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Vasco demite o técnico Fábio Carille

Treinador é demitido após pelo Cruz-Maltino após derrota para o Cruzeiro

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imagem cameraCarille não é mais o técnico do Vasco (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
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Matheus Guimarães
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 27/04/2025
21:26
Atualizado há 2 minutos

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Fim da linha. O Vasco demitiu Fábio Carille após a derrota para o Cruzeiro, por 1 a 0, na noite deste domingo (27), no Estádio Parque do Sabiá, em Uberlândia. O diretor técnico, Felipe Loureiro, volta a assumir o comando da equipe de maneira interina até a definição do novo comandante.

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A decisão foi comunicada por Pedrinho, em entrevista coletiva, logo após a partida. O clube também oficializou a demissão de Fábio Carille pelas redes sociais.

- Primeiro quero falar que toda responsabilidade é minha, do trabalho que está sendo feito dentro do Vasco. Comunico que aconteceu agora o desligamento do Carille. Para deixar muito claro que, quando a gente faz uma demissão, parece que estamos transferindo toda a responsabilidade para o treinador, e essa responsabilidade é minha. Foi o que conversei com o Carille - anunciou Pedrinho.

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Carille esteve no comando do Vasco em 21 jogos. Ao todo, o ex-técnico cruz-maltino venceu nove partida, empatou cinco e perdeu sete.

Segundo Pedrinho, a avaliação da diretoria é era de que o trabalho estava abaixo do esperado. O desgaste começou com o desempenho nas semifinais do Carioca, quando o Vasco perdeu para o Flamengo nos dois clássicos.

Após, o Vasco cedeu um empate ao Melgar, no Peru, depois de abrir 3 a 1. Além disso, o Cruz-Maltino também perdeu fora de casa para Corinthians e Ceará. A terceira derrota como visitante fez Carille não resistir.

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Agora, o Vasco volta a campo para enfrentar o Operário, pelo primeiro jogo da terceira fase da Copa do Brasil. O jogo será nesta terça-feira (29), às 16h, no Estádio Germano Krüger.

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Cruzeiro x Vasco
Vasco perdeu para o Cruzeiro no Brasileirão (Foto: Matheus Lima/Vasco)

Confira mais respostas da coletiva de Pedrinho, presidente do Vasco:

CONVICÇÕES
- Muitas coisas que sempre falei e preguei na TV, sigo tendo como convicções. Mas na hora de aplicá-las, às vezes não é o momento que a gente imagina. Sempre acreditei muito na questão do jogo. Aqui dentro, percebemos que as coisas são diferentes e também há questões anímicas que também precisam ser consideradas. Ambiente interno estava muito bom com os atletas, Carille é um cara muito especial, a comissão técnica. É um trabalho muito sério e duro. Por todo um contexto, infelizmente, todo mundo fala que sempre sobra para o treinador. É uma verdade, mas essa responsabilidade é minha.

ASSUMIU A RESPONSABILIDADE
- Acho que todos nós que estamos trabalhando aqui com futebol, atletas, comissão, departamento esportivo, somos responsáveis. Colocamos uma sobrecarga no treinador como se tudo fosse culpa dele. Não é fácil, mas às vezes é necessário. Quero deixar claro que a responsabilidade é minha e agradecer muito pelo trabalho dele e de toda a comissão nesse período em que esteve com a gente. Agradecer mesmo, de coração. Foi um desligamento muito duro pra mim, pessoalmente, que tenho uma questão humana muito grande. Sei que existe uma resistência muito grande de algumas pessoas na questão humana, se tratando de alguns cargos. Principalmente o meu, como presidente.

TERCEIRA TROCA DE TÉCNICO NA GESTÃO
- A questão do tempo de trabalho do treinador foi uma coisa que eu fui muito sacaneado. O (Álvaro) Pacheco tinha sido contratado pela gestão anterior e com quatro jogos eu tive que fazer uma demissão. Eu falei na época, pela perspectiva do acompanhamento do trabalho, eu percebi que não existiria uma evolução. Depois, a gente subiu o Paiva que deu uma resposta positiva. Teve uma queda interna de rendimento ali e a gente fez a troca. Eu acho que o contexto todo é muito difícil. Falando dos dois lados, do lado de cá como presidente e do lado de vocês, que eu já estive aí. Acho que a gente extermina tudo muito rápido, e acaba que o ambiente fica muito duro para ser sustentado. Às vezes, você quer dar tempo de trabalho, por mais que seja um jogo que não te agrade quanto você espera, mas se você olhar no cenário nacional, as opções de mercado também não são essas. Então, você fica amarrado.

