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Perto de voltar ao Vasco, Ramon se emociona e diz que pensou em parar

Lesão no joelho aconteceu em novembro do ano passado; lateral elogiou os concorrentes de posição no Cruz-Maltino 

Ramon Motta recebe homenagem de dia dos pais no Vasco
imagem cameraRamon, ao lado da esposa e da filha, em entrevista à "Vasco TV" (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 12/08/2019
15:05
Atualizado em 12/08/2019
15:24

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Sem entrar em campo desde novembro de 2018, o lateral-esquerdo Ramon está em fase final de recuperação do rompimento no ligamento cruzado anterior e das lesões no menisco lateral e no ligamento colateral medial do joelho esquerdo. Vivendo a expectativa para retornar aos gramados, o jogador concedeu entrevista à "Vasco TV" e, ao lado da esposa Marina e da filha Antônia, se emocionou ao falar das dificuldades por conta da contusão.

- Elas sabem o quanto eu lutei para estar aqui. Foram essas duas que cuidaram de mim. Me ajudam em todos os momentos. Teve época que eu não conseguia andar e nem tirar o pé da cama. Era uma criança grande, só não usava fralda, e precisava de ajuda para tudo, até para ir no banheiro e trocar de roupa. Todo mundo que tem uma lesão séria tem uma fisioterapia em casa. Eu saio daqui e continuou tratando lá, e elas são as minhas fisioterapeutas. Eu fico emocionado porque vem um filme na minha cabeça. Ainda falta um tempinho para voltar, mas é gratificante estar com elas aqui, pois só nós sabemos as dificuldades que enfrentamos para chegar ao estágio de hoje. Tenho seis anos de clube. Minhas maiores felicidades foram aqui. O Vasco é minha vida, minha família - disse.

Antes dessa lesão em 2018, o camisa 33 já havia se machucado de forma grave em 2017, quando ficou afastado dos gramados por sete meses. Na segunda lesão, contra o Athletico-PR, em São Januário, Marina estava trabalhando como médica em uma das ambulâncias que prestava atendimento no gramado do estádio.

- Eu demorei muito para entender que era ele. Eu entrei na ambulância para resolver um problema e o motorista me chamou dizendo que precisaria entrar no campo em virtude da contusão de um jogador. Hora nenhuma passou na minha cabeça que era ele. Eu tinha certeza que não era. Foi quando olhei para o campo para ver mais ou menos o que era. Quando eu levantei a cabeça, eu vi ele levando a mão no rosto para chorar. Reconheci pela faixa de capitão e pelas tatuagens. Ficou tudo preto, não consegui ver mais nada. O motorista falava comigo e eu não respondia. Só dizia para pediram para a outra ambulância entrar, pois não iria conseguir. Eu parei, isso nunca tinha acontecido comigo, e olha que já peguei casos mais graves. Eu congelei, literalmente. Eu não lembro de mais nada que aconteceu, apenas de estar no vestiário com ele, abraçando, dando força, chorando junto - revelou Marina.

Ramon admitiu que pensou em desistir da carreira após ver a gravidade da lesão. O prazo inicial de retorno foi estipulado em 10 meses. Atualmente, o jogador já passa por fase de recondicionamento físico.

- Confesso que fiquei desesperado e pela primeira vez na minha vida eu falei em parar. Fui ver os exames e vi que não havia sido apenas o cruzado, tinha sido uma coisa a mais grave que a primeira, que só voltaria com 10 meses. Fui para casa chorando junto com a minha esposa. Isso foi pesando muito na minha cabeça, até também por ter sido a segunda lesão grave. Lembro que cheguei para a minha esposa e perguntei se ela conseguiria sustentar a casa se eu parasse de jogar. Ela me chamou de maluco, disse que não ia deixar eu parar porque a minha filha precisava de mim e também por me desejar ver jogando. Eu tinha semana de altos e baixos, vários dias voltava chorando para casa - relembrou.

Quando voltar, Ramon precisará superar a concorrência de Danilo Barcelos e Henrique. O primeiro iniciou o ano como titular, mas acabou perdendo a vaga. O segundo é um dos titulares absolutos de Luxemburgo neste momento.

- O Danilo (Barcelos) chegou esse ano e é um cara muito engraçado. Uma pessoa que você pega amizade muito fácil. Como jogador é excelente, tem uma força incrível, bate na bola como poucos no Brasil. Tem muita qualidade. O Henrique eu tenho como filho, me vejo na idade dele, falo abertamente. Ele com 24 anos é muito melhor do que eu com a mesma idade. É completo. Fui para fora, amadureci, aprendi as coisas. Vejo ele com um potencial enorme - finalizou.

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