Ao L!, Roberto Dinamite fala sobre os desafios no Vasco: ‘Julgar é fácil’
Em tarde de autógrafos em loja do Gigante da Colina na Zona Sul do Rio, eterno ídolo do Vasco fala sobre sua trajetória em campo, desafios na presidência e analisa atual equipe
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O nome de Roberto Dinamite continua a mover paixões de diversas gerações de vascaínos. Ao participar de uma tarde de autógrafos neste sábado, na filial da loja Gigante da Colina em Copacabana (na Zona Sul do Rio de Janeiro), o ídolo puxou o tradicional grito de "Casaca" e expôs sua gratidão pelo carinho que recebe até hoje de torcedores.
- É um privilégio. Fico muito feliz com essa troca de carinho, respeito e admiração do torcedor do Vasco. Procuro sempre tratá-los da melhor maneira possível, porque foram 20 anos defendendo o clube, dentro e fora do campo. E. para mim é motivo de orgulho ter esse reconhecimento e o carinho do torcedor - disse o eterno craque.
Em entrevista concedida ao LANCE!, o ex-jogador relembrou momentos vividos dentro de campo com a camisa do Cruz-Maltino, não mediu palavras ao apontar o quanto foi desafiador assumir a presidência do clube da Colina e deixou sua opinião sobre os atuais rumos da equipe.
LANCE!: Você se destacou no Vasco não só por ser goleador, mas também por formar grandes duplas de ataque. Em alguns momentos, até atuou mais recuado, ao lado de jogadores como Mauricinho, Sorato, Romário e Edmundo... Como foi esta mudança na sua maneira de jogar?
Roberto Dinamite: Tive dois momentos na minha carreira no Vasco. Um como atacante, finalizador, para fazer gols. E depois, eu saía mais da área e gostei disso. Esta mudança ocorreu em um torneio que a equipe disputou na Espanha, que foi a pedido do Oto Glória (treinador com várias passagens no Cruz-Maltino e que se destacou por levar a seleção de Portugal ao quarto lugar na Copa do Mundo de 1966). Ele pediu para que eu saísse mais, me movimentasse mais. Eu gostei! Eu jogava mais, a bola passava mais no meu pé. Continuei fazendo gols, mas consegui ajudar os outros jogadores a marcarem também. Foi uma experiência muito positiva.
L!: Após ter se consagrado como jogador do Vasco, você aceitou a responsabilidade de assumir a presidência do clube. Como é colocar a idolatria à prova?
Ser presidente foi um grande desafio. Na realidade, o torcedor enxerga você como jogador e depois como presidente, achando que é assim que você vai resolver tudo. Existe o presidente sim, mas também uma série de outros responsáveis. Muitas vezes as pessoas julgam somente pelo resultado. Mas, de repente, você vai fazendo um trabalho ao longo dos anos. É complicado.
L!: Quais foram os maiores obstáculos que você encontrou no seu período como mandatário do Cruz-Maltino?
Todo presidente que entra no Vasco administra o passivo, e não o ativo. O problema do Vasco é que é preciso buscar mais com o torcedor, com os sócios. É fácil para as pessoas falarem e julgarem você, mas volto a dizer: tive que administrar um passivo de pagar. Edmundo, Romário, Donizete, Mauro Galvão... Jogadores que atuaram entre 1998 e 2000. Sendo que assumi em 2008 como presidente do clube. Essa é a dificuldade maior que não só eu, mas todos os presidentes têm no Vasco. A solução é buscar novas receitas, novos investimentos para conseguir melhorar o trabalho no clube.
L!: O que tem chamado sua atenção em relação ao atual Vasco nesta reta final do Campeonato Brasileiro? Você acredita em dias melhores para a equipe?
Eu espero muito mais do Vasco. Mesmo com essa dificuldade, o Vasco segue fazendo o que há de mais importante, que é realizar um grande trabalho de base e revelar grandes jogadores. Isso é fundamental para que as coisas possam acontecer. Alguns acabam saindo, e não há muito o que fazer, mas conseguimos mostrar que existe o trabalho
L!: O que acha da forma como o técnico Vanderlei Luxemburgo vem comandando o time?
O Vanderlei (Luxemburgo) está fazendo um belo trabalho, que é fruto do que ele conquistou e da verdade que ele coloca para os jogadores. O Vasco só vai conseguir grandes resultados quando o grupo estiver junto, unido, e acredito que esteja acontecendo isso na equipe. Por isso confio tanto nisso tudo.
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