- Eu não gosto de falar que é cultura porque não acredito nisso. Acredito que a gente pode fazer uma mudança. Pode partir de mim? Poderia. A decisão foi demorada para ser tomada? Foi, porque em nenhum momento qualquer ponto de interrogação de que seria uma autoproteção para mim. Conversei bastante, entender tudo, um processo de avaliação de todo o contexto para tomar a decisão. Pela pressão, já existia há muito tempo. Eu queria tentar plantar alguma coisa para tentar mudar alguma coisa no futebol. Mas acho que é muito forte o contexto. Estava com receio de atingir os atletas, de atingir o ambiente. Por isso, falei da questão anímica para fazer a troca. Me incomoda. Não faço a troca pela pressão, faço a troca por alguns aspectos de jogo. Entreguei as peças de forma demorada para o Carille. A gente está em busca de uma reconstrução, mas leva um certo tempo para atingir um nível técnico de jogadores que a gente acredita. Falar depois de uma derrota é muito ruim.

CONVERSA COM CARILLE APÓS O JOGO
- É uma decisão administrativa, da gestão, muito difícil. Como te falei, o ambiente lá dentro é muito agradável, mas a gente precisava mexer, porque comecei a sentir que vamos ter uma sequência que é ruim pra quem assume também. Felipe assume de forma temporária, não vai ter tempo pra treinar. A gente joga quinta-feira em Ponta Grossa, depois Brasília, Venezuela, volta pra jogar em Salvador e vai pra Argentina. É um ponto de interrogação também pra quem fala sobre futebol e pra própria torcida: o que vai ser exigido do próximo treinador? Qual jogo vocês vão querer do próximo treinador se não tem tempo de treinar? O Carille pagou um preço por isso também. Teve um tempo interessante com a eliminação no estadual, mas a gente joga terça, sábado, quinta, domingo. Não tem tempo pra ele fazer os ajustes, por isso não posso ser injusto e colocar toda a responsabilidade nele. Assumo toda a culpa que tenho nesse processo. Vou falar agora no hotel, porque voltamos para jantar, e aí vou comunicar para os atletas. Mas é sempre muito difícil a minha conversa com demissão, não foi a primeira. É sempre muito delicado.

PRÓXIMA JANELA
- Me permite discordar de dois pontos? Acho que melhoramos a questão individual do setor defensivo, porque quando tomamos gol a gente sempre pega os dois jogadores que jogam no centro da zaga. Quando não consegui trazer o Mauricio Lemos no ano passado, bateram muito. Quando a gente trouxe, bateram porque não servia mais. Lucas Freitas tem um potencial e um desenvolvimento importante. Muitos clubes contariam com o João Victor, e a gente faz um esforço para tê-lo aqui. Vai errar e acertar sempre. Fizemos essa recomposição na zaga, de repente podemos trazer mais um ou outro jogador. Mas não é a zaga, posição, que fez com que a gente sofresse os gols.

- Sobre a janela da temporada passada, todo mundo sabia que seria o período de maior dificuldade do Vasco em 2024, porque seria o período do aporte. Por isso existia um apelo tão grande por uma janela muito especial naquele período, e a gente sabia que não tinha dinheiro para fazer. As contratações que foram feitas… Houve questionamentos, "ah, com esse valor você traria outro jogador". A forma com quem conseguimos diluir as parcelas de pagamento, outros jogadores, empresários e clubes não aceitariam. Conseguimos fazer um movimento dentro do que imaginávamos.

