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Com Bernardinho, Flamengo e Sesc se unem e falam em ‘resgatar o Rio’

Entidade, técnico multicampeão e presidente Rodolfo Landim deram coletiva na Gávea

Bernardinho - Flamengo
imagem cameraBernardinho foi anunciado pelo Sesc em coletiva sem público na Gávea (Foto:Divulgação/Flamengo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 17/07/2020
12:52
Atualizado em 30/07/2020
13:29

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A união entre Flamengo e Sesc-RJ, do técnico Bernardinho, foi oficializada nesta sexta-feira cercada de expectativas. O maior campeão do Superliga feminina vestirá as cores do Rubro-Negro na missão de se manter entre as grandes equipes do vôlei e de "resgatar" o estado do Rio de Janeiro, nas palavras dos lados envolvidos. 

- Há um alinhamento de missões. Queremos vencer, mas mais do que isso, desenvolver pessoas. A capilaridade que o Flamengo traz certamente nos fortalecerá nessa missão atrair jovens a atividades formais através da paixão pelo esporte - afirmou Bernardinho, que é botafoguense.

- O Rio viu uma evasão de mercados. Temos um projeto muito forte para resgatar muita coisa. Estamos prontos para construir o maior projeto que inspire muita gente - completou o treinador.

Em um contexto de incertezas quanto às condições de retorno dos esportes devido à crise causada pela pandemia do COVID-19, Sesc e Flamengo falam em dar passos curtos visando objetivos maiores.

- A missão do Sesc é transformar vidas. Nós entendemos quantas vidas o Bernardo à frente de jovens transformou, quantas pessoas encontraram sua vocação e sua paixão. Precisamos ajudar o Rio de Janeiro a se recuperar, a se levantar, e neste momento a união fará com que vençamos essas barreiras - declarou Antonio Florencio Queiroz Junior, presidente do Conselho Regional do Sesc.

A união enche os envolvidos de expectativas de dar um passo largo no processo de reconstrução dos esportes olímpicos do clube, iniciado há alguns anos. Entre as metas está fazer do Complexo Maracanã um centro poliesportivo, caso o Rubro-Negro siga como administrador do espaço. Embora inviável no momento, por causa da pandemia, o clube diz que os jogos no Maracanãzinho serão uma realidade.

- Nessa fase da pandemia, sem púbico, é natural que façamos jogos no ginásio da Gávea. Com a volta do público, queremos usar o Maracanãzinho. Somos concessionários e estamos em situação de renovação com o Flamengo. Pode ser que a concessão seja estendida para além de novembro, mas o processo está em curso. O Flamengo não esconde de ninguém que tem interesse de estender sua participação por 25 anos. Até início de novembro, sim (usaremos), se tivermos público. Depois, dependerá da extensão. Queremos colocar um centro poliesportivo. Se pegamos o Complexo, queremos transformar um ambiente que o torcedor frequentará, para ir ver o futebol e os outros esportes, e montar restaurantes. Um espaço para o rubro-negro no futuro - afirmou Landim.

Vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, Delano Franco indicou que o clube pretende atrair a iniciativa privada e considera viável a negociação de patrocínios em conjunto entre futebol e vôlei.

- Em geral, negociamos as cotas de patrocínio por modalidade, o que é mais comum. Hoje, temos uma exceção a essa regra, o BRB, que veio para o basquete e entrou com força no futebol. Não é praxe, mas, com o perfil dessa nova parceria e a visibilidade envolvida, é possível que isso se torne mais comum.

Maior campeão da Superliga, com 12 títulos, o Sesc/Flamengo iniciará a temporada 2020/2021 como um dos favoritos, ao lado do São Cristóvão Saúde/Osasco Audax, Dentil/Praia Clube, Itambé/Minas e Sesi Bauru. A Superliga está prevista para outubro. 

