Wagner se pronuncia pela primeira vez após sair do Vasco e faz críticas

Meia conseguiu rescisão via Justiça e pede cerca de R$ 8 milhões do Cruz-Maltino. Agora no Al-Khor, do Qatar, cita 'descaso e falta de respeito' da atual gestão do Vasco com ele

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O meia Wagner saiu do silêncio desde que conseguiu rescindir o contrato com o Vasco pela Justiça e se transferir ao Al-Khor, do Qatar. Em nota oficial divulgada no início da tarde desta sexta-feira (confira íntegra abaixo), o jogador fez duras críticas aos atuais dirigentes do Cruz-Maltino - que ainda não se manifestaram sobre o tema até a publicação desta reportagem. Ao detalhar a sua versão da história, Wagner afirmou que não teve a sua renovação de contrato aceita.

Wagner conseguiu no último dia 10, por meio de liminar da 44ª Vara do Rio do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), a rescisão de contrato com o Vasco. Nas alegações, o experiente jogador, de 33 anos, afirmou ter proposta do Al-Khor, do Qatar, e atrasos de 17 meses de depósito do FGTS. O LANCE! teve acesso a um documento, composto por 88 páginas, com toda a defesa de Wagner, inclusive as provas. No total, o meia pede R$ 7.722.896,00 na causa.

Ao todo, são 21 pedidos de Wagner a Justiça. Contratado em 15 de janeiro de 2017, o meia tinha vínculo válido até 14 de janeiro de 2019 e recebia salário de R$ 245 mil na carteira de trabalho. Como imagem, Wagner recebia R$ 118.400,00 mensais. Um dos pedidos é que o valor de imagem seja incorporado ao salário e integre a carteira de trabalho. Além do atraso do FGTS, foi alegado atrasos na imagem dos meses de abril, maio, junho, julho e agosto deste ano.

Os salários de carteira de Wagner, pelas alegações, têm atrasos de três meses – junho, julho e agosto deste ano. A luva, segundo as alegações de Wagner na Justiça, não foi paga nenhuma parcela, que totaliza o valor de R$ 1.200.000,00. Estes valores nestes meses não constam nos extratos da Caixa, pelo FGTS, e do Bradesco, pelos salários, apresentados pelo meia judicialmente, os quais o L! também teve acesso.

Também por meio de nota oficial, dada no dia seguinte da decisão da Justiça, o Vasco afirmou que iria recorrer por entender não ter atrasos do FGTS, alegação que resultou na rescisão. Segundo o Cruz-Maltino, o clube firmou acordo com a Caixa no dia 30 de agosto para o pagamento parcelado do FGTS de todos os funcionários. Diante dos novos questionamentos da reportagem na época, o clube afirmou que vai se manifestar nos autos do processo para não antecipar a sua estratégia de defesa.

> Confira a seguir a íntegra da nota oficial de Wagner:

"Através desta, venho relatar todos os fatos verdadeiros sobre minha saída do CRVG.

No último dia 4 do mês corrente, após o jantar no hotel onde que estávamos concentrados, acompanhado de meu Advogado, Dr. Vantuil, procurei o Presidente Alexandre Campello, com objetivo de tentar tratar pela primeira vez das pendências financeiras do clube para comigo e assim, viabilizar a melhor alternativa para o assunto, e posteriormente conseguir definir meu futuro profissional. Na ocasião, o Presidente Alexandre Campello se recusou a me receber juntamente com meu Advogado e recebeu somente a mim, em sala reservada no local, onde conversamos aproximadamente por 30 minutos, e saímos alinhados com o compromisso de receber um retorno por sua parte, a respeito da conversa inicial, até o horário almoço do dia seguinte (dia 5 do corrente) e assim, juntos equacionaríamos todas as pendências ou seguiríamos caminhos diferentes.
É muito importante citar que nas tratativas sobre meu futuro, em momento algum, o CRVG aceitou minha proposta de renovação, muito pelo contrário, chegou até a mim, uma contra proposta de 70 % abaixo do solicitado e segundo,o diretor executivo do clube, Alexandre Faria, tal proposta era por eu ser um atleta velho e ultrapassado, que talvez não serviria mais para o clube.

Desta forma, e com todo descaso e falta de respeito que essa atual gestão do CRVG demonstra e sem retorno algum do até então mandatário Alexandre Campello, não tive outra alternativa, senão requerer meus direitos de trabalhador junto à justiça trabalho do RJ, pensando em meu futuro profissional e de minha família, solicitei a quebra do vínculo contratual existente com o CRVG e consequente, liberação, requererendo imediato vínculo com nova equipe, atestando todos os débitos pendentes até a presente data:

- 13º salário 2017;
- 17 parcelas FGTS anos 2017 e 2018;
- 4 meses salários CLT;
- 5 meses salários imagem;
- Luvas: Nenhuma parcela paga desde a data de minha chegada ao clube até a presente data.

Com o deferimento do pedido judicial realizado, desde ontem, já sou oficialmente atleta do AL KHOR CLUB – CATAR. Me despeço do CRVG, em busca de um novo desafio profissional juntamente com minha família, agradecendo a instituição, a sua apaixonada torcida, a todos os treinadores e companheiros, que sempre me apoiaram em todos os momentos, lutando a cada dia. Só nós atletas, sabemos o que fizemos dentro e fora do campo, cuidando até dos funcionários e familiares, cuja responsabilidade é do clube.

Do fundo do meu coração desejo que novos dias de vitórias possam chegar e com isso, contribua para os caminhos sérios e decisões corretas, sérias, com respeito a todos profissionais de todas as aéreas e funções, sem qualquer exceção."

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