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Lesões, estatísticas polêmicas e show da nova geração: a primeira rodada da Superliga feminina de vôlei

Diamantes Ana Cristina e Marcelle roubaram a cena no Sesc Flamengo, jovens do São Paulo Barueri seguraram Fluminense e problemas físicos ligaram o alerta na abertura do torneio

A líbero Marcelle foi destaque do Sesc Flamengo na estreia (Foto: Paula Reis/CRF)
imagem cameraA líbero Marcelle substituiu Drussyla e foi destaque do Sesc Flamengo na estreia na Superliga (Foto: Paula Reis/CRF)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 11/11/2020
00:52
Atualizado em 11/11/2020
10:25

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Depois de terem suas expectativas quebradas em março, quando os playoffs que prometiam ser dos melhores da história acabaram cancelados em razão do novo coronavírus, os fãs da Superliga feminina de vôlei voltaram a respirar o maior campeonato de clubes do Brasil. E o recomeço, sem público e cercado de protocolos, trouxe sensações distintas para quem assiste.

A primeira rodada deixou a impressão de que vem coisa boa por aí, mas, ao mesmo tempo, evidenciou que o "espetáculo" ainda precisa de um tempo para se ajustar.

Com uma preparação apertada por causa da pandemia, os clubes correm contra o tempo para colocarem as jogadoras em condições de suportarem a carga de treinamentos e de jogos. Sesc RJ Flamengo, Fluminense, Sesi Bauru e Osasco São Cristóvão Saúde são exemplos de equipes que entraram em quadra sem sua força máxima. E os dois primeiros sofreram baixas durante a rodada.

Arianne, do Tricolor, torceu o tornozelo direito no segundo set da derrota para o São Paulo/Barueri por 3 a 0. Horas depois, Lorenne, do Fla, sentiu uma contratura na panturrilha da perna esquerda e ampliou a lista de problemas físicos do time de Bernardinho (Natinha, Camila Gomez e Ariele estão fora, enquanto outras se recuperaram). O susto aconteceu ainda no aquecimento do duelo contra o Brasília, vencido pelas cariocas, por 3 a 1. Depois, Drussyla deixou a quadra por causa de um desconforto gástrico, segundo a equipe.

O técnico multicampeão afirmou ao SporTV, em entrevista pré-jogo, que vê as lesões como "acidentes", e citou situações que podem acometer qualquer atleta, mesmo os que se encontram na melhor forma. Por outro lado, Giovana, levantadora do Fluminense, avaliou que não se trata de um cenário usual.

- Tudo está sendo muito difícil para a gente. Está sendo uma temporada totalmente diferente de todas. Temos apenas um mês e três semanas de treinamentos e, com uma semana, já estávamos saltando. Acho que nosso corpo sentiu e estamos tendo muitas quebras - disse a jogadora à TVN Sports, após a derrota das comandadas de Hylmer Dias.

O Flu entrou em quadra desfalcado das lesionadas Fernanda Tomé e Bruna Moraes, e a lesão de Arianne deve acelerar a urgência da equipe de colocar a campeã olímpica Mari em condições de jogo. A boa forma da veterana de 37 anos, que estava no vôlei de praia, impressionou nos primeiros treinamentos. 

Além da questão física, outro ponto que pode tornar a Superliga mais interessante é a publicação correta e em tempo real das estatísticas no site da CBV. A responsabilidade é dos clubes, explica a entidade. Mas fato é que, mais de 24 horas após o término do confronto entre Curitiba e Osasco, os dados informam que Ivna, do time paranaense, anotou 14 pontos de saque, o que qualquer espectador é capaz de desmentir.

O site também aponta situações fora da realidade, como a líbero Juliana Perdigão fazer ponto de ataque e sacar sete vezes, o que é vetado pelas regras da posição. Pelo lado de Osasco, os dados desmentem até o release da assessoria do time, que divulgou as pontuações corretas para a imprensa. Para os apaixonados, as falhas e a demora para ter as informações é uma frustração. Em tempos de crescimento do setor de apostas e jogos envolvendo números, seria importante a Superliga se preocupar mais com os anseios dos fãs.

Fora os problemas, a rodada teve grandes momentos, em especial os protagonizados pelas novas gerações. No Sesc Fla, a promissora ponteira Ana Cristina, de 16 anos, roubou a cena, ao lado da líbero Marcelle, de 18, que estreou na Superliga e acabou eleita a melhor em quadra. O time carioca mostrou a força do seu elenco, com Juma, Valquíria e Sabrina decisivas para o resultado positivo por 3 a 1 contra um embalado Brasília.

Comandado pelas jovens Kenia, Karine, Nyeme e Maira, o conjunto talentoso do Barueri, do tricampeão olímpico José Roberto Guimarães, também esbanjou frieza em momentos difíceis para despachar o Flu nas Laranjeiras, por 3 a 0. 

Favoritos, Osasco, Bauru e Itambé/Minas enfrentaram dificuldades contra Curitiba (3 a 1), Pinheiros (3 a 0) e São Caetano (3 a 0), respectivamente, mas saíram com os três pontos. Apesar dos placares, os derrotados, com orçamentos bem inferiores, tiveram seus bons momentos. O Dentil/Praia Clube foi o mais efetivo da rodada, ao bater sem sustos o estreante São José dos Pinhais (3 a 0), outra equipe que, com o tempo, pode dar trabalho.

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