As jogadoras ainda não foram anunciadas, mas o elenco terá como principais novidades a levantadora Juma (ex-São Paulo/Barueri), a oposta Lorenne (ex-São Paulo/Barueri); as ponteiras Ana Cristina (de apenas 16 anos, eleita e melhor ponteira do Mundial Sub-18 disputado ano passado), a ponteira Sabrina (ex-Curitiba) e as centrais Valquíria (ex-Sesi/Bauru) e Lívia.

Permanecem a levantadora Fabíola, as ponteiras Amanda, Drussyla, Ariele e Gabiru, a líbero Natinha, e as centrais Juciely e Milka. A grande perda foi a oposto campeã olímpica Tandara, já anunciada pelo rival Osasco.

Confira outros trechos da coletiva

LANDIM, SOBRE BERNARDINHO
Atitude é algo muito importante na vida. Essa vontade de sempre trabalhar para buscar os detalhes, a melhoria contínua, de forma intensa. Quando conheci o (Jorge) Jesus, falei: "encontrei um cara que é minha alma gêmea". Ele é igual a mim na forma de fazer as coisas. E o Bernardinho e Jesus também são muito parecidos na forma de encarar a vida. Sempre dá para melhorar, encontrar falhas para evoluir. Essa atitude talvez seja o que os levaram a esse sucesso todo na vida. É a cara do Flamengo, essa vontade de sempre ganhar disputar e melhorar.

BERNARDINHO, SOBRE SURGIMENTO DA PARCERIA
A conversa começou há alguns anos. O Marcelo Vido (diretor de esportes olímpicos do Flamengo) sempre pensou no esporte como um todo. Teve a força do basquete e do remo, e dos demais. Uma transformação exponencial. O vôlei era um próximo passo a ser dado. A conversa amadureceu, e estreitamos com o Landim. Havia uma grande oportunidade de unirmos forças. É um movimento que começa pelo Rio, mas o Flamengo tem uma dimensão nacional. Nos anos 80, fui jogar na China, um país então agrícola. Estávamos lá e tinha um chinês com camisa do Flamengo. Sempre digo que formiga, fusquinha e flamenguista há em qualquer lugar do planeta.

BERNARDINHO, SOBRE A CRISE NO VÔLEI
A união veio também para fortalecer as instituições para passarem pela crise, mas a ideia de fazer algo maior vinha desde antes. O esporte está sofrendo no mundo inteiro. As verbas de marketing das empresas foram reduzidas. Há um redimensionamento de receitas, no pagamentos de salários. Todos estão vivendo isso, e o esporte não é exceção. Há de haver uma compreensão e temos de encontrar novas formas de chegarmos aos consumidores, já que não os teremos nos ginásios por enquanto. A parceria nos fortalece para sairmos mais fortes. Temos de ter humildade de reconhecer o momento, e é assim para todos, talvez menos na indústria da tecnologia. Sem vitimismos. É fazer de forma consistente e com responsabilidade. Governança pauta o Sesc e pauta e o Flamengo. Não vamos fazer loucuras e promessas vãs, pois os esporte é maior. O esporte vai voltar a ser parte importante da vida das pessoas.

SUPERLIGA COM MENOS TIMES?
É muito simples atribuir responsabilidades à CBV. É um problema do país. Os mercados estão em dificuldades. Vamos pensar em quantas atividades fecharam as portas. É claro que todas as instituições podem e devem melhorar, sempre, mas acho que teremos pelo menos 10 times, que não é um número ruim. Como sempre, haverá times mais fortes e outros mais fracos. Mas teremos uma grande Superliga pela frente.

ANTONIO FLORENCIO, DO SESC-RJ, SOBRE A UNIÃO 
Estamos plantando uma semente. Estamos com um campo extremamente fértil para ampliar nossa atuação nas camadas mais crentes da população, criando opções para que a juventude enxergue outros caminhos. O desestímulo de muitos hoje talvez seja pela falta de opções de que caminhos seguir. Essa união cumpre a missão do Sesc. Em relação às colocações feitas sobre o Maracanãzinho, de criar o complexo esportivo, podemos participar com nossas atividades do Sesc e Senac, parcerias que podem vir a surgir com esse pontapé.

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