual. A equipe tem a terceira pior defesa, que sofreu com muitos problemas nas jogadas aérea, saídas de bola e contra-ataques.
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Outro ponto importante para compreender o fraco desempenho vascaíno são os erros na montagem do elenco. Em campo, o time jamais passou confiança para a torcida de que teria condições de voltar à elite do futebol brasileiro e isso se confirmou com quatro rodadas de antecedência.
O LANCE! entrevistou os setoristas de Botafogo, Coritiba e Goiás, para compreender os problemas e soluções para as campanhas. E comparar, desta forma, com o que o Vasco apresentou ao longo do ano.
O Botafogo começou mal a Série B, mas conseguiu dar a volta por cima e conquistou o título no último domingo. Tem o melhor ataque da competição e divide a melhor defesa com o Goiás. O setorista do clube no LANCE!, Sergio Santana, falou sobre os pontos positivos e negativos da vitoriosa campanha do Glorioso na competição.
Sobe
- O que deu certo para o Botafogo foi reconhecer que as coisas estavam dando errado na metade da temporada. Eliminações precoces na Copa do Brasil e Campeonato Carioca, Marcelo Chamusca pressionado e torcida enfurecida. A diretoria reconheceu que o caminho seria negativo e mudou. Enderson chegou, claro. Mas mais importante foram os reforços: praticamente todo mundo que foi contratado pós-Estadual foi importante para o acesso. Chay, Oyama, Diego Gonçalves, Barreto, Carlinhos… todos com uma “pequena fatia” do bolo. O Botafogo reconheceu erros e não subestimou a dificuldade da Série B - analisou.
Desce
- Até pelas dificuldades financeiras do clube, o Botafogo fez contratos curtíssimos com muitos desses jogadores que se destacaram na temporada. Não há garantia de que uma base vai ficar para 2022 e isso inclui Navarro, artilheiro da equipe na temporada, por exemplo. As próximas semanas no que tange o fora de campo devem ser importantes - destacou.
O Coritiba, por sua vez, fez uma campanha sólida sob a batuta do paraguaio Gustavo Morínigo. Os paranaenses só estiveram fora do G4 em quatro rodadas, têm o quarto melhor ataque e quarta melhor defesa do campeonato. O setorista do clube na Rádio Banda B, Daniel Piva, analisou a temporada do Coxa.
Sobe
- O Coritiba passou por um verdadeiro teste de convicção no início da temporada, quando foi eliminado ainda na primeira fase do Campeonato Paranaense, a pior campanha dos últimos 30 anos. O fracasso no Estadual foi friamente analisado e o clube manteve o elenco e o técnico Gustavo Morínigo, apesar da insatisfação dos torcedores. Com a chegada do experiente zagueiro Henrique, o time ganhou corpo e alguns atletas cresceram de rendimento (Robinho, Waguininho e Igor Paixão) e a equipe embalou, com os gols de Léo Gamalho na frente e a liderança do capitão Willian Farías no meio - ressaltou.
Desce
- O time não teve, no Campeonato Brasileiro, grandes percalços. O maior deles foi nos bastidores, com a questão financeira (chegou a atrasar salário em alguns momentos) e teve a perda do presidente por Covid-19 em junho - pontuou o setorista.
O Goiás começou mal o ano, mas conseguiu se encontrar na competição ao reforçar seu elenco. O Esmeraldino só esteve fora do grupo dos cinco primeiros em três rodadas. Atualmente, tem o quinto melhor ataque e divide o melhor ataque com o Botafogo. O setorista Charlie Pereira, do Sistema Sagres, fez um resumo sobre a campanha dos goianos.
Sobe
- O Goiás caiu para a Série B e teve uma troca na administração. Assumiu o clube: Paulo Rogério Pinheiro, filho do Haile Pinheiro, grande nome da história do clube, que é presidente do Conselho. A partir das eliminações Goiano e Copa do Brasil), o Goiás viu que tinha que ir ao mercado. Contratou cerca de 18 jogadores, muitos antes do Brasileiro, depois vieram outros jogadores... O clube contratou o artilheiro do Carioca e o do Paulista. O Alef Manga foi o que deu certo. Mezenga perdeu a posição e foi contratado o Nicolas - recordou.
- O clube começou a temporada com a dupla de técnicos que foi rebaixada: Augusto César e Glauber Ramos. Como o time foi muito mal no Estadual, o Augusto foi demitido e só ficou o Glauber. Depois chegou o Pintado na reta final do Goiano, depois foi demitido, veio o Marcelo Cabo, que também foi demitido, e o Glauber Ramos voltou a assumir. Ambos foram demitidos com o Goiás no G4, mas eram trabalhos que a diretoria não sentia firmeza - analisou.
Desce
- O time teve que reduzir muito o quadro de funcionários devido à sua realidade financeira. O Goiás era um clube muito inchado. Uma estrutura administrativa muito grande Tudo isso passou por um enxugamento grande, muitos funcionários foram demitidos, teve que reduzir folha de pagamento e outras despesas. Conseguiu pagar os salários em dia, teve uma boa premiação, com a folha de pagamento em R$ 1 milhão e 300 mil em média. Agora é saber o que vai acontecer, quem vai deixar esse elenco e que treinador irá chegar - projetou Charlie.
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