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Vascaínos relatam momentos de tensão em confusão em São Januário

Torcedores contam o que viveram em meio aos conflitos que aconteceram no estádio após o clássico entre Vasco e Fla. Eles sofreram com pancadaria, spray de pimenta e bombas

Confusão em São Januário
imagem cameraSão Januário foi palco de muitos conflitos após o clássico entre Vasco e Flamengo (Foto: Reprodução)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 09/07/2017
21:33
Atualizado em 09/07/2017
23:32

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Muitos torcedores do Vasco viveram momentos de tensão e medo com as cenas de violência em São Januário após o clássico contra o Flamengo, no último sábado, pelo Brasileirão. Com muitos conflitos, os vascaínos sofreram com a pancadaria, gás de pimenta e gás lacrimogêneo. Confira alguns relatos:

Torcedor viveu momento desesperador ao lado do pai

Eu e meu pai saímos um pouquinhos antes de terminar o jogo e estávamos em um churrasquinho em frente a área da social. Estava tranquilo, mas depois chegou um monte de gente correndo, com a polícia jogando spray de pimenta na gente. Aí, do nada uma amigo do meu pai levou um golpe de cassetete na perna dele, mas ele nem tinha feito nada, estava quieto. Depois de meia hora de já ter terminado a confusão, a polícia veio e eu vi duas bombas de gás caindo perto da gente. Por causa disso eu comecei a vomitar, assim como todo mundo que estava perto da gente. Todo mundo saiu correndo, perdi meu pai e demorei uns cinco minutos para acha-lo. Fiquei tonto durante uma hora, bem desesperador. Nunca passei um momento tão tenso na minha vida.

Gabriel Cirone, de 15 anos

'Fui atingido por spray de pimenta e bomba de gás'

Estou acostumado a ir em São Januário e confusão lá não é novidade para mim. Esse ano está tendo muita confusão, a de sábado foi apenas maior. Mas isso muito por culpa da atmosfera criada e também por conta conta polícia, que é muito despreparada. A única coisa que atingiu a mim e meus amigos foi o spray de pimenta que a polícia jogou, assim como as bombas de gás. Claro que a torcida tem culpa, tem bandido no meio da torcida do Vasco, como em todas as torcidas organizadas de outros clubes, mas a polícia contribuiu para a confusão. Eu tentei me manter o mais calmo possível. Eu sou de Três Rio e fui com um ônibus daqui. Muita gente do nosso ônibus pulou para o camarote. Eu fiquei quieto num canto e quando deu uma acalmada eu consegui descer.

Nicolas Guimarães, de 25 anos

'Foi meio que um clima de guerra'

Desde o início do jogos os ânimos estavam bem exaltados, acontecendo várias brigas entre as torcidas organizadas mesmo. Eu lembro de ouvir algumas pessoas falando 'vamos invadir o campo, vamos invadir', mas ninguém estava conseguindo, porque mais cedo um rapaz tentou e saiu de campo desacordado. Ninguém se arriscou a pular, ficava em cima do muro, mas não pulava. Como esse pessoal que estava tentando invadir não conseguiu, começou a tacar as coisas dentro do campo. Jogaram latas, garrafas e bombas também. Não sei como eles conseguiram entrar com aquelas bombas, porque o certo é ter uma revista antes. Quando a GEPE começou a revidar, foi nesse momento que a confusão aumentou de uma forma geral. Aí começou a violência, todo mundo começou a correr para quebrar as coisas. Muitas bombas e o gás deixavam as pessoas agoniadas. Algumas pessoas caiam e tinha que socorrer. Eu ouvi relatos de amigos que viram torcedores brigando entre si, um rapaz dando um soco em uma menina. Quando começaram a tacar as bombas, caiu uma do meu lado. Eu tentei a chegar até a saída, mas estava muito cheio. Então eu fui descendo como dava as arquibancadas devagar até chegar no corredor. Lá estava bem cheio também, porque era muita gente tentando sair ao mesmo tempo. Eu fui andando, saindo devagar com medo de tacarem alguma coisa, porque parecia que a polícia não estava vendo para onde estavam tacando. Onde os torcedores agrupavam eles tacavam a bomba, não queria saber se era inocente ou criança. Quando eu cheguei lá fora, tinha muita confusão, muita gente correndo na praça. Eu tentei entrar na Barreira do Vasco para encontrar uns amigos, só que lá também tinha confusão. Tinha gente armada e discutindo. Foi meio que um clima de guerra.

Julia Correia, de 19 anos

'Já tinha briga desde o início, é que no final do jogo acabou estourando mais'

Confusão começou desde o início. Muita gente que estava lá dentro,a gente já tinha visto em outros jogos, e eles estavam roubando as pessoas na fila. Na hora que eu entrei, já tinha briga desde o início, é que no final do jogo acabou estourando mais. No intervalo teve briga, uma senhora quase caiu no vão da escada. A gente via que a intenção de certas pessoas era só brigar. Tinha gente ali que não estava nem prestando atenção no jogo. Eu tive até que trocar de lugar no estádio, porque tinha briga em toda parte. E mesmo assim no final do jogo quando tentei me esconder acabei levando spray de pimenta. Tive que sair correndo e nessa hora levei mais spray. Para sair foi um absurdo, porque a gente quase não conseguia sair de São Januário. Quando a gente conseguiu sair, levou mais spray de pimenta e a gente ainda teve que ouvir desaforo de PM que estava lá. Isso sem a gente ter feito nada. Tinha muita confusão do lado de fora. Isso só parou depois que a cavalaria passou.

Torcedora pediu para não ser identificada

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