A majestade: uma crônica sobre o Rei
Repórter do LANCE! contou a história e os efeitos da presença do maior jogador de futebol de todos os tempos
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É curioso que seu nome tenha sido inspirado no do criador da lâmpada elétrica. Pois o que você fez foi iluminar o caminho da humanidade. Não há exagero ou razão para não haver orgulho do seu legado, então vale reforçar sempre: iluminou, guiou. A humanidade. Iluminou, guiou a humanidade.
A subversão de ser menino gênio, de ser jovem multifacetado, de ser rei em cores. De ser tudo isso tendo pele escura no século vinte. A popularização quiçá universal do esporte-commodity. A capacidade técnica incopiável. O carisma que não viu nem fronteiras nem obstáculo etário.
É sintomático que a tentativa de te diminuir venha sempre do mesmo padrão. O padrão que jamais te alcançou no talento. Nos talentos.
Seu gol mais bonito, dizem, não foi filmado. Foi porque até a capacidade de imaginar você nos deu de presente.
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Você falhou. Como muitos homens brasileiros, você carrega na sua biografia o abandono. Você sabe disso. Você sabe também que os seus atos mais grandiosos não apagam seus erros. Mais exemplo, portanto. Este do que não ser seguido.
Quem te seguiu conta da guerra que cessou por você. E quiseram convencer de que você não fez política. Logo você, que ousou falar de amor para o mundo ouvir. Logo você, que assumiu ministério e apontou o dono da maldição. Logo você, homem negro que fez tantos brancos súditos - felizes ou derrotados invejosos.
Seu legado está mais que reconhecido. Vai tranquilo abraçar a fila de sorrisos saudosos que está te esperando. Daqui, continuaremos honrando seu reino.
Repare que eu não precisei nem dizer seu nome, rei. A majestade, o homem negro.
*Felippe Rocha é repórter do LANCE! desde 2013.
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