FIVB confirma título do Circuito Mundial para Ágatha e Duda
Dupla, que foi campeã das Finais do Circuito no domingo, também levou o título geral da competição. De quebra, a sergipana Duda quebrou recorde que durava 23 temporadas
Campeãs das Finais do Circuito Mundial de vôlei de praia, etapa mais importante do ano, no último domingo, Ágatha e Duda foram confirmadas nesta segunda-feira pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) como campeãs da temporada 2018. De quebra, a sergipana Duda quebrou um recorde que durava 23 temporadas.
Com 20 anos recém-completados em agosto, Duda tornou-se a atleta mais jovem a vencer o tour do vôlei de praia. O recorde até então era da campeã olímpica Sandra Pires, que em 1995 conquistou o tour com 21 anos. A competição, no naipe feminino, acontece desde 1992. Duda celebrou a marca, mas destacou a importância do triunfo em equipe.
– Fico feliz por essa marca, é uma honra enorme, mas a maior alegria é pela conquista em grupo. Isso é tão especial. Acho que todo jovem que começa a jogar vôlei de praia sonha com um título como esse. Ágatha e eu conseguimos isso graças ao esforço da nossa comissão técnica, dos profissionais que trabalham conosco. Só tenho que valorizar o trabalho dessas pessoas, agradecer. Trabalho e o companheirismo talvez sejam as palavras que resumem essa conquista. A gente recorda os treinamentos intensos, as dores e notamos quanto foi difícil para chegar lá, mas quão gratificante também é ter as metas alcançadas – declarou.
Ágatha e Duda disputaram 10 torneios no Circuito Mundial 2018, tendo conquistado um ouro (Itapema, Brasil), uma prata (Moscou, Rússia) e um bronze (Varsóvia, Polônia), além de outras duas semifinais. Regularidade que fez com que as brasileiras atingissem 5.480 pontos, 40 acima das tchecas Hermannova e Slukova. O World Tour Finals, vencido no domingo, não conta pontos ao ranking por ter em disputa apenas as ‘top 10’ da temporada.
A medalhista olímpica Ágatha celebrou a conquista e também lembrou-se das dificuldades no caminho, inclusive com mudança na comissão técnica durante o meio da temporada.
– De fora, muitos podem pensar que foi um ano perfeito. E não acho que foi um ano perfeito, ao contrário, foi um ano de muitas dificuldades. Uma delas foi a mudança de técnico, que é uma figura importantíssima num grupo. Trocar essa liderança não é simples, pela profissional que é a Letícia (Pessoa) e por tudo que vivemos com ela, foi bastante difícil. Mas a chegada do Marco Char também foi um momento de alegria, uma injeção de gás em nossa dupla, de nos unirmos ainda mais pelos objetivos traçados – disse Ágatha, que completou.
– Tivemos muitas ‘pedrinhas’, obstáculos. E encerrar o ano como a dupla número um do mundo é motivo de bastante comemoração, agradecimento pelo aprendizado. Essa diferença de 40 pontos mostra o alto nível do Circuito Mundial. Estamos felizes com o resultado, mas sabemos que podemos ir mais longe, ainda temos uma margem de crescimento, de melhora como dupla. E essa sensação é maravilhosa.
Se Duda conquista seu primeiro título do Circuito Mundial na carreira, Ágatha se torna bicampeã, pois já havia vencido em 2015, ao lado de Bárbara Seixas. A paranaense comentou a diferença das duas conquistas, da posição de ‘referência’ e destacou seguidamente a participação da comissão técnica, familiares, patrocinadores e apoiadores no título.
– Vencer algo deste tamanho só é possível com um trabalho conjunto, com apoio de uma comissão técnica excelente, da família, dos nossos patrocinadores, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). É para mim, especialmente, é um momento bastante diferente do qual eu vivi no primeiro título, com a Bárbara, em 2015. Olho para dentro e acredito que estou conseguindo me reinventar, evoluir como atleta. Entendendo meu papel dentro da equipe, de ser mais experiente, de ajudar a Duda. Claro que temos os momentos de dificuldade, tudo isso é natural. Mas nunca existiu dúvida em nosso time, no projeto. É um momento recompensador. Ver que essa dedicação que dei e recebi, junto da Duda, deu resultado logo em nosso segundo ano, é motivo de muita alegria.
A terceira posição do ranking geral do naipe feminino também ficou com o Brasil, com Carolina Solberg e Maria Elisa (RJ), que somaram 5.120 pontos. Fernanda Berti e Bárbara Seixas (RJ) também encerraram no ‘top 10’, em oitavo, com 4.840 pontos.
O próximo desafio das campeãs acontece em setembro, quando começa a temporada 2018/2019 do Circuito Brasileiro Open de vôlei de praia, em Palmas (TO). Até lá, Duda e Ágatha terão um breve descanso, mas em seguida já retornam aos treinamentos.
Entre os homens, os noruegueses Mol e Sorum ficaram com o título, com 5.640 pontos, e os holandeses Brouwer/Meeuwsen em segundo, com 5.560 pontos.
BRASIL NO CIRCUITO MUNDIAL 2018:
Etapa de Haia - Holanda (4 estrelas)
Maria Elisa/Carol Solberg - prata
Etapa de Fort Lauderdale - EUA (5 estrelas)
Fernanda Berti/Bárbara Seixas - ouro
Carol Horta/Taiana - prata
Etapa de Xiamen - China (4 estrelas)
Alison/Bruno Schmidt - bronze
Etapa de Huntington Beach - EUA (4 estrelas)
Fernanda Berti/Bárbara Seixas - ouro
Maria Elisa/Carol Solberg - prata
Evandro/André Stein - prata
Etapa de Itapema - Brasil (4 estrelas)
Ágatha/Duda - ouro
Evandro/André Stein - ouro
Etapa de Miguel Pereira - Brasil (1 estrela)
Vinícius/Luciano - ouro
Bernat/Harley - prata
Ramon Gomes/Álvaro Andrade - bronze
Aline/Diana - prata
Tainá/Victoria - bronze
Etapa de Nantong - China (2 estrelas)
Josi/Lili - ouro
Etapa de Nanquim - China (2 estrelas)
Josi/Lili - ouro
Etapa de Manavat - Turquia (1 estrela)
Oscar/Luciano - ouro
Etapa de Varsóvia - Polônia (4 estrelas)
Evandro/Vitor Felipe - prata
Ágatha/Duda -bronze
Etapa de Espinho – Portugal (4 estrelas)
Ricardo/Guto – prata
Maria Elisa/Carol Solberg - prata
Etapa de Haiyang - China (3 estrelas)
Thiago/George - prata
Etapa de Viena - Áustria (5 estrelas)
Fernanda Berti/Bárbara Seixas - prata
Etapa de Moscou - Rússia (4 estrelas)
Ágatha/Duda - prata
Alison/André Stein - prata
Etapa de Hamburgo - Alemanha (World Tour Finals)
Ágatha/Duda - ouro