Opinião: ‘público zero’ da torcida do Vasco foi uma prova de amor
Gigante da Colina viveu noite atípica na partida contra o São Paulo, disputada neste sábado (22)
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A partida entre Vasco e São Paulo, disputada neste sábado (22), em São Januário, expôs uma verdadeira prova de amor da torcida do Vasco para o clube: ao contrário do que foi visto nos últimos anos, o torcedor decidiu não comparecer em grande número ao estádio, que viu, provavelmente, seu pior público na década.
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Amor infinito, mas precisa ser recíproco
O relacionamento do Vasco com o torcedor parece, de longe, um amor de cinema: demonstrações de afeto, presentes, chocolate e até mesmo juras de que tudo vai mudar. De perto, porém, é um relacionamento abusivo. Mentiras, traições, falsas promessas e, até mesmo, agressão.
Quando os jogadores não correspondem em campo, é agressão ao coração do torcedor. Quando o clube, como entidade, parece não entender esse amor, é agressão. Quando as decisões afastam o maior bem de um time de futebol, é agressão. E agora, Vasco, o torcedor escolheu impor seus limites.
Limites impostos a partir de um único ideal: recuperar o próprio relacionamento. Não é com três camisas bonitas por ano que isso vai ser recuperado; é no campo, com garra, suor e, às vezes, sangue.
Não é com um presente de Natal ou, nesse caso, de aniversário, que isso será salvo. É devagar, com reaproximação, amor retribuído e demonstrado. O torcedor não vai amar sozinho, Vasco. Ele te quer de volta. Bonito. Saudável. Forte.
O torcedor, na figura de alguém que ama e cuida, não quer te ver cambaleando, sofrendo, chorando. Não quer te ver sendo sugado e usado por quem não te quer ver no topo. Ele quer aquele Vasco de volta, do início do relacionamento: campeão, imponente e confiante.
O torcedor adora cantar que 'Nunca vão entender esse amor', mas suas atitudes, de alguém que não liga, não retribui e até tira sarro, faz com que entendam que quem não entende, infelizmente, é você, Vasco.
Em São Januário, brilha a 'Estrella'
Na Colina, um misto de emoções. Vazio, o templo vascaíno ecoava a preocupação dos jogadores, pressionados após as tenebrosas atuações recentes no Campeonato Brasileiro. Fora do círculo vascaíno, inclusive na transmissão, o que chamava a atenção era a naturalidade de um jovem de 19 anos, totalmente habituado. E não poderia ser diferente, certo?
Nascido em São Januário, Guilherme Estrella desfilou em campo. Frieza, qualidade no passe, cabeça erguida e, até mesmo, um golaço. Esse foi o repertório do jovem. Ele funciona. A base funciona. E salva. Sempre.
Pouca inspiração, claro, mas muita transpiração. E era isso que a torcida, com seu manifesto, queria desde o início. O torcedor não quer um time campeão da noite para o dia. Ele quer um time que dispute, lute, chegue. Não quer 11 jogadores que já entrem tristes e derrotados. Quer atletas que acreditem na força da camisa e entendam, de fato, o que é esse amor e o peso de carregar essa Cruz (de Malta).
4 a 1. Vence o Vasco. Vence a torcida. Imensa, voltará a ser feliz.
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