"Aqui eu ergui meu templo". "E por amor ergui este monumento". Quantas torcidas no mundo podem cantar isso? A do Vasco entoa São Januário orgulhosamente em cada partida. O palco de sentimentos mil para a torcida cruz-maltina completa 95 anos nesta sexta-feira. Local que respira história, tem cheiro de futebol e pulsa apoio aos jogadores.
De 1927 para cá, a Colina Histórica viu desfilarem times históricos, nomes eternos não só para o futebol vascaíno, discursos de presidente da república. Como toda casa, também guarda tristezas. Algumas destas ilustradas nas palavras "alambrado" e "marquise".
Mas são muito mais alegrias, mesmo que pouco frequentes nos últimos anos. São Januário nasceu símbolo de um clube histórico, que lutou contra o status quo elitista e racista. Cresceu e abraçou outras modalidades. O Vasco foi campeão também no basquete, por exemplo.
O estádio faz parte do roteiro turístico de quem gosta de futebol, mesmo longe das praias e fora da rota óbvia. A Prefeitura do Rio reconhece o local como patrimônio histórico, cultural e desportivo. E a comunidade vizinha, a Barreira, é do Vasco até no nome.
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Diferentes futuros previram reformas e modernizações. Na prática, poucos avanços aconteceram. A torcida passa longe de reclamar, mas o mercado indica que melhorias são necessárias e inevitáveis.
Ainda este mês, o maior ídolo do clube e quem mais fez os barbantes de São Januário balançarem será eternizado em estátua inaugurada. São símbolos e emblemas quase que intrínsecos. Passado no presente de uma paixão, o Vasco, que vem maltratando os corações dos apaixonados torcedores nos últimos anos.
Mas nada abala o amor pelo Vasco. E ai de quem falar mal da casa dos outros. Viva São Januário.