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Dante fala sobre o pós-carreira e o projeto em Goiás

Campeão olímpico e mundial é gestor da equipe de Anápolis, que busca vaga na elite

Dante - vôlei
Dante jogou quatro Olimpíadas com a Seleção (Divulgação)

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Há menos de um ano, ele defendia o EMS/Taubaté na Superliga 2017/2018. Hoje, o campeão olímpico e mundial Dante virou gestor e tenta levar o Anápolis Vôlei (GO) à primeira divisão do vôlei brasileiro, disputando a Superliga B Masculina.

Em entrevista ao site da CBV, Dante, goiano de nascimento, falou sobre a nova carreira e como foi a recente despedida das quadras.

Como surgiu a ideia de montar a equipe em Anápolis?

Quem é atleta tem algo no sangue que dificulta ficar longe do esporte. Quando terminei minha carreira, no ano passado, eu trouxe o meu projeto social, o “Dante Vôlei”, aqui para Anápolis. E o prefeito Roberto Naves e o secretário de esportes Karin Abrão abraçaram a ideia e me perguntaram o que poderíamos fazer a mais com este projeto. Respondi que poderíamos trazer uma equipe de alto rendimento. E foi assim que demos início ao Anápolis Vôlei. O próprio Roberto jogou vôlei na mesma época que eu comecei, jogamos contra algumas vezes no campeonato goiano entre 1994 e 1996.

O atleta deu lugar ao gestor. Como é essa nova realidade e o quanto a sua experiência em quadra ajuda no outro lado?

Nossa grande sacada foi montar uma equipe que mesclasse a experiência e juventude. Eu trouxe alguns atletas que jogaram comigo recentemente e eu já havia conversado, como o capitão Paulo Renan, que jogou comigo no time de Taubaté. Ser gestor de uma equipe de voleibol de alto rendimento não é nada fácil. Quando eu ainda jogava, eu tinha o controle da situação do que acontecia dentro de quadra. Agora, do lado de fora, a responsabilidade e a pressão são outras. Temos que correr atrás de tudo para deixar os atletas tranquilos. Buscar recursos e administrar o projeto é um desafio diário, eu já tinha alguma experiência em reuniões com patrocinadores ainda como jogador, mas pretendo me especializar cada vez mais.

As duas primeiras rodadas da Superliga B masculina 2019 contou com boa presença de público na torcida pelo Anápolis. Como a cidade tem reagido ao projeto?

A torcida tem muita confiança no time, está correspondendo, comparecendo ao ginásio. Batido recordes de público já nos primeiros jogos. Aqui as pessoas comentam do time nas ruas, os atletas são reconhecidos. E isso é muito bom, pois os jogadores têm a oportunidade de fazer história na cidade, e querem retribuir, pois é um enorme prazer jogar com o ginásio cheio. A nossa meta é conquistar a vaga para a elite já nesta temporada.

E como fica o coração de atleta olhando de fora? Você participa dos treinos de alguma forma? Já bateu aquela vontade de entrar em quadra?

Eu fico muito ocupado nas funções administrativas e acabo vendo pouco os treinos. A correria fora de quadra é grande. Por isso, temos uma comissão técnica muito competente e preparada para tomar as melhores decisões sobre a questão tática, a preparação de cada jogo. Claro que passo um pouco da minha visão após as partidas, mais como uma opinião em um aspecto ou outro, um pitaco, mas sem me impor, quem decide é a comissão técnica, eles é que vão dar a palavra final. Ainda não senti aquela vontade de jogar, mas se precisar, estou inscrito (risos).

A temporada da Superliga B ainda está no começo, mas já dá para fazer um panorama? Apontar alguns favoritos?

O nível da Superliga B este ano está altíssimo, aliás muita gente já falou que esta é a edição mais equilibrada. Claro que ainda estamos no começo da competição e muita coisa ainda vai acontecer, mas já vejo muita competitividade e equilíbrio entre as equipes. É até difícil apontar algum favorito. Todos têm bom elencos e isso é muito bom para o voleibol brasileiro, ter uma liga de acesso tão forte. Acredito que somente a partir das quartas de final é que vamos ver os verdadeiros postulantes ao título, como costumamos dizer. É quando separam os homens dos meninos. E estou confiante que nós estaremos entre os finalistas.

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