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Limitação financeira e mudança técnica: as dificuldades do Vasco no mercado em 2020

Saída de Luxemburgo atrapalhou algumas negociações e mudou o perfil cruz-maltino, que ainda esbarra nas dificuldades no caixa

Treino Vasco - Abel Braga
imagem cameraAbel Braga conversa com jogadores do Vasco durante treinamento (Foto: Carlos Gregório Jr/Vasco)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 09/01/2020
17:09
Atualizado em 10/01/2020
06:00

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Não é novidade que a situação financeira do Vasco tem grandes reflexos no futebol do clube. Entretanto, a instabilidade para cumprir com os compromissos pode pesar mais do que o clube estava imaginando na hora de barganhar por novos reforços para 2020. Os constantes atrasos dificultam e o próprio técnico Abel Braga admitiu, em entrevista coletiva no CT do Almirante, que alguns atletas não quiseram atuar pela equipe carioca ao se depararem com o atual cenário.

A alteração no comando técnico da equipe também influencia no ambiente interno. Enquanto Vanderlei Luxemburgo esteve na Colina, alguns jogadores admitiam a possibilidade de negociar novos contratos, como Fredy Guarín, Oswaldo Henríquez e Rossi. Principalmente pensando na filosofia que o comandante implantou desde que assumiu, cobrando a diretoria pelos acertos e, até onde foi possível, pressionando para que as promessas fossem cumpridas. No entanto, a decisão do treinador em não permanecer dificultou algumas conversas.

Apesar da cúpula vascaína optar por Abel Braga para tentar manter o perfil conciliador e de blindagem do elenco, o cenário que se desenha no primeiro momento é diferente. Nesta quinta-feira, o presidente Alexandre Campello se reuniu com os jogadores para falar sobre os atrasados. Abel preferiu não participar do papo, mostrando um envolvimento diferente do que acontecia no Fluminense, por exemplo, onde o treinador viveu situação semelhante. No Tricolor, o veterano pediu demissão, entre outros motivos, por não querer mais ser escudo dos diversos problemas.

Na declaração sobre as dificuldades de mercado, chamou a atenção uma dificuldade que o Vasco não previa. Antes, a diretoria tinha a confiança que, apesar das limitações financeiras, o tamanho da camisa e do clube poderiam pesar para as decisões. No primeiro momento, porém, algumas negociações travaram independente disso. Nessa mesma linha, o atacante Rossi avançou nas conversas com o Ceará, que, apesar de ser "menor" do que o Cruz-Maltino, pode oferecer salários em dia.

- Cada um sabe da sua vida. Eles também não têm noção exata do tamanho do Vasco. Deveriam ter prestado mais atenção no que a torcida fez nos últimos meses. Foi sensacional. O Uendel foi o primeiro a ser conversado. Esse não teve nada de não querer vir para o Rio. Ele não quis vir para o Vasco. Está um pouquinho complicado (reforçar o time). Situações foram várias. Tinha um jogador que seria bem importante para nós a nível de grupo, e a esposa não quis vir morar no Rio de Janeiro. Ouro ficou preocupando, achando que o Vasco está com um problema exagerado. Não é bem assim. São problemas sérios, mas não exagerados. Todos os problemas aqui estão sendo administrado e sendo controlados - disse Abel.

Esta não foi a primeira vez que Abel Braga entrega alguma situação ruim do Vasco, mesmo que esteja no primeiro mês de trabalho. Na entrevista de apresentação, o treinador já havia dito que Alexandre Campello o avisou que não pagaria em dia os salários em 2020. "Se pagar em dia, vai ser uma surpresa legal. Se não pagar, eu já estou sabendo", afirmou no evento ainda em dezembro.

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