O técnico Rafael Paiva, que ainda conta com a simpatia de muitos por ter extraído o máximo possível de um elenco problemático, chega agora a um ponto crucial em sua trajetória no Vasco. Esse momento se apresenta como um verdadeiro divisor de águas, em que sua habilidade de adaptar e ajustar o time será colocada à prova.
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Para sobreviver no cargo, Paiva precisa mudar. Não apenas o esquema tático, mas também a montagem do time. O Vasco, hoje, carece de pontas de qualidade, e é evidente que insistir em uma formação que depende totalmente de extremos não trará resultado. O time não tem peças para sustentar esse modelo.
As escolhas do treinador também são questionáveis. Em várias ocasiões, parece faltar critério nas substituições e na lista de relacionados. Jogadores como Alex Teixeira e Rossi, por exemplo, chegaram a entrar em campo enquanto outros titulares recentes nem saíram do banco. Por que Victor Luís ficou fora do último jogo, mesmo tendo condições de atuar? E por que Maxime Dominguez, que apresentou um bom desempenho quando jogou, não recebe mais oportunidades? São decisões difíceis de entender.
Há também a questão da defesa. Manter Maicon e Léo como escolhas prioritárias na zaga parece um contrassenso. Lyncon e Luiz Gustavo podem, sim, ter a chance de mostrar serviço. Não é o cenário ideal, pois são jogadores inexperientes que estarão sob pressão, mas oferecer essa oportunidade aos jovens é justo. Se falharem, o peso não deve recair sobre eles: são atletas em formação, assumindo riscos por necessidade. O momento pede ousadia - ficar na zona de conforto de Maicon e Léo é uma escolha que pouco acrescenta.
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Paiva mostrou, em momentos pontuais, que conhece o elenco que tem. Ele foi o treinador que mais compreendeu as limitações e possibilidades de seu grupo de jogadores. Mas, agora, enfrenta um obstáculo maior. Os erros seguidos nas últimas partidas - nas quais o Vasco esteve longe de competir - ligam o sinal de alerta. Há paciência com o treinador, mas seria desonesto ignorar que ele vem, sim, errando. As leituras equivocadas dos últimos jogos mostram uma resistência em rever suas estratégias.
A mudança é urgente. Paiva precisa refletir sobre suas convicções e encontrar uma forma de se reinventar. O elenco é curto e limitado; nisso, ele não tem culpa. No entanto, já provou que consegue tirar mais desses mesmos jogadores.
Chegou a hora da autocrítica. Para o Vasco avançar, o técnico precisará deixar de lado a teimosia, abraçar a mudança e seguir um caminho de adaptação. Esse é o caminho para construir uma carreira sólida e, sobretudo, para recolocar o Vasco em condições de competir.
*Por Pedro Felipe - CriaLab! NewsColina