As notícias de que o Vasco tem sofrido para honrar compromissos financeiros, como comissão de empresários e parcelas de contratações, marcaram os últimos dias no clube. O período de desafio, porém, era esperado na rotina da SAF e não chegou a afetar os salários dos jogadores. O LANCE! apurou que o Cruz-Maltino pretende assegurar seu fluxo de caixa. Havia a perspectiva de um período de dificuldades para ajustar a situação do clube em relação a compromissos externos entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023.
Após ter recebido o primeiro aporte financeiro da 777 Partners, de R$ 120 milhões, em setembro do ano passado, o Vasco destinou parte significativa do valor para pagamentos de dívidas e custos operacionais, que envolvem a manutenção de São Januário, do CT Moacyr Barbosa, fornecedores e outras dependências.
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Embora a venda do Andrey ao Chelsea tenha ajudado nas receitas, o valor não foi o suficiente para que o clube da Colina contratasse à vista, e diversas negociações envolvendo jogadores e comissões de intermediários foram parceladas. A exceção foi a contratação de Pedro Raul, na qual o Cruz-Maltino pagou pouco mais de R$ 10 milhões ao Kashiwa Reysol, do Japão.
O Vasco ajustou pendências em torno das contratações do zagueiro Léo e do meia Orellano, que está quitado de acordo com o clube. O Cruz-Maltino também tenta renegociar acertos por Lucas Piton e Puma Rodríguez. O impasse em torno da parcela do Regime Centralizado de Execuções (RCE) foi solucionado, mas a dívida em relação à venda de Andrey, vai se tornar motivo de ação judicial.
O Atlético Tucumán (ARG) também se queixa da falta de pagamento pela negociação envolvendo o zagueiro Capasso. O Vasco adquiriu 50% dos direitos econômicos do jogador por 1,2 milhão de dólares (R$ 5,9 milhões), mais 300 mil dólares (R$ 1,5 milhão) por metas batidas. Membro da diretoria do clube argentino, Miguel Abbondándolo afirmou que o caso já está sendo analisado pelo departamento jurídico.
- Há uma dívida. Nossa diretoria já passou esse caso para o departamento jurídico e agora eles vão cuidar disso - explicou.
Atualmente, o fluxo de caixa é suficiente para conseguir pagar salários e questões operacionais. A perspectiva dentro da SAF é que, com o tempo, o clube comece a aumentar a capacidade de receita, dependendo menos dos aportes previstos na venda do futebol para acertar despesas correntes. Estima-se que por mês o clube fature cerca de R$ 10 milhões, orçamento curto tendo em vista que a folha salarial gira em torno de R$ 7,5 milhões.
Inicialmente, a 777 Partners tem até setembro para injetar novo aporte financeiro, de R$ 120 milhões. Só que a expectativa é que o Cruz-Maltino receba a quantia combinada antes, com o intuito de ajudar a reequilibrar o fluxo de caixa e reforçar o elenco para a próxima janela, que abre no dia 3 de julho.