Vascaíno, Valdir quer recuperar trio, mas não alivia: ‘Paçocou, tem que vaiar’
Criado no Vasco e conhecedor do clube, interino entende pressão da torcida mas confia na recuperação de jogadores em baixa: 'Se você bate de carro, não joga ele fora, mas conserta'
A tarefa de assumir uma equipe interinamente após a saída do treinador é sempre difícil. Ainda mais em clube que vive muitos problemas dentro e fora de campo. Mas, no caso do Vasco, o nome de Valdir Bigode pode ser o ideal para abaixar a poeira e arrumar a casa. Ele conhece bem São Januário, como jogador, auxiliar e interino, e sabe o que fazer para recuperar a confiança de atletas em baixa no elenco e acredita na volta por cima dos afastados pela diretoria no mês passado.
- É questão de diretoria, mas tenho liberdade para falar. São atletas do clube, que de uma hora para outra não valem nada. Não é por aí. Ano passado, todos viram uma superação de praticamente todos os jogadores, que fizeram com que o Vasco chegasse na Libertadores. Wellington, Paulão, os garotos. Eles cometeram uma falha, conversei com eles, foram punidos. Mas você bate com seu carro, vai jogar ele fora? Não, vai consertar, e vamos recuperar os atletas que tem contrato - afirma Valdir, que adianta a escalação de Paulão contra o Cruzeiro.
- O Paulão vai jogar, tem meu respeito. Terminou o ano muito bem com aplausos do torcedor. Não adianta punir até dezembro, até o fim do contrato. Ele pertence ao clube, é um patrimônio. Passo a passo vamos tentar recuperar esses caras. Conversei com algumas pessoas, todas me apoiaram nessa decisão. Quem está com a moral baixa, vai se reerguer.
No caso de Fabrício, a situação parece ser mais delicada. Ele não foi punido pela diretoria, mas segue perseguido pela torcida. Inclusive, sequer treinou na segunda-feira e pode estar de saída do clube. Se depender de Valdir, volta a ter espaço caso demonstre vontade de retomar seu espaço.
- Fabrício não estava no clube ontem, chegou hoje, conversei com ele. Falou que ia treinar, mas não deu tempo de relacionar. Se ele conversou ou não sobre saída, é problema da diretoria. Se ele ficar, eu vou conversar com ele e entrar na fila da recuperação. Espera um momento melhor, depois vem aqui buscar espaço de novo. Não vai parar de jogar porque tomou uma vaia, perdeu jogo, goleada. Acorda no outro dia para treinar de novo e recuperar. se tiver oportunidade, vou passar isso pra ele. Já passei por algumas situações mas sempre acordava no dia seguinte encarando novamente - explica Valdir, que também entende o lado do torcedor e não alivia.
- Torcida é só emoção. Tem que vaiar. Entregou a paçoca, tem que vaiar, fez coisa errada, tem que vaiar. A gente só pede para o torcedor essa lacuna, antes do jogo tranquilo e durante, apoiar. Depois, se não gostou, vaia. Enquanto a bola rolar, a torcida te empurra - completou.