Leal admite “muito medo” no ápice do coronavírus na Itália
Ponta do Civitanova e da Seleção de vôlei está atualmente em Belo Horizonte
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A Itália se transformou, nos meses de março e abril, no principal foco de contágio de coronavírus no mundo. E, naquele momento do atingimento do ápice da curva de contaminação no país europeu, o ponta Leal viveu longos dias de incerteza.
Na ocasião, o Campeonato Italiano e a Champions League estavam apenas paralisados. Muitos clubes, então, impediram a saída dos estrangeiros acreditando em um retorno às atividades, até que a situação sanitária obrigou o cancelamento oficial da temporada do vôlei. Tempo suficiente para deixar Leal apavorado com a situação, como relatado na live realizada com o Web Vôlei, na noite de quinta-feira.
- Fiquei com muito medo. Nossa cidade é pequena e em algumas horas eu estava na varanda e parecia um inferno. Um silêncio, ninguém na rua, só sirene de ambulâncias pra aqui, pra lá. Ficou todo mundo assustado - admitiu Leal.
Segundo o ponta, as últimas semanas foram as mais complicadas.
- Foram sete semanas em que eu não conseguia nem colocar o pé para fora de casa. No princípio, eu tava machucado, não estava jogando direito. Fazia um jogo, descansava dois, três dias... Acabava sendo um descanso forçado. Nas duas, três primeiras semanas, fiquei de boa, me recuperando. Depois, nosso preparador físico começou a passar exercícios para a gente se manter em forma em casa, pois sempre falavam que a gente iria voltar. Mas, como passar do tempo, a gente viu que não iria voltar. Eu morava com minha mãe, mas estava sozinho (ela já havia deixado o país), sem ninguém em casa. Para mim, depois de quatro semanas foi muito difícil - comentou Leal.
Durante uma semana, no meio da pandemia, o Civitanova conseguiu uma liberação para os atletas saírem de casa. De dois em dois, eles faziam exercícios físicos nas dependências do clube. Mas o agravamento da crise sanitária fez a medida durar pouco.
Segundo as estatísticas da Organização Mundial da Saúde, a Itália contabiliza mais de 33 mil mortes por coronavírus, com cerca de 233 mil casos confirmados. A curva de contaminação já sofreu um achatamento nas últimas semanas e medidas de flexibilização das atividades já estão sendo tomadas.
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