- Nessa janela, se você perceber, precisávamos de peças de reposição, dar uma inchada no elenco. Não tínhamos o Adson, precisávamos de um jogador ali pela direita. Na esquerda, precisávamos de beirada porque perdemos o David. Trazemos o Nuno, um meia, ponta, e o Loide que é mais velocista, entrou bem no jogo hoje. O Garré é uma característica mais parecida com o Adson, de mastigar um pouco mais o jogo. O Oliveira teve potencial de construção, um jogo que a gente sempre imaginou.

- Para o meio do ano, a gente já começa a trabalhar e perceber que a gente precisa tentar uma contratação um pouco mais forte e decisiva. Já conseguimos dar uma inchada no elenco com peças de reposição em cada setor, mas é muito difícil. Se eu volto no assunto, muitos ficam falando que estou dando desculpa. Mas se eu não explicar o processo, não tem como vocês entenderem porque na janela de repente não trazemos jogadores de potencial maior, que todo mundo espera. Estamos em um processo de reestruturação financeira. Eu gostaria? Não gostaria. É repetitivo, chato? Sim. Com a RJ (recuperação judicial) aprovada, vamos criar um cronograma de pagamento para ser iniciado no próximo ano. Só na trabalhista, de um acordo, saímos de quase R$ 300 milhões para R$ 80 milhões. É doído, mas acredito muito que a gente consiga fazer um time competitivo.

- A gente dá muito pouco tempo às peças que chegaram. Criamos um rótulo muito forte. Não estou falando das minhas contratações, das anteriores também. Cocão, contratado pela 777, Vegetti. Foram jogadores questionados e deram uma resposta positiva. Acredito que os comentários sobre as contratações são como se a gente não tivesse análise de mercado, de desempenho, um processo que não seja profissional. O Vasco é uma empresa, mesmo sem um investidor. O processo é todo criterioso.

- Quando a gente contrata o Loide, não é porque achamos interessante. Vimos jogos, pesquisamos, perguntamos. (Ouvimos) palavras de jogadores que foram gênios da bola, que jogaram contra o Loide sendo treinadores ou não. É um jogador que talvez demore mais a se adaptar, só acho que o pré-julgamento é muito duro. Temos que entender a realidade. Vocês já imaginaram se eu tivesse trazido o Bruno Guimarães, vindo do Audax, apresentado no Vasco? O que a torcida falaria para mim? Na nossa cabeça, só temos que dar valor para quem já tem grande nome. Quando o Vasco estiver em situação financeira para fazer isso, vamos fazer, mas existe potencial em jogadores que não têm esse nome. O Athletico-PR levou o Bruno Guimarães e ele se tornou o que se tornou. Não estou falando que os jogadores que eu trouxe são de um nível a mais ou a menos que o Bruno, é só um exemplo de que precisamos dar um pouco mais de confiança para esses jogadores. Os jogadores do Vasco e de todas as equipes têm um acesso muito grande ao mundo virtual. E os do Vasco, hoje, só consomem coisas ruins. Se você olhar as redes do Vasco, os caras são detonados o dia inteiro. Eles trabalham duro. Acredito no grupo e que a gente pode ser competitivo, e que temos que começar a botar a mentalidade vencedora, que é uma coisa pela qual luto aqui há muito tempo.

PRIORIDADE NO ANO
- Ouvi dizer quando o Carille poupou contra o Corinthians que a gente estava priorizando (a Sul-Americana). Não priorizo competição. Não interfiro, que fique claro. As pessoas me cobram escalação, esquema tático. Não adianta me cobrar. Eu não mando poupar jogador, não faço nada. A única coisa que eu falo é que o Vasco não vai priorizar, que tem que ir para campo os melhores e os que estão em condições. Ponto. Se vão ser os 11 ou vai ser apenas um, eu não interfiro. O Vasco vai sempre jogar para ganhar todos os jogos de todas as competições. Até porque mata-mata é uma característica, e Campeonato Brasileiro é muito traiçoeiro. Temos que competir com o melhor que a gente tem.

AJUSTES NO ELENCO
- A gente tem o retorno do David no meio do ano, do Adson; então a gente já incha um pouco mais o elenco e tem mais opções. Aí, a gente tem que ser pontual em algumas posições. Não é nem correção, é mais ajuste. Não vou citar posição para jogador não entender errado. Mas é ser mais direto em algumas posições que a gente tem carência.

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